Histórias com Tengu são contadas de várias maneiras. A maneira que acredito que foi mais completa talvez tenha sido em Uchouten Kazoku, mesmo que tenham colocado mais toques de magia que o já imaginado. Apesar de um Karasu Tengu que se rendeu à beleza de Mana ter aparecido, ele não fez nada com que atrapalhasse a motivação dos personagens, assim como várias lendas dizem que os Tengus gostam de brincar ou atrapalhar os humanos.

Kani-bouzu está à procura de sua amada que morreu há muitos anos. Ele até criou uma charada para que, quando alguém aparecesse, pudesse definir quem era amigo ou inimigo. O início disso tudo aconteceu durante a guerra civil, onde o reino da princesa perdeu tudo o que tinha e precisava fugir para se salvar. Mas o fato de Kani-bouzu ter confundido a menina com a Sunakake baba foi totalmente inusitado. Isso porque ele foi selado e voltou muito tempo depois, tentando decifrar onde se encontrava no momento.

Afinal, quem é amigo ou inimigo da princesa?

Por causa dessa diferença entre o tempo e o espaço, qualquer pessoa ou youkai que ele encontrasse em seu caminho era transformado em bronze se errasse. Afinal, ele não estava conseguindo definir quem era amigo, quem era inimigo e quem era a sua amada princesa. Como cada conflito poderia ser resolvido de uma maneira simples, o jeito que Kani-bouzu poderia ter dado um fim no seu sofrimento seria: não se meter com os humanos, assim como o ancião Karasu-Tengu lhe disse uma vez.

Mas que coisa, não?

O que poderia dar errado com Kojirou, o Karasu-Tengu que salvou Mana – e Medama-Oyaji – da morte, foi dito pelo mesmo ancião. A paixão imediata que esse Tengu teve poderia trazer a sua ruína, pelo menos aos olhos dos outros de sua espécie. Mas ele acabou ajudando, dando a dica de usar a água sagrada de Daizen, a mesma que foi usada para “purificar” Sakaiminato e que todos voltassem ao normal.

O que o amor não faz?

A solidão de Kani-bouzu também foi solucionada. Como o próprio virou bronze após sua derrota, outros youkais de bronze foram criados e postos perto de sua figura. Mas o Nezumi Otoko continuou sendo o verdadeiro (é um castigo por ter tentado se aproveitar da situação… de novo)…

O amor também é cultura!

 


 

Os youkais que apareceram neste episódio:

Karasu-Tengu: seu nome se divide em ten (céu) e gu (cão) e Karasu (corvo). Apenas o nome Tengu é definido como Cão Celestial, porém são retratados como humanos com narizes enormes e com asas igualmente grandes. Eles costumam viver nas montanhas, como foi mostrado no episódio. Como eu escrevi antes, eles eram conhecidos como seres que pregavam peças nos humanos, assim como mostrado em Uchouten Kazoku. A diferença desses Tengus para os Karasu-Tengu é que os Karasu possuem um bico de corvo ao invés do nariz enorme. Para mais alguns detalhes adicionais, clique aqui.

O Karasu-Tengu ancião.

Kani-bouzu: não encontrei muitos detalhes sobre este youkai, mas parece que ele foi um caranguejo chinês trazido por Xu Fu durante uma pesquisa. Em Gegege no Kitarou, ele também apareceu no oitavo episódio da temporada que passou em 2007, cujo nome era: “Um Antigo Adversário! Nurarihyon”.

Kani-bouzu em sua forma verdadeira.

 


 

Sobre a Estrada Shigeru Mizuki:

Bom, eu até que estava com um pouco de dúvida do porquê ter tanto foco em Sakaiminato, tanto neste episódio, quanto no episódio anterior. Eu achava que seria como aqueles animes que gostam de vender a ideia de que as cidades que são mostradas são excelentes lugares para fazer turismo, e… este episódio acabou se tornando isso mesmo.

A Estrada Shigeru Mizuki nada mais é que uma homenagem ao criador de Gegege no Kitarou – que nasceu nessa cidade – tendo a estátua de vários youkais durante o seu caminho. Além de ter uma crítica social bacana, também serviu para mostrar um pouco sobre a “origem” de tal ambiente turístico. Quer saber mais informações? Clique aqui!

Kitarou e seu antigo design em bronze.

 


 

Muito obrigada para quem leu até aqui, e nos vemos no próximo episódio!

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