Lupin III

Bom dia!

Ou: Por que ler mangás clássicos.

Ou na verdade serve para qualquer tipo de mídia. Mas o foco aqui são animes e mangás, e nesse artigo em particular vou concentrar os exemplos em animes.

A ideia para esse editorial veio das infelizes notícias sobre as mortes dos mangakás Monkey Punch, mais famoso por Lupin III, e Kazuo Koike, mais famoso por Lobo Solitário.

A morte de uma pessoa é sempre uma tragédia. Sendo duas pessoas importantes para a história do mangá e do anime no Japão, dado que suas obras são inequivocamente clássicos, é também um momento de pesar para toda a indústria e aqueles que com ela se importam ou ela acompanham.

Ao invés de uma eulogia, porém, e notando a minha própria ignorância sobre as obras desses autores, decidi escrever um artigo sobre a importância dos clássicos e porque deveríamos assistir ou ler essas obras.

 

Lobo Solitário

 

Eu nunca li Lobo Solitário. Tenho curiosidade há muito tempo, mas nunca tive a oportunidade certa para isso. Há tanta coisa para ler e assistir. Quanto a Lupin III, eu tentei assistir a parte IV: Aventura Italiana, quando foi transmitida em 2015, mas foi uma temporada complicada na qual eu abandonei metade dos animes que estava assistindo e, pois é, Lupin esteve entre eles.

Esse ensaio é, pois, em parte um mea culpa, um voto de que pretendo dar mais atenção aos clássicos também, ao invés de assistir indiscriminadamente qualquer coisa. Ainda assim, tenho os animes de temporada, sempre assisto vários, então é mais uma intenção e um conselho do que um chamado para ação.

E está tudo bem assim.

Em Why Read the Classics? (Por que Ler os Clássicos), Italo Calvino escreveu (se referindo à literatura, mas creio que o conceito se aplique a qualquer mídia), afinal, que escolas e universidades deveriam nos ajudar a entender que não há melhor forma de ter contato com os clássicos do que o contato direto, mas ao forçar resenhas, comentários e críticas o efeito final é o oposto.

E sobre o momento ideal para ler um clássico, logo no começo do ensaio Calvino destaca o quanto a maturidade é importante para apreciar os clássicos. Quando somos jovens, simplesmente nos falta conhecimento e experiência suficientes para a tarefa.

Esses dois pontos destacam o quanto é importante o contato na hora certa e nas circunstâncias certas. Por isso não vou escrever aqui para você ir agora assistir ou ler um clássico do anime ou mangá. O objetivo do meu ensaio é apenas defender a importância de que, no momento que julgar melhor, você faça isso por sua própria volição.

Mas o que é, afinal, um clássico?

 

Akira

 

Em seu artigo Why it’s still worth watching the anime classics (Por que continua valendo a pena assistir animes clássicos), especificamente sobre animes, bem mais curto que o de Calvino, Lauren Orsini, do Otaku Journalist, dá uma pista.

Se um anime é antigo, diz ela, e mesmo assim o público ainda se excita, provavelmente vale apenas assistir mesmo hoje. A razão pela qual clássicos não saem do inconsciente coletivo é porque eles ainda se sustentam.

Isso é parte do que defendeu Calvino. No segundo de seus 14 itens, ele escreveu:

 

Usamos a palavra “clássicos” para aqueles livros que são queridos por quem os leu e amou; mas não são menos queridos para aqueles que tiveram a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para aproveitá-los.

 

Como pode notar, esse ponto é todo sobre gosto, e gosto pessoal. Se muitas pessoas gostam, e se essa adoração se mantém mesmo com o passar do tempo, é razoável assumir que estamos tratando de obras que têm algo a mais. Que são especiais, que são boas.

Um exemplo de anime clássico é Túmulo dos Vagalumes. Não é apenas um anime muito bom, por sua estrutura narrativa, a qualidade do enredo e os valores de produção, como é também um anime relevante.

Outro exemplo desse tipo é outro filme da década de 1980, que é usado como exemplo no artigo de Orsini: Akira. E aqui a coisa fica um pouco nebulosa: eu, como ela, embora por motivos diferentes, não sou muito fã de Akira, por assim dizer. Não obstante, eu gostando ou não, o filme anime de Katsuhiro Otomo é um clássico.

