Esse foi o que eu chamaria de um episódio de família, pois ele todo girou em torno da Suzuha e dos pais dela, de como a filha agiu de cupido e sentiu o quanto uma família é importante. Contudo, não tivemos apenas isso, mas também demonstrações do distanciamento do Okabe, principalmente no que tece a sua relação com a Mayuri – e a indicação de que a trama ficará mais agitada agora que a Kagari está agindo das sombras. É tão bonito ver uma família unida, né? Que se abra o Steins Gate!

Fiquei bastante emocionado quando vi essa foto pela primeira vez… 

Antes de voltar minhas atenções para a Suzuha e sua família, acho importante tocar em dois pontos que tiveram menos estaque nesse episódio, mas devem ser importantes para a sequência da trama.

Primeiro, a volta da Maho, que vai ajudar o Daru e a Suzuha a preparar uma nova máquina do tempo ainda que a Suzuha acabe indo embora antes dela estar completa. Aliás, esse episódio também teve clima de despedida, pois parece que a Suzuha só vai ficar mais uma semana naquela linha do tempo. A Maho, nossa cientista loli, foi usada para alivio cômico, mas deve ser mais útil no próximo episódio.

A volta da loli que não é uma mala, mas tem o tamanho de uma.

O segundo tópico que merece atenção é o claro distanciamento do Okabe, que além de não dar mais tanta atenção assim à Mayuri, também está correndo atrás de uma oportunidade para estudar longe do seu país, de seus amigos, e de toda essa problemática envolvendo viagens no tempo. As ações do Okabe eram previsíveis, mas não deixaram de ser interessantes, afinal, seu afastamento da melhor amiga implica que a situação dele viajar e estudar fora também vai ser trabalhada visando o drama que será gerado disso, não só a razão prática que o impedirá de se afastar de Akiba e dos amigos. É certo que ele não vai para lugar nenhum, né, pois algo grande acontecerá na iminência dessa viagem.

Não tem como eu não ficar com raiva do Okabe por ele ter deixado a Mayuri de lado assim…

Deixando esses dois tópicos de lado, o episódio usou quase todo seu tempo de tela com a Suzuha e o seu pai. Ela, uma filha dedicada e amorosa que agiu como cupido para unir os pais. Ele, um otaku que não sabia como lidar com um relacionamento. Toda a situação, e uma bem clichê no campo das comedias românticas, do Daru com a Yuki não foi boa só por seus momentos cômicos ou por garantir que a Suzuha nascerá um dia, mas também por explorar um assunto bastante sensível à sociedade japonesa contemporânea: a dificuldade da relação interpessoal entre os jovens. Sim, negar que a cultura otaku tem certa influência nesse problema é fechar os olhos para o óbvio, mas pôr toda a culpa nela também não é a forma certa de lidar com a situação. É verdade que a situação desse episódio não foi a fundo na crítica ao assunto, mas propôs a reflexão para as audiências interessadas.

Acho que o mais importante de todo esse longo e engraçado cortejo do Daru foi terem transmitido a ideia de que não importa o quanto você se arrume, mude o jeito de falar e agir; quem conhece você e gosta da sua companhia não ficará confortável ao ver uma faceta artificial sua, tanto que foi por isso ela fugiu no primeiro encontro, porque quem estava ali não era o Daru que ela conhecia e pelo qual se apaixonou. Quando ele agiu como sempre – foi gentil e atencioso do seu jeito –, sem deixar de mostrar sua personalidade, ela viu que tinha alguém verdadeiro ali e o laço dos dois se fortaleceu.

Mas não posso deixar de comentar que achei a confissão do Daru hilária. Foi muito a cara dele e só tornou todo o momento mais prazeroso, porque tanto teve um apelo cômico, quanto dramático na medida certa, de uma forma que foi capaz de conciliar todos os interesses que estavam em jogo; o da Suzuha, o dos pombinhos ou até o do público que queria ver uma cena marcante toda “especial”.

A viajante do tempo tanto quis ver seus pais juntos e felizes, e sentir o aconchego e carinho da mãe que perdeu muito cedo ou do pai com a qual teve pouco contato devido a circunstâncias difíceis, e ela conseguiu, proporcionando ao telespectador um momento extremamente gratificante caso ele se importe com esses personagens – caso ele reconheça a importância desses momentos.

A Suzuha logo deve ir embora dali, e deve ir em paz agora que não se culpa mais pela morte da mãe – aliás, a cena em que a Yuki morre no futuro foi muito bonita e teve a carga dramática certa para o momento – e está tranquila quanto ao relacionamento dos pais, tendo a certeza de que ela fez tudo o que poderia da melhor maneira possível. Ao menos será assim se ela puder ajudar com a máquina do tempo. Por outro lado, a Kagari está cada vez mais longe de alcançar qualquer “paz de espírito”.

Ela ter aparecido no final do episódio indica que aparecerá no próximo? Sem sombra de dúvidas, só que o que vai acontecer é uma incógnita – ao menos para quem ainda não jogou a visual novel. Mas acredito que o que ela fizer deve interferir nos planos do Okabe e abrir caminho para a sua volta ao núcleo do laboratório, para junto de sua mãe. O valor desses episódios mais voltados para trabalhar os personagens deve aparecer na reta final da trama, quando eventos mais sérios e urgentes acontecerão – é inevitável –, e para “sustentá-los” personagens bem construídos e gostáveis são necessários. Steins;Gate 0 está muito bom em praticamente tudo, o que torna seu futuro promissor!

O que a Mayuri diria se visse a filha vestida assim? Acho que curtiria, afinal, ela é cosplayer.

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