Novamente me peguei com um sentimento de que o vilão da série tem uma ligeira semelhança com um certo alguém de Yu Yu Hakusho, afinal já vimos em algum outro lugar alguém declarar que está a utilizar tal porcentagem de seu poder? Se sim, comenta. Se não, balança a cabeça que sim.

Neste episódio final, acompanhamos a segunda parte do desenvolvimento e em seguida o desfecho da batalha final entre herói e vilão. A tão aguardada batalha final.

A pancadaria rola solta e a sensação que temos é de que os dois estão gostando dessa adrenalina. Esbanjar energia espiritual a la vontê e socos monstruosos. Todavia, essa parte foi muito tensa. Vemos claramente que o lado sádico com poderio descomunal que habita em Mob quase desperta, e se isso acontecesse seria algo catastrófico, assim como veremos mais à frente. Para nossa sorte, o irmãozinho de nosso querido protagonista o libera dessa euforia com um olhar totalmente apavorado. Até eu me assustei com essa reação!

Sabemos muito bem que Mob não é assim, e essa euforia teria que ser cessada, senão progrediria assim como aconteceu com Toichiro para algo maligno e temível. O egocêntrico antagonista da série começa repassando seu discurso egoísta e minimalista enquanto se descontrola aos poucos. Em todo momento exigindo uma reação mais agressiva de Mob.

Consigo entender porque Mob reagiu a essas últimas provocações de um modo tão apaziguado. O garotinho consegue entender tudo pelo que Toichiro passou, desde a infância quando percebeu seus poderes até aquele fatídico momento. É triste, crescer se vendo como diferente e único, sabendo que mesmo que pudesse explicar, não seria entendido. O viés foi uma espécie de vivência opressora, típica de praticantes de bullyng, onde o mesmo imagina que deve ser superior aos demais e massivamente mostrar esse poderio. O pobre Toichiro se cegou quanto as necessidades alheias, buscando enfim utilizar-se de suas vantagens para alcançar tudo que desejava, até o possível amor.

Ao atingir um nível muito alto de manifestação de sua força, Toichiro fez o que muitos vilões pastelão de vários títulos mundo a fora fazem, e algo que detesto: fica conversando e declarando o quão poderoso é ao invés de finalizar o oponente. Felicidade para nós! Isso possibilita que nosso protagonista tenha um tempo de reação muito eficaz.

A euforia de Toichiro chega em um nível tão elevado que, o mesmo declara, precisa de algo ou alguém para descarregar essa energia acumulada –energia de vinte longos anos. Incrível como Mob não cai na pilha e se retêm o máximo que pode, até uma decisão que se inicia a partir da seguinte frase:

“Eu desisti.

Minha esperança de que você pudesse se tornar uma pessoa melhor…

se foi!”

Ai meu amigo, foi bizarro e incrível ao mesmo tempo, aquele corpo todo contorcido. Percebemos como os dois são fortes, afinal nem tendo todos os ossos do corpo quebrados em poucos segundos, o vilão se dá por vencido. Aqui acontece o que falei anteriormente, o despertar de algo catastrófico.

Foi interessante ver a situação de Toichiro ao não poder conter a energia em seu corpo, visto que atingiu o limite das duas coisas. Mob reage de uma maneira muito empática: ele fica e tenta conter a explosão. Afinal, não tem medo do que pode acontecer a si, mas de perder as pessoas que ama. O sacrifício seria válido.

Serizawa chorando pelo ocorrido ao seu ex-presidente é algo engraçado ao meu ver. Ele ainda é ingênuo, repudiava as últimas ações de seu chefe, mas o admirava como pessoa. Se prendeu ao mesmo por ele, de fato ter trazido um nível gigante de “liberdade” ao rapaz.

Aquele velho discurso motivacional expresso por Mob na seguinte frase “Eu sou o protagonista da minha própria vida.”, embora saturado, surtiu o efeito desejado. Saber que Toichiro tem arrependimentos o torna mais humano em nossa visão. Triste saber que suas ações de ódio foram de certo modo impulsionadas por sentimentos de desprezo e desesperança acumulados.

Mob fez o que se propôs mais cedo. Conteve a explosão e criou algo que eu diria ser lindo hilário. Mas deu certo. Sugou toda aquela energia destrutiva e a expeliu na forma de uma nova vida. Um Brócolis Gigante!

Reigen soltou uma desculpa para a mídia não estar em volta da obra de arte de Mob, mas ainda assim me pareceu muito suspeito.

Coisas boas aconteceram em seguida. Esperadas, mas boas. Os cicatrizes tentam seguir com uma vida normal, embora eu não entenda como deixaram de ter as cicatrizes, imagino que era influência do poder de Toichiro também; uma pessoa deixa de crer em paranormais e passa a acreditar em aliens; o vilão chega a um momento de redenção; entre outros.

O fim que leva Toichiro é um tanto quanto duvidoso. O mesmo se arrependeu de seus atos maléficos e busca o perdão. Mas o que o futuro lhe reserva? Será preso perpetuamente como um rato de laboratório mesmo? Há a possibilidade de escapar dessa?

Outro ponto importante de destaque é quando Toichiro diz a verdade sobre sua relação com Serizawa. Foi cruel declarar de modo tão repentino que o mesmo estava somente sendo usado, no entanto isso serviu para o amadurecimento do próprio rapaz. Surgiu como um aviso, uma exortação e um conselho.

Ao que parece, ninguém estava realmente atrás de Reigen. O motivo real da explosão em sua casa foi comicamente anunciado sendo por conta de um curto-circuito. Isso foi hilário, demonstra o quão superestimado é o mestre de Mob.

De todo modo, penso que a série teve um findar tranquilo demais. Não leio o mangá, mas imagino que tenham mais palavras não ditas por aí. Espero que as mesmas sejam publicadas em forma de animação para nosso esperançoso deleite.

Por fim, finalizo este com o título de uma peça de Shakespeare: All’s Well That Ends Well (Tudo está bem quando termina bem).

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