Rage of Bahamut: Virgin Soul – ep 14 – Sabedoria tradicional
Abertura, encerramento, músicas novas. Gostou? A música do encerramento não me parece tão diferente assim e a animação deixou de ser um jogo de plataforma para ser contos de fadas, mas no geral o tom não mudou. Porém, a abertura, quanta diferença! Eu adorava a música anterior, aquele metal sujo, barulhento. A animação era legal também, contando de forma direta o começo da história. Agora a animação mostra uma série de cenas e personagens e situações diferentes, o que parece se adequar ao enredo que passou agora a ter várias tramas paralelas. Já a música … bom, o que de melhor eu posso dizer é que não desgostei. Não sou fã de música eletrônica, fazer o quê.
Três tramas começaram nesse episódio. A Ordem dos Cavaleiros de Órleans não suporta mais ser subalterna e seus comandantes ainda não sabem como, mas sabem que querem vê-la de volta à glória do passado. O Rei Charioce foi procurar alguma outra coisa, que não faço ideia do que seja. E o mais importante, claro, o começo da jornada de Joana D’Arc e Nina rumo ao Céu!
Começarei falando sobre as duas tramas que tiveram menos desenvolvimento. A Ordem de Órleans passar a ter um papel ativo, provavelmente de oposição aos planos mais insanos de Charioce (embora talvez não contra o próprio rei, preservando assim a instituição e a ordem ao mesmo tempo). O que será que irão inventar de fazer? Será que a Cérbero pode vir a ter algo com isso? Ela vai fazer algo nesse anime ou vai ser só enfeite – como na prática foi na primeira temporada também? Bom, de imediato acho que o máximo que podem conseguir é libertar o Kaisar, caso se atrevam a tanto, ou protegê-lo caso ele tenha sucesso em fugir sozinho ou com a ajuda do Favaro e da Rita.
O que o rei está procurando parece ser sinistro, só pra variar. Que lugar é aquele? O que ele quer? O que está acontecendo lá é um fenômeno natural (ou resultado de batalhas passadas), ou aquele clima terrível é produto do engenho do Reinos dos Homens? São tantas as possibilidades. O mais simples que me passou pela cabeça é que aquele lugar pode marcar a entrada para o Céu. Lá não é um lugar fácil de entrar ou de se chegar, não é? Charioce não teve pudores em trazer a guerra para sua capital, mas tenho certeza que ele prefere levá-la até os deuses na deles. Deuses e demônios podem ter que se reunir novamente para enfrentar um mal comum.
Mas o que importou mesmo nesse episódio foi Nina e Joana na vila dos dragões. Isso sozinho dá um título bom, hein? Hehe. As duas partiram em uma jornada e o primeiro ponto de parada foi um local que preza muito pela tradição, com um povo de vida longa e muitas histórias – algumas das quais grandes histórias do mundo das quais eles participaram! De algum modo, passar pela terra-natal da Nina foi um primeiro passo para trás antes de seguir para frente na jornada das duas. E elas precisavam disso. Principalmente, me parece, a Joana.
Tudo lá transpira tradição. Não no sentido folclórico, estético (não apenas), mas na própria organização social e na maneira de pensar e agir daquele povo. Nina e Joana têm pressa, mas a anciã dormiu então elas devem apenas ser pacientes e esperar. Todo mundo conhece todo mundo, as famílias são grandes – e as famílias estendidas praticamente não tem fronteiras definidas. Uma mãe não é só uma mulher que tem e cria seus filhos, mas uma fonte confiável de conhecimento e sabedoria. A Joana também é mãe, ela entende um pouco sobre isso, mas ela foi uma mãe bem diferente, teve uma criação bem diferente, e até mesmo concebeu de forma diferente.
A mãe da Nina é uma mãe normal. Uma mãe como certamente tantas outras naquele vilarejo perdido por entre as árvores e montanhas. Mas ela, que não conhece a Joana, que não sabe nada sobre a Joana ou pelo quê ela está passando, era a pessoa que a Joana precisava conhecer. Ela podia não saber nada sobre a Joana, mas ela sabia o que a Joana precisava ouvir para aliviar seu coração. Deve ser difícil ter que ser forte o tempo todo, não é? Para isso servem as mães: para ser mais fortes do que nós, quando nós precisamos.
E apesar de ser uma vila tão remota, ela não passou incólume pelos negócios do Bahamut. A anciã, veja só, foi quem levou, pessoalmente, os deuses de volta para o Céu! E agora está levando as garotas em sua jornada. Mas isso é o lado incrível dessa realidade que a Joana descobriu. Há o lado doloroso também, especialmente para ela: sinais de destruição causada pelo último quase despertar do Bahamut, que ela deveria ter evitado. O pai da Nina morreu naquela ocasião, protegendo a vila, assim como Michel, pai de El/Mugaro, morreu protegendo Joana. À despeito do progresso do reino, o local continua pobre, na verdade tão pobre que todos que podem foram arranjar trabalho fora da vila – como a própria Nina fez. Joana sente parte da culpa e responsabilidade por tudo isso e talvez tenha ganhado um outro propósito, além de apenas salvar e reaver o próprio filho.