É preciso tomar cuidado com a ênfase dada ao gosto pessoal porque se tudo dependesse só dele talvez nada pudesse ser considerado clássico, e viveríamos um presente eterno em que nada dura para além de suas fanbases, e só até que elas encontrem algo melhor. A realidade, porém, mostra que as coisas não funcionam assim. Uma obra particularmente divisiva, quando falamos de gosto pessoal, mas que sem sombra de dúvida é um clássico, é Neon Gelesis Evangelion.

 

Neon Genesis Evangelion

 

Eu gosto de Evangelion. Você já assistiu? Talvez não goste. Muita gente não gosta (ou, pelo menos, muita gente gosta de dizer que não gosta). Mas um clássico não depende só de gosto, e Evangelion tem algo a mais.

É um anime relevante para a história de seu gênero, do estúdio Gainax, que produziria vários outros animes importantes, foi um dos animes pioneiros que estouraram no Ocidente nos anos 1990, e mesmo tendo inventado pouca coisa, com o peso de sua influência muitos tropos, e em particular a narrativa mais sombria, se popularizaram graças à Evangelion. Mais de uma geração de mangás e animes mais recentes podem ter as origens de suas ideias, clichês e narrativa rastreados até esse anime de 1995.

Contando com personagens complexos, cuja interação é vital para o desenvolvimento da trama, pode-se dizer que é uma história em que sempre percebemos algo novo cada vez que a revisitamos. Não por acaso o próprio Hideaki Anno está fazendo isso, com a série de filmes Rebuild of Evangelion.

Isso, sempre descobrir algo novo ao revisitar, é exatamente o que Calvino definiu em seu item 6.

Exemplos mais óbvios de histórias que sempre tem algo novo a contar são as franquias que literalmente continuam contando novas histórias ao longo das décadas, como Mobile Suit GundamGegege no Kitarou.

 

Mobile Suit Gundam

 

Noutros casos, a influência do clássico transcende a mídia, tendo efeitos mensuráveis no mundo real. Astro Boy foi o primeiro anime de uma grande lista de obras sobre robôs, e não terá dificuldade em encontrar quem defenda que o gênero em geral e Astro Boy em particular foram importantes para o desenvolvimento tecnológico e da robótica no Japão.

Slam Dunk ajudou a popularizar o basquete no Japão, a ponto de seu autor, Takehiko Inoue, ter recebido um prêmio da Associação Japonese de Basquete pelos serviços prestados paro o esporte.

Mas que se note que as influências de um clássico na cultura e na sociedade decorrem do fato dele ser um clássico, e não que ele se torne um clássico por causa de suas influências na cultura e sociedade. Em outras palavras: é preciso ser bom primeiro.

E aí, em que pese ser perfeitamente possível, plausível, e até mesmo necessário, aferir de forma objetiva a qualidade de uma obra de arte, isso não implica que necessariamente todo mundo irá gostar dela. Daí que alguns animes, mesmo clássicos, sejam, à exemplo de Evangelion, tão divisivos.

Isso não é problema nenhum, porém. Cada um tem seus clássicos pessoais. Aquelas obras que, clássicas, ressoam conosco mais do que outras, clássicas também ou não. Do mesmo modo que não faz sentido nos forçarmos a assistir ou ler os clássicos, tampouco o faz forçar-nos a gostar deles.

Esse fator subjetivo da relação entre o espectador/leitor e um clássico torna difícil explicar o que um clássico em particular tem de especial, porque a forma como ele ressoa comigo pode não ser a mesma que ele ressoa com você. Daí a importância de ir para o original ao invés de ficar apenas lendo sobre.

Mas mesmo o resultado disso é positivo. Calvino escreveu em seu ensaio, no nono item:

 

Clássicos são livros que nós achamos mais originais, estimulantes e inesperados ao ler quanto mais achávamos que os conhecíamos por ouvir falar ou conversar sobre.

 

Eu tenho certeza que isso é o que muita gente sente ao assistir Cowboy Bebop pela primeira vez, o clássico character driven de Shinichiro Watanabe. Sentimento semelhante é o de quem assiste Legend of the Galactic Heroes, ainda mais antigo e que todo mundo com alguma bagagem em animes e que gosta de space operas pelo menos já ouviu falar.

