Ballroom e Youkoso – ep 3 – A Minha Valsa
Olá pessoal, antes de falar sobre Ballroom, eu gostaria de perguntar uma coisa: vocês já quiseram dançar valsa? Se não, aposto que passaram/passarão a querer após ver esse episódio!
No fim do episódio anterior vimos o esforço do Tatara em aprender a dançar o básico da valsa, e já no começo desse somos recompensados com ele conseguindo aprendê-la – claro que após uma curta passagem de tempo. Alguns dias se passam e logos vemos Hyoudou e Shizuku em mais uma competição onde arrasam no Latino, – mais para frente explicarei melhor as categorias da dança de salão – e antes do Padrão tem um grave problema: o dançarino que brilha como uma grande e intimidadora estrela, some, dando oportunidade para que um tímido e assustado meteorito toque o piso do salão e possa mostrar a sua dança!
Sim, é isso mesmo que vocês estão lendo, Tatara substitui Kiyoharu na valsa com a Shizuku! Agora é hora de nosso querido protagonista fazer com que os olhares se voltem para ele!
Mas antes de falar mais disso abordarei alguns pontos importantes. Esse episódio foi muito feliz em sua comédia, pois rendeu momentos bem engraçados, mas que em nada atrapalharam seu andamento mais sério e dinâmico. Sério pelo fato da base do episódio ter sido a competição e dinâmico por ter acontecido mais coisas sem nada parecer corrido – adaptaram o terceiro capitulo e 80% do quarto enquanto nos outros foi um por episódio.
A direção fez uns ajustes sutis que favoreceram um certo tom de suspense quanto ao que impediu Hyoudou de dançar, o que ao meu ver foi positivo, pois criou apreensão por respostas que devem vir no próximo episódio.
A trilha sonora foi impecável e até me surpreendeu, pois na hora da valsa não toca valsa, mas sim uma música com um tom um tanto quanto dramático que se encaixou perfeitamente bem na cena, que aliás teve uma ótima animação com boas tomadas – mesmo que rápidas às vezes – e uma atenção especial as feições e trejeitos dos personagens.
Um ponto vital desse episódio foi a ótima cena de dança que conseguiu conciliar a inexperiência do protagonista – ele comete diversos erros de iniciante – com as impressões dos amigos que estavam assistindo – principalmente as de Sengoku – e os momentos em que ele surpreende e consegue “imitar” a coreografia própria do par original e até adicionar movimentos que ele decide fazer no calor do momento. Tudo sem fazer a dança parecer ruim por não ser contínua ou gloriosa quando não deveria ser dada a falta de experiência do líder.
Aliás, na dança de salão funciona assim: há o líder, que é aquele que guia o par, e a mulher que é a sua acompanhante. As competições são divididas em duas categorias – onde se é avaliado em cinco estilos –, sendo elas: Latino – que tem estilos como samba, chá-chá-chá, salsa, entre outros – e Padrão – que tem estilos como valsa, tango, passo rápido, entre outros.
Tenho que parabenizar a direção por ter conseguido conciliar muito bem as partes mais agitadas das danças com as partes mais calmas dos bastidores, aproveitando para naturalmente dar informações úteis sobre a dança de salão amadora enquanto trabalhava as rivalidades entre os dançarinos e, posteriormente, o background para o sumiço do Hyoudou através de uma situação inusitada – envolvendo o Tatara, inclusive – e o que quem o vê dançar acha dele – um aspecto interessante a se explorar sobre quem fica “debaixo dos holofotes”.
Agora tenho que falar mais sobre o grande momento desse episódio, a valsa em que o protagonista conseguiu emplacar um sorriso mesmo estando tomado pelo nervosismo. Depois do que Sengoku o ordena, ele agarra a chance de dançar com a Shizuku e consegue pôr todos os contras de lado e ser corajoso, tendo atitude para encarar a situação de frente, ajudando seus amigos enquanto realiza o próprio sonho de entrar no salão e se entregar a sua paixão: a dança. Ele deseja pura e simplesmente dançar e sentir seu coração batendo forte de emoção, é um desejo simples e genuíno que me cativa e acredito que esteja cativando vocês também!
Por fim, gostaria de exaltar a simplicidade que faz de Ballroom uma obra tão incrível para mim, pois é uma história intrinsecamente formada pelos desejos que os personagens têm de fazer algo. Até personagens secundários – como o rival dessa competição – não são ferramentas de roteiro, eles têm personalidade e objetivos que ficam claros ao longo da trama. É uma obra sem vilões ou mocinhos, são apenas pessoas normais – que poderiam ser eu ou você – que se dedicam àquilo que amam e vivem intensamente por suas aspirações.
Esse episódio foi um completo 10 para mim porque conseguiu me fazer rir, fazer sorrir e principalmente me cativar, me aproximando do desejo do personagem principal ao me fazer torcer por ele e ficar feliz por sua realização, contando, claro, com a excelente execução que ele teve. Agora é esperarmos para ver quais foram as repercussões dessa valsa, o gancho do final foi de deixar qualquer um apreensivo pelo próximo episódio, de tão marcante.
Por hoje é só, na próxima espero poder dançar de novo com vocês!