E o que acha, foi um bom começo para a segunda metade de Rage of Bahamut: Virgin Soul? Até o próximo artigo do próximo episódio! Baha baha baha soul!
Kondou-san
Este episódio foi bom, mais calmo e com algumas revelações interessantes. Respondendo à tua pergunta no começo do artigo, eu não gostei da opening, principalmente da música, as imagens ainda consegui gostar. Eu não gostava da música da primeira opening, mas adorava a arte apresentada nela. A nova ending segue muito o estilo da primeira ending, mas desta fez um pouco mais fantasiosa.
Começando pela primeira trama, os cavaleiros da Ordem de Orleans estão a ficar cansados de estar sob o jugo do Charioce, principalmente o Diaz, grande admirador da Joana e do Kaisar. O Diaz tanto como o Kaisar, sempre prezaram pela honra da Ordem dos cavaleiros de Orleans, mas desde que o Charioce subiu ao poder, que a Ordem tem tudo menos honra e muito menos mérito. Aquela visita do Diaz ao Kaisar na prisão demonstra, o quão descontentes os membros dos cavaleiros de Orleans estão. Nisto só o Alessandro é que está mal, ele não entrou nos cavaleiros por honra, ele só entrou para confirmar a beleza da cavaleira Santa mais nada.
Na parte do Charioce é sempre a mesma coisa, ele nunca sabe o que quer.
O começo da jornada da Nina e da Joana, foi bem interessante. Eu já tinha um certo fascínio e interesse na aldeia dos dragões onde a Nina nasceu e foi criada. Ver a Nina ser bem recebida, pelas pessoas da sua aldeia, só mostram como ela é especial, na vida daquelas pessoas. A parte em que a Nina mais a Joana visitam a anciã da aldeia, foi muito boa, a senhora é muito engraçada. A parte em que a anciã adormece foi muito engraçada (ela estava mesmo com cara, que os jovens têm pressa para tudo).
Mas foi a parte da mãe da Nina e da Joana que mais me marcou. É impossível, ser forte a todo o momento, a Joana já fazia tempo que precisava de um ombro de mãe para desanuviar o sofrimento. A mãe da Nina, é a típica mãe, ela percebeu desde que viu a Joana que esta não estava bem, e disse-lhe as palavras que ela queria ouvir. Fiquei surpreendido, por saber que o pai da Nina morreu ao defender a sua terra, e a sua filha saiu a ele também. A Joana nessa parte lembrou-se, como não foi capaz de impedir o Bahamut e de ter matado o seu amado Miguel.
Quem diria que a anciã é a dragão que aparece na tapeçaria dos previws. Quando esta se transformou num dragão lendário, eu acreditei que ela tenha mesmo carregado nas suas costas os deuses. Só tive pena na transformação dela em dragão tenha sido feita em cg, mas paciência.
Agora só quero ver como vai ser a chegada da Joana e da Nina a solo sagrado.
Como sempre, mais um excelente artigo de Bahamur Fábio (só eu li a parte do Baha, Baha, Baha soul com voz da Nina na cabeça?).
Fábio "Mexicano" Godoy
De cara eu não gostei muito da opening nova, mas acho que é porque eu gostava bastante da anterior e essa é bem diferente. Mas agora tô adorando a nova também, sabia? Tenta dar uma chance pra ela, hahaha!
Os Cavaleiros de Órleans podem vir a ter um papel muito importante no anime ainda. Se a guerra entre humanos e deuses irromper mesmo, se demônios de intrometerem, com Nina e companhia sabotando o que puderem na capital, com a desconfiança que o capitão dos Cavaleiros de Ônix começou a ter de Charioce, uma guerra civil não seria inimaginável. São simplesmente pressões demais, internas e externas. Sem entrar no mérito do resultado e sem opinar ou julgar nada, foi isso que aconteceu com a Rússia czarista. Uma grande nação com o povo explorado e empobrecido, dividida entre os vários interesses de nações estrangeiras e metida em uma sangrenta guerra mundial era o palco perfeito para a revolução (e depois para a revolução dentro da revolução, quando os bolcheviques tomaram o poder). Charioce pode estar guiando seu reino nesse mesmo caminho, sem perceber. Mas esse cenário só faz sentido se a guerra total que a nova opening promete se concretizar. Vamos ver.
Eu acho que a Nina já tinha dito que sua mãe era humana mas eu não me lembrava disso. De todo modo, os detalhes sobre o passado dela são muito legais, e muito comoventes também. Ela já foi descrita pelo Azazel como “um pequeno Bahamut”, mas ironicamente seu pai, um dragão, morreu para defender a vila justamente do Bahamut. O que quer que venha a acontecer no anime, tanto a Nina humana, que tem um coração e ama, quanto a Nina “pequeno Bahamut” serão muito importantes ainda. Eu não poderia pedir por uma protagonista melhor.
