Soul Hunter possui duas versões. Uma de 1999 e uma de 2018. E é claro que, de um tempo para cá, vários estúdios de anime estão chegando à conclusão de que “Ei, já sei, acho que uma nova adaptação do mangá “Tal” vai ser uma ótima ideia”. Mas nem sempre a parte de nostalgia soa tão bem quanto parece. Soul Hunter caiu nesse “conto do vigário”, justamente porque acreditaram que ia ser uma boa forma de trazer essa característica de ser nostálgico à tona. E, claro, não posso me esquecer que, na época que eu assisti pela primeira vez(tinha 13 anos na época), o anime não teve final, porque simplesmente o mangá não tinha terminado e tiveram que inventar um final alternativo.

Sem contar que as duas versões possuem nomes um tanto diferentes um do outro. O primeiro se chama “Senkaiden Houshin Engi” (O Romance dos Deuses Selados), sendo adaptado entre 3 de julho de 1999 e 25 de dezembro de 1999, e o outro, Hakyuu Houshin Engi (não sei porque mudaram, mas enfim), lançado atualmente entre 12 de janeiro de 2018 a 29 de janeiro de 2018, o qual só consegui assistir até metade porque o anime é muito ruim. O nome do mangá é Houshin Engi, de autoria de Fujisaki Ryuu. O autor gosta muito de histórias que possuem ligação com a China, tanto que praticamente todos os nomes da obra são chineses.

A história gira em torno de Taikoubou, um homem que teve um passado sofrido e depois foi levado para o Monte Kunlun para ser treinado. Ao completar 72 anos, recebe a incumbência de participar de uma missão com o nome de “Projeto Houshin”, o qual possui como objetivo acabar com 365 espíritos que estão sob o comando de Dakki, um espírito de raposa tão esperto que está domando a mente do Imperador da Dinastia Yin, Suou (Chuuou, Zhou, Zoou, err…), utilizando um poder chamado “Tentação”. Derrotando esses espíritos, poderá ser criado um mundo que fica entre o Mundo dos Humanos e o dos Imortais, além de ter controle sobre Dakki, que tem uma mente incrivelmente brilhante.

E não é fácil descrever uma obra que trouxe a sensação de nostalgia para o buraco. Eu tinha 13 anos na época em que vi, poxa! Em 2013 era difícil encontrar um canal que passasse animes diferentes que não fosse a Locomotion, a qual se tornou AnimaX alguns anos depois. Passava tanto animes dublados, quanto legendados, e as músicas eram todas em japonês. E é claro que é uma obra muito especial, porque o meu irmão me apresentou. Revendo atualmente a versão antiga, me fez sentir que aquele tempo era realmente bom e eu não sabia. Mas eu deveria estar bem mais feliz, porque a obra foi readaptada, certo? ERRADO! Porque olha só o que aconteceu! (Gente, a partir daqui tem alguns spoilers. Se quiserem ler, é por própria conta e risco)

Olha, não vou mentir para vocês. O Taikoubou sempre foi muito metido e idiota em seu humor. Não é de hoje que as pessoas reclamam que ele parece fazer as coisas sem pensar, mas isso é por causa da personalidade dele mesmo. MAS Hakyuu Houshin Engi já o fez entrar em contato com Dakki, a raposa, e esse é um artifício que escolheram para a história chegar em um ponto que o Seikaiden não conseguiu chegar. A primeira adaptação foi a mais fiel possível, tanto em questão de história, quanto em personagens.

Na segunda adaptação, apenas tacaram um monte de personagens que aparecem mais para frente no mangá e retiraram outros muito importantes.

Eu não entendi porque a versão deste ano fez questão de tirar alguns personagens e adiantar outros. Sei que é para mostrar algo diferente, porém não é isso o que quem já viu o anime de antigamente queria. Tiraram o Raishinshi, que é o centésimo filho de Ki Shou, e uma das irmãs da Dakki, colocaram a irmã mais velha dela aparecendo do nada como se ela não fosse ninguém e adiantou a aparição de Fugen Shinjin. Não é fácil ver uma história quando até os filhos do Imperador “Suando(?)” não apareceram na versão atual do anime, não pelo menos na parte em que deveriam. Mostraram a verdadeira esposa do Imperador “Zoado(?)”? NÃO! Só falaram que ela MORREU! O que aconteceu?!

Mas algumas cenas eu acredito que foram bem adaptadas, como o programa de culinária de Dakki, ou a morte de dois dos líderes da China na época em que o anime se passou. Porém o fato de não ter mostrado o Taikoubou ter mandado um espírito para o Houshindai logo desde o início me incomodou bastante. Enquanto na versão de 1999 já começa com um dos capangas de Dakki sendo mandado para o outro mundo, atualmente começou com a raposa matando depois de alguns episódios e enviando almas para lá. Além disso, ficou muito confuso para quem não teve contato inicial com a obra, fazendo com que as pessoas desistam de assistir.

Não, gente. Soul Hunter não é ruim. É apenas mal compreendido.

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