Muitos paradigmas e temas do mundo dos games foram postos nesse episódio.

Antes de começar a falar dele em si, você já jogou em um PC Engine? Ou TurboGrafx, como ficou conhecido aqui no ocidente?

Esse trambolhão ai é o PCE!

Pois é, eu também não. Eu particularmente não conheço ninguém que tenha isso, a não ser alguns amigos meus que colecionam videogames. O TurboGrafx era uma proposta extremamente interessante, de qualquer forma. O console prometia trazer a experiência de um arcade para dentro de sua casa, então jogos como Dragon Spirit, SF 2, Galaga e R-Type foram lançados para esse console; ele foi lançado para tentar bancar o NES da Nintendo e o Master System da SEGA, que basicamente monopolizavam o mercado de videogames na época. Lembrando que em 87, ano que foi lançado, ainda estavam na segunda/terceira geração de games, com gráficos de Atari sendo melhorados e com a arte em 8 bits em alta.

Se teve algo que o PC Engine fez foi inovar, ele vinha com um motor bem melhor que o NES e o Master System, sem falar que alguns jogos que tinham nesses dois consoles tinham ports melhorados para o PCE. Street Fighter 2 rodava em PCE, era algo inconcebível para a época, já que os gráficos de Arcade ainda eram superiores aos de console.

Esse é o Bonk. Sim, eles tentaram usar esse bebê gigante para competir com Mario e Sonic.

Mas se tem algo que eu aprendi acompanhando a indústira dos games é que não adianta ter hardware e ser melhor que seus concorrentes, você precisa saber instalar bem sua fanbase, tanto com marketing quanto com jogos. A produtora do PCE até tentou investir em mascotes, como o Bonk, mas acabou que falhou miseravelmente!

Mesmo com alguns jogos de qualidade, tipo Dracula X e Demon Crush, o PCE foi um fiasco aqui no Ocidente, mesmo que ele tenha sido uma revolução e amado no Oriente. Uma única região não paga um videogame tão caro e ele acabou sendo descontinuado posteriormente. Sem falar que com a chegada de Mega Drive (Sega) e Super Nintendo (Nintendo), as duas gigantes empresas esmagaram a empresa do PCE, já que os jogos que rodavam em arcade e eram exclusividade dele, acabaram rodando melhor no Mega Drive e no SNES. O mundo dos consoles é cruel, então se você não inova ou oferece algo interessante para a sua base, adeus. Com PCE não foi diferente, ele simplesmente caiu no esquecimento, enquanto os consoles “inferiores a ele” são lembrados até hoje.

Enfim, o episódio começa justamente falando sobre o PCE.

O Yaguchi conversa com seus amigos sobre o lançamento de Final Fantasy IV (<3), mas acaba chamando eles de casual, pois sua mãe comprou um PCE para ele e agora ele poderia desfrutar os jogos de arcade em sua casa.

Eu conto ou vocês contam?

Como todo fanboy, ele começa a defender o seu videogame favorito, quando Ono se aproxima dele querendo saber mais sobre o console. Quando o Yagushi começa a explicar, um cara extremamente aleatório interrompe e convida a Ono para ir ao cinema e bem… ele toma um fora colossal.

Depois disso, Yagu acaba provocando Ono, que joga água nele e o deixa resfriado.

Metade do episódio se passa na casa do nosso protagonista, com Akira jogando em seu PCE. Eu gostei como aprofundaram no fato de Akira ser menina e por conta disso, para ela é difícil acompanhar o cenário Pelo menos nessa época dos anos 80/90, gostar de videogame já era visto como algo estranho, agora gostar de videogames e ser mulher? Conheço várias “Akira” que até hoje não têm videogames porque é “coisa de menino”.

No caso de Ono, mesmo ela sendo rica, ela não possui nenhum console e acaba gostando de ficar na casa de Yagu para jogar.

Ah, claro que o Yagu tinha que exibir para Ono sua coleção de jogos de PCE. Incrivelmente eu conheço a maioria dali, mesmo que alguns deles tenham caído em um limbo de esquecimento.