Obrigado pela visita e pelo comentário!!! =)
Kondou-san
Ainda não consigo gostar da nova opening, mas quem sabe um dia eu passe a gostar. A tua referência à Rússia czarista, deixou os meus olhos a brilhar, tens razão na tua comparação, para mim se o brancos (que eram apoiados pelo Japão, Canadá e algumas tropas do Império Britânico) tivessem ganho, talvez o mundo nunca tivesse passado pelo clima de terror que foi a Guerra Fria. E aquilo que os vermelhos (ou bolcheviques) fizeram à família do Czar é digno de nojo, matar o Czar e toda a sua família desarmados, foi um acto de cobardia sem tamanho, se calhar se o exército que defendia o Czar estivesse lá naquele momento, aposto que os rebeldes não teriam a mesma coragem. O Czar Nicolau II, foi muito fraco enquanto esteve no poder, ele foi muito influenciado pelas más decisões dos “senhores da terra” que queriam viver no luxo, às custas do pobre plebeu. A Rússia do século XIX e inícios do século XX ainda vivia na idade média, a organização da sociedade era a mesma desde o século XIV, onde isto era aceitável no século XIX. Se o Czar Nicolau II tivesse posto os senhores feudais e nobres da corte na linha, o povo russo naquela altura poderia viver razoavelmente bem, já que a Rússia é rica em tudo (menos na agricultura por causa do clima). Mas o czar fez tudo menos isso, juntando a isso, a derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa, o Domingo Sangrento, a venda do Alasca ao Estados Unidos da América, a forma como o poder régio se desleixou com o exército (houveram várias revoltas de soldados da marinha, pois estes andavam a consumir carne podre às refeições),etc. Tudo isto misturado, formou o um barril de pólvora que poderia explodir a qualquer momento e o Czar e a escória que o aconselhava sabiam disso.
Só espero que o Charioce não cair na esparrela de acender o pavio de uma guerra civil, por norma as guerras civis nunca acabam bem. Mas se o conflito se tornar total, o final dele só terá desgraça.
A Nina tornou-se uma excelente personagem, a cada episódio que passa ela fica cada vez melhor.
Fábio "Mexicano" Godoy
Haviam até tropas americanas na Rússia durante a revolução! Desembarcaram lá (junto com britânicos e todos os demais) pela Sibéria e .. foi uma confusão danada, hehe. A ideia era pressionar a Rússia a permanecer na guerra, mas não deu certo. Foi um episódio muito confuso da história.
Charioce está seguindo adiante e atropelando qualquer um que apareça na sua frente – e com isso deixa um rastro de mágoas e desconfiança para trás. Vamos ver quais serão as consequências disso.
Kondou-san
A Rússia (Rússia não, Lenine e companhia) foi esperta em sair da guerra, mesmo perdendo territórios. Afinal os 10 milhões de marcos alemães, mais armamento e munições , que a Alemanha lhes deu para saírem da guerra eram mais importantes (afinal sustentar uma rebelião de labregos era caro). A Rússia na Primeira Guerra Mundial, na minha opinião era o pais mais desfasado em tudo, desde da economia fraca, ao péssimo exército. Podes achar que eu estou a brincar, mas houveram soldados russos, a combater nas linhas da frente, com mosquetes de 2 metros, mosquetes!. Em pleno século XX, até Portugal, um pais miserável da Península Ibérica, tinha melhor armamento que os russos (também a aliança de 600 anos com a Inglaterra, tinha que valer alguma coisa). Além que a Rússia, no estado em que estava, cheia de problemas internos, nunca na vida ia conseguir derrotar a Alemanha e o Império Austro-Húngaro sozinhos. Eu não gosto muito da história moderna da Rússia, mas quando li vários textos históricos sobre a revolução Bolchevique e sobre o assassinato do Czar, acho e sempre acharei que os brancos deviam ter ganho. Eles eram poucos, era um exército na sua maioria de voluntários de outros países (para ter até japoneses lá, a coisa estava preta), mas tinham armamento de topo, eles deviam ter cortado a cabeça da serpente, enquanto podiam.
O Charioce, pelo rumo que está a levar, vai acabar na merda, no sentido literal da palavra.
Fábio "Mexicano" Godoy
Se o anime quiser dar um final moralmente digno ao Charioce, fazendo-o pagar pelos seus crimes, não consigo imaginar que ele sobreviva. É triste pela Nina, mas ela supera. No final, a Amira da segunda temporada parece que é o rei…
Kondou-san
Eu só acho que a Nina vai morrer (estou com este feeling, desde do último episódio. Quando um anime desenvolve tanto um personagem, é sinal que o final dela não será bom (e a Nina não é imortal, só espero que ela não seja uma segunda Amira). Também acho que o Charioce vai morrer junto da NIna, estilo o final de Basilisk, onde os protagonistas morrem juntos.
Fábio "Mexicano" Godoy
É uma opção também. Mas espero que não =(