A trama política de Legend of the Galactic Heroes não é exatamente algo nunca visto em outras obras ou mesmo na vida real. Como Calvino diria em seu oitavo item, um clássico não necessariamente nos ensina algo que já não soubéssemos de antemão. No caso da série de animes inspirada na obra de Yoshiki Tanaka, é o drama humano que comove, como sói acontecer em boas histórias de guerra com moralidade cinzenta.

A quem se concentra nos aspectos políticos ou estratégicos de Legend of the Galactic Heroes, porém, ou talvez até mesmo para quem dê atenção às escolhas subjetivas de seus personagens, pode ser impossível concordar sempre com a visão do autor. Gostar, mas se incomodar. Concordar e ao mesmo tempo discordar. Isso é algo que pode fazer um clássico marcar profundamente quem o consome, e é o objeto do item 11 de Calvino:

 

O seu autor clássico é aquele que você não consegue sentir-se indiferente, aquele que o ajuda a definir-se em relação a ele ou até mesmo em disputa com ele.

 

Os clássicos não são apenas subjetivos, porém. Se assim fosse, estaríamos de volta à questão do gosto, e não haveria clássico algum. Uma pessoa em particular provavelmente não vai gostar ou se conectar de alguma forma com todos os clássicos a que for exposta, mas mesmo assim clássicos são universais.

Um clássico é, em alguma medida, uma obra fundadora. Ao ler ou assistir um clássico (ou mesmo um não clássico), aquele que tiver conhecimento sobre os clássicos saberá onde posicioná-la na árvore genealógica. O conteúdo desse parágrafo é uma ligeira modificação (ampliando o sentido) do que escreveu Calvino em seu décimo segundo item.

Aqui, exemplos se tornam muito interessantes – pelo menos para mim, que gosto de classificar as coisas. Tome por exemplo um anime da temporada atual, Hachigatsu no Cinderella Nine, sobre beisebol feminino.

Mesmo sem ter assistido, eu imediatamente noto sua relação com Princess Nine, uma anime de 1998 com uma proposta mais ousada: uma equipe colegial feminina de beisebol desafia o status quo ao competir no badalado Koushien, o campeonato colegial (e masculino) de beisebol japonês.

 

Princess Nine

 

Até mesmo o nome de um é reminiscente do outro. “Cinderella” Nine ao invés de “Princess” Nine. Mas espere: Princess Nine não é o primeiro anime sobre garotas/mulheres jogando beisebol contra homens! Em 1977 estreou Yakyuukyou no Uta, em que a protagonista (que queria ter se tornado veterinária) é escolhida para jogar em uma esquipe profissional masculina de beisebol.

A mídia tem história, e os clássicos nos ajudam a contá-la.

No final das contas, como já enfatizei mais de uma vez nesse ensaio, os clássicos que vão ressoar com cada pessoa são diferentes. Há um peso subjetivo que não se pode ignorar.

Não obstante todos serem clássicos, não obstante a importância dos clássicos, não dá para ordenar a alguém ou ordenar-se que assista, leia ou goste de um clássico em particular.

Ao mesmo tempo, clássicos são obras transcendentais, e por isso não se faz justiça tentar atribuir-lhes um valor utilitário.

Assistir ou ler um anime ou mangá clássico não deve ter outro fim senão a apreciação do próprio clássico em si, sob risco de perturbar a experiência, tão necessária para que se bem aproveite um clássico.

 

Cowboy Bebop

 

E também por isso, mas não por isso, não se deve confundir clássico com nostálgico. Nostalgia tem uma função muito bem definida, e ela não é transcendental. Um clássico nos leva para outro lugar, para um mundo que ele próprio criou, enquanto a nostalgia nos leva para um momento específico do passado de nossas próprias vidas – geralmente infância e adolescência, que para piorar são momentos da vida em que não estamos ainda aparelhados para consumir devidamente muitos clássicos.

Concluindo, assista os animes clássicos. Não agora, não amanhã, não estou realmente dizendo para ir lá assistir, mas quando puder, quando quiser, assista.

