Terra Formars é uma obra publicada pela revista Young Jump desde 2011. Conta com vários spin-offs, duas temporadas em formato anime (Terra Formars e Terra Formars: Revenge) e dois OVAs. Seu mangá é publicado aqui no Brasil pela editora JBC e a obra conta com mais de 200 capítulos. Já sobre o filme, a história se baseia no primeiro arco do mangá (que corresponde ao capítulo 1 que é bem grande), em que temos a segunda expedição enviada para Marte que acaba sendo um fracasso, assim como a primeira.

Logo de início eu levei um susto. Fui ver o filme e o mesmo estava dublado em português. Eu realmente não esperava isso e nem sabia que o filme tinha recebido uma dublagem e que havia sido comercializado por aqui. E ok, eu vi dublado mesmo e não foi uma experiência ruim e mesmo que fosse, não iria superar certos detalhes do filme. Para essa produção ocorreram mudanças (essas já esperadas) na questão da nacionalidade dos personagens. No original nós temos um elenco composto por pessoas de vários países e no live action temos apenas japoneses.

E sinceramente eu sou uma pessoa que é contra esse tipo de prática. Acho que tira o brilho da história e claro, quando o mesmo acontece em uma produção dos Estados Unidos a reclamação é a mesma. Inclusive, é uma prática que também aconteceu no péssimo live action de Shingeki no Kyoujin. Enfim, o ponto é que essa foi a primeira das escolhas ruins da obra, por outro lado, é uma mudança que você acaba não sentindo de verdade pois no final das contas os personagens que realmente importam eram japoneses mesmo… ou quase isso.

O filme foi mal nas bilheterias japonesas e arrecadou apenas um terço do esperado. Caso fizesse sucesso teria uma sequência e o problema disso foi a forma como adaptaram. As motivações dos personagens é praticamente a mesma e os eventos no geral são parecidos, mas a forma como o filme termina é um tanto quanto bizarra e que atrapalha uma possível sequência. Se tivesse que resumir sem dar grandes spoilers, daria para “dizer” que uma personagem que já estava morta surge em sua forma inseto e no fim explode (até tem uma explicação para isso), matando as baratas que estavam ali.

E isso não é a parte mais curiosa porque temos o famoso (não por ser bom) CG usado em filmes japoneses. Geralmente eles estragam de uma forma incrível e nesse filme, até que dá para engolir. Primeiro que as baratas eram feitas usando o CG e por isso, deveria ficar decente o máximo possível para que não atrapalhasse o aproveitamento do filme. E de fato não atrapalhou, afinal, o trabalho até que foi bem feito e as baratas ficaram com um visual bem interessante, diferente do visual dos atores que ficou bizarro no geral.

E sobre isso eu gostaria de comentar que ficou difícil gostar dos visuais. No geral, o filme não é a coisa mais linda do mundo, mas sério, a forma inseto é em sua maioria péssima, isso sem contar que em alguns momentos nem dá para ver com clareza. Um exemplo disso foi quando houve a primeira transformação, pois ela aconteceu num espaço onde estava ventando ao ponto de ter uma espécie de neblina de areia e isso por si só foi capaz de atrapalhar por completo as tentativas de ver como ficava. Isso tudo sem contar com os penteados mega caricatos de alguns personagens que ficava claro que aquilo era artificial.

Enfim, o filme segue uma linha similar ao original no que diz à violência, com direito a cabeças voando e afins. É uma história diferente mas fundamentalmente igual, em que temos adaptações para que se enquadre melhor na proposta de ter uma tripulação 100% japonesa sem deixar de lado o original. Algumas mudanças são até interessantes, mas como citei anteriormente, elas mais atrapalham do que ajudam. E no fim das contas temos um filme que justifica o “fracasso” que foi nas bilheterias (arrecadou em torno de 1 bilhão de ienes e era esperado 3 bilhões) mesmo não sendo tão ruim assim. É um filme mediano que pode ser bom para passar o tempo e ver umas baratas fazendo coisas realmente assustadoras.