Tem alguns jogos exclusivos do PCE tipo o Bonk e Altered Beast. Incrivelmente Altered Beast é um jogo muito legal, mas ele saiu para Mega Drive depois. Sorry PCE!

O restante do episódio trata sobre algo comum daquela época, que perpetua de forma diferente nos dias de hoje: as “Lendas urbanas”!

Durante a época dos Fliperamas e até de alguns consoles, várias lendas urbanas corriam na boca das crianças e adolescentes que frequentavam tal ambiente. Até o anime “No Game No Life” trata sobre esse assunto! Tudo sempre começa com o famoso: “Eu ouvi falar que…”. Algumas, claro, são falsas.

Dessas de fliperama, uma das mais famosas é a do Polybius, um Arcade que teoricamente conseguia manipular e fazer lavagem cerebral em quem jogasse ele. Existiam também lendas de cartuchos amaldiçoados, jogos que eram nightmare fuel e etc, entretanto nem tudo é macabro.

Muitas dessas lendas também eram relacionadas a jogabilidade ou sobre algum Glitch, posteriormente consertados e até implementados no jogo. Na época do primeiro Mortal Kombat, como a paleta de cores era limitada, às vezes dava algo chamado “Error Macro” e deixava o Scorpion com uma cor vermelha, mas em vez de aparecer esse nome, aparecia “Ermac”, o que acabou criando uma lenda de um “lutador secreto muito poderoso”. Posteriormente a Midway realmente implementou esse lutador chamado Ermac, ou seja, uma lenda e um glitch foi levado para o próprio jogo.

No caso do anime, Ono e Yagu vão investigar sobre um suposto Arcade aonde todas as máquinas custavam 10 ienes (na época, isso deveria ser menos que 50 centavos!). A lenda dizia que perto de um banheiro e um lugar abandonado, tinha uma entrada secreta para esse arcade. Eles pegam sua bike e vão para lá. O que eu acho incrível nessa passagem do anime é o como o Yagu consegue se comunicar com a Ono, visto que ela não fala uma palavra sequer. Ele simplesmente entende ela pelas suas expressões faciais.

Chegando em tal lugar misterioso, eles acabam confirmando a lenda do “Arcade de 10 ienes”. Esses dois sortudos acabam até mesmo achando um arcade de Street Figher 1! Aquele que só podia jogar com o Ryu e com o Ken (se não me engano, nem com o Ken dava para jogar).

Isso custa caro hoje em dia, MUITO caro!

Após saírem do Arcade, ele magicamente desaparece, deixando o casal de boca aberta por terem vivido uma lenda urbana. Yagu adorou isso, mesmo que Ono tenha ficado super assustada.

Eles acabam tendo que ir para casa a pé, porque Yagu deixou a chave da corrente que prendia a bicicleta que eles estavam usando cair no arcade. No caminho para casa, eles acabam fazendo uma boquinha, pausa extremamente necessária para todo bom apreciador de arcades! Quem nunca parou para comer aquela coxinha, depois de um dia jogando? O episódio termina com ambos combinando que as férias de verão seriam divertidas, já que eles poderiam fazer aquilo de novo.

Esse episódio trabalhou bastante o relacionamento dos dois, aparentemente a amizade deles vai ir além no futuro, já que eles são crianças ainda. Mesmo assim, o relacionamento deles é extremamente bonitinho de se ver e vai ser incrível ver ele amadurecer.

A animação continua muito boa! No artigo passado eu comentei que a animação lembrava RWBY em alguns momentos Eu separei uma imagem de RWBY e de High Score Girl para fins de comparação e percebi que nem parece tanto. As músicas de abertura e ending estão encaixando bem com o anime, não destoando do tema infância e videogames.

Aguardo ansiosamente pelo próximo episódio, mesmo ainda não tendo com uma legenda em PT-BR de qualidade. Eu estou adorando ver o desenvolvimento dessas crianças e das referências à história dos videogames!

 

(Ler este artigo… Isso te enche de DETERMINAÇÃO!)
~Frisk

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