 

  1. Uma matéria pra homenagear os que trouxeram alegrias com suas obras e personagens, fugindo do padrão de só falar de suas histórias e mostrar, por exemplos vistos ou não, a importância de assistir animes clássicos. Gostei do conteúdo e é bem a sua cara, parabéns!

    “Lobo Solitário” conheço pelos tantos que falam de sua importância aos mangás, interesse de ler, não,mas reconheço seu valor; “Lupin III” também o conhecia de fora, só tive contato mesmo a partir dos seus crossovers com “Detective Conan”, também clássico para animes/mangás policiais (tem resenha deste crossover no Animecote), vendo o estilo do mais clássico dos ladrões de animes, já em 2018, assisti “Lupin III: Part V” e te digo, que anime maravilhoso, eles conseguiram alterar a fórmula episódica das séries anteriores – ainda está lá, nos episódios isolados – com a modernização e uso de pequenos arcos que intercalam uma grande trama, dando uma identidade que não perde sua essência e a identidade dos seus personagens, vale dar uma chance e espero que sigam por esta vibe.
    Concordo que pra assistir animes clássicos, devemos ter uma mentalidade mais aberta e madura, claro que, nem tudo que dizem ser clássico conseguimos acompanhar ou nos identificar. Sou das que quero me identificar com o contexto da obra, caso não consiga ou não é a minha cara, ignoro e aceito o que dizem, até pra não dizer que odeio literalmente a obra em si. Ah, também não curto “Akira”: lembro que vi o filme na Band, anos atrás e saí mais confusa do que nunca, não fui mesmo com a cara deste, diferente de “Ghost in the Shell”, que vi este ano e até que gostei da trama e personagens.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá Escritora, tudo certinho?

      Então, a ideia original era escrever sobre os autores mesmo, mas daí percebi que eu mesmo não tinha lido ou assistido nada deles, e senti a hipocrisia pesando no lombo 😛

      Acho que todo mundo que já tenha algum contato mais profundo ou duradouro com a mídia sente, intuitivamente, que há obras mais importantes do que outras. Eu só não sabia como expressar isso, como explicar, então pesquisei, trombei com aquele ensaio do Italo Calvino e tudo fez sentido. Segui mais ou menos (mais pra “menos” do que pra “mais”) a estrutura dele, colocando exemplos conforme eu os entendia, e reafirmando os pontos importantes, como aqueles sobre a maturidade, a importância de ir direto ao original, a parte subjetiva e a diferença entre clássicos e nostalgia.

      Eu gosto do mangá de Akira, mas do filme, em que pese ter mesmo uma animação deslumbrante, eu não gostei. Acho que essa é a opinião de muita gente. Ghost in the Shell, por outro lado, me parece bem mais próximo da unanimidade – pelo menos o filme, porque o mangá quase ninguém leu. Gosto muito.

      Obrigado pela visita e pelo comentário! 🙂

  2. Olá peoples!!! Essa do “Mexicano” pegou na veia…Acho que aí vai uma humilde contribuição deste que vos fala…Bem acho que todo mundo aqui começou a gostar de anime desde a tenra idade então o status de clássico varia de um para o outro. Pq o que eu acho que algo se torna clássico, quando ele vem numa aura de sua juventude, essa mesma que vc percebe que se esvai como grãos de areia solta num punho fechado. Da minha infância foi inesquecivel Paaman (Superdinamo só em PB), Gozula (o original teve uma reedição nos anos 80/90 que já não achei tão boa), Speedy Racer (que definiu minha carreira) e Sawamu (Kick no Oni que só mais tarde era uma anime bio de Tadashi Sawamura uma pessoa real)…Assisto-os de vez em quando, logico que não é mais pela obra em si e sim pela ambientação que elas lhe trazem…E aí vem digamos uma “dieta” no consumo…Nos meus vinte e poucos anos vc vê Gunsmith Cats (anos 80 peoples anos 80) e Star Blazers (que eu comparava muito com Galactica e Jornada na Estrelas) eram assistiveis, mas digamos mais formulaicos (sempre a mesma ambientação se série policial americana da mesma epoca) e aí vem o “mindblowing” de Akira em que vc ficava embasbacado (a coleção da Abril publicada por aqui vinha em formato comix americano com todo o enquadramento refeito para estilo ocidental que fazia demorar muito para um numero chegar as bancas, não amiguinhos não tinha a mangakalot ou a union para curtir demorava de 15 e 15 dias para chegar um numero novo que era finissimo em 10 min vc acabava de ler o numero…Era sempre uma sensação de abstinência constante) e quando fizeram o anuncio do filme muita gente teve a entropia alterada!! Só no trailer vc já tinha uma sensação maravilhosa do que estava por vir….Em mundo numa epoca que haviam poucas animações digamos mais adultas (o universo disney ainda mandava!) AKIRA foi um balsamo…Sei que muita gente reclama do roteiro, mas é que na epoca não tinhamos o manga completo (e eu só fui te-lo muito tempo depois em volumes americanos adquiridos muito tempo depois). E aí começou a Otomomania….Se procurava em qualquer lugar qualquer coisa que esse cara fazia e chegava a nivel de culto!
    E vc vai envelhecendo mais e aí aparecem Ghost in the Shell, Ghibli (que assisto sem muito compromisso, mas sempre acabo gostando) os primeiros Satoshi Kon (Perfect Blue) e láááá na frente um Mamoru Hosoda e mais 5Kms adiante (e não por segundo) aparece o Shinkai (Garden of the Words masterpiece!!!)

