Saredo Tsumibito wa Ryuu to Odoru, essa semana entregou um episódio acima da média. Apresentou os pontos de ação, que eu vinha cobrando desde o início da obra, expôs mais alguns problemas no mundo político da obra e também manteve seu timing cômico, que apesar de meio forçado, dá para relevar.

Em sua primeira parte, Saredo deu um desfecho para a cena que ficou entreaberta do episódio anterior. Basicamente os protagonistas e a inimiga que enfrentavam saíram ilesos da batalha, cada um para seu lado. Também tivemos a confirmação de mais um estilo de jushikiista, nos foi apresentado o especialista, que deve trabalhar com produção de informações.

O acordo Tienlun foi mais uma vez enfatizado: O grupo de protesto contra o acordo alega que dragões e humanos jamais podem se reconciliar, considerando que muitos de seus membros tiveram familiares ou conhecidos mortos por dragões. No entanto, o grupo que é a favor do acordo se vale do argumento de que isso já evitara que uma guerra total acontecesse. Como já deu para reparar, as relações políticas nesse anime são bem sujas, então é complicado estipular que lado está correto. A própria obra faz questão de deixar bem claro nos discursos dos personagens centrais que ambos os lados têm suas razões, de certo que, daqui para frente essa decisão de ratificar ou não o acordo ainda deve ser mais discutida.

Jornal local, que novamente deu foco no acordo Tienlun.

O tom cômico que Saredo vem tentando passar, novamente se fez presente, volto a destacar que esse não deve ser foco, por isso vou relevar os pontos forçados ou somente a falta de timing que algumas cenas têm. Porém, dentro desse cenário cômico, algo que me chama atenção é a forte relação entre Gigina e Gayus, eles quase que literalmente tiveram uma discussão de relacionamento em frente ao Cardeal Mouldeen. Essa relação entre os protagonistas talvez seja o único ponto em que o humor dá uma emplacada.

Na metade do episódio dessa semana, vale ressaltar um discurso bem interessante entre o cardeal Mouldeen e Gayus. Os dois travaram uma conversa sobre acreditar em Deus. Essencialmente, os argumentos usados pelos dois são praticamente o que a grande maioria utiliza hoje e já utilizava no passado. Gayus com quase toda a certeza não acredita em Deus, muito por conta de ter perdido sua irmã e por ver que muitas pessoas morrem, criando assim uma grande dúvida em sua cabeça. Já o cardeal traz o discurso de um defensor da religião, afirma que as pessoas não precisam de provas, devem apenas acreditar. Porém, fazendo uma analogia, percebe-se que o discurso dele muito se aplica a como a cidade de Eridana é governada, pois é confiada aos grandes líderes a responsabilidade de tocar a cidade e valoriza o ponto de que o povo precisa de “ilusões” para viver, um discurso político mascarado pela religião.

A corja política ataca: Já havia mencionado em meu artigo passado o quanto Saredo se resume a grandes jogadas políticas. Nesse episódio tivemos um “encontro para um chá” entre um dos principais representantes do grupo Dragão Tseberun, o cardeal Mouldeen, e um dos braços direitos do reino de Lapetodes. Poderia ser uma verdadeira negociação às escondidas, bem afastada da cidade. Mas o que fica aparente, é que foi um atentado programado para atingir o cardeal, já que no episódio passado um dos líderes do Lapetodes havia ordenado seus assassinos a irem à busca do traidor, já que saberiam onde ele estaria, ou seja, foi uma jogada armada para pegar o cardeal Mouldeen. Essa obra tem muita sujeira na sua elite política e pelas ações de Gayus e de Gigina eles não aparentam que irão interferir nisso, contudo, acho que de alguma forma se verão obrigados a tal.

Cardeal Mouldeen em seu “encontro para um chá”

Na parte final, foi dado foco a luta de Gayus e de Gigina contra os assassinos. Finalmente foram entregues sequências de ação um pouco mais elaboradas/demoradas. A animação ficou boa, nada de espetacular, mais dentro de uma média boa. A trilha sonora de cena também foi relativamente positiva, conseguindo passar certo clima de tensão e de dificuldade durante a luta.

Momento da troca de poder entre Gayus, e a adversária do grupo Kouma.

Uma ferrenha batalha foi travada, entre nossos protagonistas e uma assassina, que se intitulou como pertencente ao grupo Kouma e possuía um grande poder, capaz de fazer frente em um combate de dois contra um. Essa batalha terminou pior para o lado de Gayus, que depois de uma troca de poder ficou literalmente a dois passos do paraíso, onde conseguiu por um momento ver sua irmã e trocar algumas palavras com ela. Logicamente isso não passou de uma alucinação de alguém à beira da morte, mas não custa destacar o sentimento de Gayus por sua irmã. Contudo nosso protagonista de cabelos vermelhos conseguiu escapar dessa e voltou para os braços de sua amada.

“Estou a dois passos do paraíso…” Gayus passou perto da morte.

Enfim, essa foi a análise do episódio três de Saredo tsumibito wa ryuu to odoru, que finalmente conseguiu entregar um pouco de ação, além de expor um pouco mais do mundo sombrio que é a constituição política da obra. Volto a mencionar que essa é uma das obras que acredito ter um ótimo potencial.

E que comece a Dança com os Dragões!!!

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