Fire Force – ep 6 – A irmã, a sadista e o herói. O abstrato nos battle-shounens
Eis aqui o encerramento do confronto. Novamente Fire Force traz um bom episódio, não focando somente nas lutas. É um battle-shounen promissor ao se pensar nisso, levando em conta ao querer aumentar sua popularidade. Sei que lutas às vezes são bem mais espetaculares quando busca-se dar destaques às ambições, além de incertezas e passados dos personagens. Mas só lutar é necessário?
A maior parte dos battle-shounens, não todos(vulgo Dragon Ball super e outros), trabalham na perspectiva de unir o abstrato com o físico. É a estratégia mais simples e que dá certo. A luta entre One For All e ALL For One em Boku no Hero Academia retrata bem isso – não só essa, mas outras lutas do anime também. Vemos muito do emocional naquele momento, e unindo-se aos sócios dentre os maiores clímax, acompanhados, é claro, de OSTs que favorecem esta hora, chegamos ao alto público desejado.
É um dos meios que serve como resposta para a popularidade dos animes deste tipo. Isso é ruim? Não, mas que precisa tomar cuidado. Vejo isso como algo positivo, pois é bem o esclarecimento para o telespectador daquela luta. É claramente melhor ter o porquê da batalha, alicerçada de motivações, vingança, idealismo e outros fatores do que uma luta sem sentido.
Como falei, isso é bom, mas que precisa de cuidado. É necessário que os autores não usem sempre as mesmas motivações, os mesmos passados, as mesmas filosofias, tudo isso dá a impressão de que a obra foi feita de maneira preguiçosa. Posso estar gostando de Fire Force, mas fico um pouco entediado em relação ao heroísmo de Shinra. Parece que vejo o mesmo personagem em diferentes obras.
Não estou dizendo que o personagem é tão “pobre” assim, pois há características positivas vindo dele. Acredito que entregar um protagonista que já entenda de suas habilidades é bem melhor que um que não saiba de absolutamente nada. É opinião minha, e muitos podem não ligar para isso, mas essa proposta pode desenvolver os personagens de uma melhor forma. Acho mais válido isso do que perder tempo inventando alguma coisa extraordinária para ir fortalecendo os personagens, e claro, de uma maneira bastante preguiçosa.
Sobre a perspectiva dos battle-shounens, abordada no início do artigo, chegamos em Fire Force. Eu gosto da animação do anime, o detalhismo presente nas cenas de ação me impressionam, não vejo o que reclamar. Entretanto, também é interessante percebermos que o anime não só leva pra frente este lado. O 2° episódio, por exemplo, quase não teve ação, mas dizer que foi péssimo não faz sentido. Ali estava um episódio que não precisa de batalha alguma para dizer que estava ótimo.
O episódio 6 trouxe ação, estava tudo bem feito, mas o que chama a atenção também é o passado de Iris e Hibana. Imagine só, duas órfãs que viviam num convento, olhando de perto pessoas tão próximas sofrendo combustão, queimando até a última cinza que restar, o que pensariam?
Nossa princesa, vendo tudo de perto, entende que as chamas representam a desgraça. Mas ela não deixou o fogo, pelo contrário, o abraçou, entrando num inferno e com o desejo de ser maior que tudo e que todos. Toda a construção disso tenta dar sentido à luta que houvera acontecido. É exatamente isso que procuramos, os motivos que levam à formação do 5° batalhão, que, estranhamente, tem a Capitã Hibana como principal responsável.
Gostei do desfecho, e devo dizer que fui seduzido por Hibana – calma, não leve tão a sério. Uma personagem sadista e Kawaii, o que eu mais pediria? Vamos ver se sai uma boa aliança entre esses batalhões. Esperemos por revelações e personagens como nossa princesa. Bom… é melhor eu terminar esse artigo, né? Acho que fui enfeitiçado.