    E todos para mim são arte…E ainda quero o “robô cópia” do Superdinamo….Para esse Natal!

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá James, tudo certinho?

      Italo Calvino fala em seu ensaio sobre os clássicos a que temos contato primeiro quando somos jovens – mormente, para destacar a importância de revisitá-los na maturidade. É só aí, então, que estamos dotados de conhecimento e experiência, as ferramentas necessárias para identificar um clássico.

      No mais das vezes, não tem idade certa para termos contato com um clássico, e eu particularmente adoro pesquisar coisas mais antigas para assistir, só não o faço mais por falta de tempo mesmo. Como escrevi em meu artigo, os animes da temporada me consomem bastante.

      Quanto à Akira, é impressionante como ele é bem mais divisivo do que parece à primeira vista. Eu li o mangá que foi lançado aqui. Ele foi lançado pela Globo, não pela Abril, cuidado que a idade está te alcançando! 😛 Foi colorizado pela Marvel nos EUA, quando foi publicado lá, porque é lógico que os americanos de então acreditaram que uma HQ em preto e branco não venderia para o público americano.

      Infelizmente minha coleção está incompleta. Os últimos volumes são impossíveis de encontrar por preços razoáveis.

      Obrigado pela visita e pelo comentário 😊

  3. E eu vi o lançamento (agora não me lembro se era um dos primeiros simultaneos de manga com o Japão ou já se era a versão americana) que foi Jojo…Caras os primeiros numeros eram puro surrealismo Daliniano…Isso foi em 87/88 muitos adquiriram pouquissimos foram até hoje…Mas é isso aí boa semana a todos!

  4. Se tivesse que dar uma resposta para o título do artigo, os animes clássicos são mágicos, muitos deles ficam na memória durante muito tempo.

    Como sou demasiado jovem, não tenho a bagagem cultural do mestre Mexicano e muito menos do prezado James, mas admito que nos últimos dois anos comecei a sentir uma atracção por animes mais antigos, em especial os que saíram nos anos 70 e 80.
    Tirando os filmes do estúdio Ghibli que eu amo do coração, o primeiro anime que vi dos anos 80 foi Akira e lembro-me como se fosse hoje, foi uma experiência diferente de quase tudo que tinha visto até então (do filme adorei a arte, em especial os backgrounds, mas a história essa, não me conquistou muito). Os anos 80 como um todo foram riquíssimos em animes de qualidade, o mítico Legend Of The Galactic Heroes estreou nessa altura, um space opera que amo do coração, ao ponto de o achar no mesmo nível de Uchuu Senkan Yamato, o primeiro space opera que incendiou o meu interesse para os animes que se passam no vasto espaço. Nessa mesma década, sai o anime que eu considero um dos pilares do estúdio Gainax Top Wo Nerae! Gunbuster, um anime que me fez gostar um pouco mais dos robôs gigantes. Por fim, falando dos anos 80 não poderia esquecer de mencionar Hotaru no Haka, uma das obras-primas do já falecido Isao Takahata e do estúdio Ghbili, um filme que faz emocionar uma rocha. Como extra tenho que citar Kidou Senshi Patlabor, um anime divertido e que usa robôs gigantes de forma mais realista, se comparado com outros animes de mecha que saíram antes.

