Shoumetsu Toshi – Lost 2: A Missão – Primeiras impressões
Não, esse anime não tem nada a ver com a popular série Lost que teve muitas temporadas e um final odiado por grande parte de seu público. Se eu estiver errado me corrija, por favor, pois de perdido já basta eu na vida.
Shoumetsu Toshi é originalmente um jogo de celular que ganha um anime agora na temporada de abril de 2019 e é produzido pelo famoso estúdio Madhouse – enquanto o popular One Punch Man foi parar nas mãos do J.C. Staff.
Foi uma boa decisão? Não sei, nem sei o que levou a isso, só o que sei é o que achei dessa estreia. Vamos ver se essa animação faz jus a história desse estúdio?
Antes de mais nada, sei que todo estúdio costuma entregar trabalhos bons e ruins e que nem sempre um roteiro bom significa boa produção, vice-versa, mas o que fazer quando quase nada se aproveita?
Shoumetsu Toshi teve uma estreia tão ruim que me agarrarei forte ao fato da Kana Hanazawa dublar a protagonista para continuar assistindo, mas seria ruim de fazer artigo dele toda semana. Ruim feito ele.
Mas vamos lá, eu entendi que aconteceu um evento sobrenatural ou algo do tipo em uma cidade do Japão e isso abriu um espaço enorme em que há o mais repleto nada e do qual apenas a Yuki, não a neve, a protagonista mesmo, se salvou. Milhares de vidas humanas foram perdidas em tal desastre.
Não sei se foi má vontade minha ou se a personagem realmente foi ruim, mas não consegui gostar da protagonista, apesar de não ter achado o trabalho da Kana ruim. Ela teve poucas falas e não passou a emoção que eu esperava e nem como.
Ela pareceu ser muito carregada pelo roteiro, chorava quando era conveniente e até na hora de buscar um tempo só seu foi muito mórbida. Seu sofrimento não me pareceu verdadeiro, como se seguisse uma cartilha de como ser deprê e nenhum pouco interessante.
Em compensação o protagonista Takuya já é alguma coisa, ele tem suas convicções, é gente boa. Sua filosofia de vida é simples e não é tão difícil imaginar porque ele decidiu acompanhar a moça.
Eu não duvido que ele também tenha interesse no evento e nos desdobramentos dele, mas só o que é certo é que ele fará de tudo para cumprir seu trabalho. Contudo, é claro que surgiriam uns problemas, né?
O modo como eles fogem da instalação não é exatamente tão ruim, mas apenas um rapaz conseguir driblar a segurança e fugir em uma lambreta – aquilo é uma lambreta, né? – me parece tudo menos convincente.
De novo, a garota sair um pouco para espairecer sozinha não achei tão absurdo, mas o timming foi o pior possível e pior ainda, ele a encontra do nada. Então procurá-la não era problema?
Outra coincidência que incomoda um pouco – mas bem menos, é verdade – é o contato dele estar do lado dos vilões. Na verdade, o problema mesmo é a identidade do grupo. Quem são? O que fazem? E inda pior, custava tentar dar alguma explicação sobre os poderzinhos que dão as caras?
Parece que a situação é a seguinte, a garota também desenvolveu poderes por causa do incidente, mas não sumiu e agora a organização daqueles que também ganharam poderes por causa daquilo, sabem o que está por trás daquilo e estão usando esses novos recursos para propósitos obscuros quer ela. Precisa dela.
Ela é a chave, mas para que ou exatamente como não é um problema não sabermos agora, o que me incomoda é a estreia ter sido mais correria que explicação. Dava para ter equilibrado melhor isso, ter feito a personagem parecer interessante, não ter apenas jogado elementos sobrenaturais na tela.
Do nada a garota saca um Stand contra um inimigo que pensei que ela já tivesse derrotado e qual seria a explicação para isso? Deve ter, mas duvido que seja boa.
Melhor ainda, o cara age como os servos de Fate e ativa um poder especial de forma conveniente. Aliás, ele não, a imagem dele que ela invocou e usou inconscientemente. Então ele já está morto? Porque o pai não parece estar e o “irmão” então…
O que eu devo tirar do irmão, ou quem quer que ele seja, dela estar com os vilões? Aquilo ocorreu do nada e tirando a cena suspeita da amiga do piloto de fuga nada dava indícios de que aquilo ocorreria. Foi o desperdício de um momento que poderia ter sido bom de algum jeito se tivessem o trabalhado, sem pressa para justificar uma cena de impacto.
No final a fuga que já parecia idiota, seria impossível não fosse os poderzinhos misteriosos dela, acabou de maneira abrupta, com uma cena sem precisão, afinal, a gente sabe que ele não vai morrer no primeiro episódio. Só se voltar como um Stand, talvez?
Não, não deve demorar e eles se reúnem de novo seguindo até “Lost”. Há algo sinistro acontecendo, eu sei, mas confesso que meu interesse foi minado pelo jeito como a trama foi desenvolvida, com as saídas convenientes e os personagens rasos que fazem a situação toda beirar a vergonha alheia.
Não é só isso, a produção também foi meia boca, bem preocupante para uma estreia mesmo. Boogiepop foi o anime do estúdio na temporada de inverno e apesar de ter exigido pouco foi consistente, bem-acabado o tempo todo.
Shoumetsu começa medíocre e usando muito CG, às vezes até em cena sem muita justificativa. Para cenários, objetos em movimento e até algumas movimentações eu entendo, mas foi um pouco além disso e esse é um cenário preocupante. O design é bonito, mas a animação…
Enfim, se a intenção de uma estreia é fazer o público ficar vidrado na história para vê-la outra vez, ou a equipe de produção do anime quis inovar e fazer o contrário ou só falharam vergonhosamente. Até me interesso por saber mais dos mistérios que cercam a obra, mas, se todo episódio for assim eu não sei nem se conseguirei chegar até o fim.
Falta organização e trabalho de personagens a Shoumetsu e, principalmente, falta inteligência para dispor melhor os elementos que tornariam a trama instigante!
Não foi, não funcionou comigo, honestamente, espero que ao menos tenha conseguido divertir você.