    Os anos 70, dai vi poucos animes, mas os que vi me marcaram de forma positiva, em especial Versailles no Bara e o primeiro Gundam, o pai de todos os animes mecha da actualidade. Versailles no Bara é uma jóia da era de Ouro dos animes, para a sua época teve uma animação bem decente, mesmo que usando muitas imagens estáticas (que sempre foram extremamente bem desenhadas) e com uma história que deveria servir de exemplo quando se mistura história real com ficção. Já Gundam 1979, esse me enganou bem, já sabia por alto do que se tratava a história, pois já tinha visto alguns animes da franquia, mas a história de Gundam 1979 é demasiado complexa para o público alvo da época em que saiu. Não posso esquecer que os anos 70 tiveram animes que marcaram a minha infância, como Heidi, Marco e Abelha Maia e claro, o primeiro Uchu Senkan Yamato (que ainda não tive chance de terminar, infelizmente).

    Por fim, os anos 90, em especial 1995, ano em que nasci, esse ano teve 2 animes que me marcaram de forma positiva, e um que até hoje me deixa divido. O filme de Ghost In The Shell é um dos trabalhos que mais aprecio do Mamoru Oshii e que vincou e reforçou o meu interesse por ficção cientifica e mechas, até hoje quando revejo esse filme, fico fascinado com a animação que empregaram nele. Romeo no Aoi Sora foi um anime especial para mim, um dos animes que mais gosto dos anos 90, mesmo ele sendo classificado como anime para crianças, a história presente nele se adequa para todas as idades e que nos ensina lições para a vida toda (em especial a amizade e a força de vontade). O anime que me deixa divido que saiu em 1995 e até foi citado aqui, Neon Genesis Evangelion, é um anime que ainda não possuo maturidade suficiente para compreender a maioria das coisas que se passam nele, talvez quando o rever mais algumas vezes, eu consiga ser justo com o anime (e nem falar besteira e parecer um hater).
    Como desfecho tenho que citar dois animes que representam do melhor (em termos técnicos) que os anos 90 nos ofereceram, começando por Mobile Suit Gundam: The 8th MS Team, um dos últimos animes a serem feitos em animação tradicional. Por outro lado Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romatan- Tsuioku-Hen que também saiu em formato OVA, esse representa muito bem a fase experimental da animação digital e sem dúvida alguma o melhor anime que fizeram de Rurouni Kenshin até hoje.

    Como sempre, mais um excelente artigo Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá Kondou, tudo certinho?

      Comecei a assistir anime de verdade depois de adulto. Compulsivamente, há poucos anos. Não acho que eu tenha muito mais experiência que você não, hehe. Em particular, não vi muitos animes do século passado.

      Como prova disso, você citou 16 animes, dos quais eu assisti apenas 5!

      Tenho interesse em assistir metade dos demais, o restante não tenho certeza ainda – sem mencionar alguns dos quais nunca ouvi falar. Você fez um belo apanhado de animes dos anos 1970, 1980 e 1990, que é um excelente ponto de partida para quem chegar nesse artigo e terminar se perguntando “tá, e o que tem de bom para eu assistir?”. Tem tudo isso que você citou e contextualizou 😊

      Obrigado pela visita e pelo comentário!

  5. Grande “Mexicano” e K-San um prazer inenarrável em ve-los por aqui falando de clássicos!
    PUTZ é não é que “dei uma fora” foi pela Globo o release do Akira aqui!! Mas a quem interessar possa…Até hoje só tem DUAS pessoas que eu conheço que tem essa coleção completa em banca lá nos tempos priscos…Me lembro que tinha na livraria Ono na Liberdade (aquela livraria bizarra que ficava atrás de um aviário e de uma peixaria!) da coleção da Kodansha, mas só tinha uns probleminhas: era só em japonês e um precinho bem do proibitivo…Mas acho que depois de Akira nunca mais os americanos se aventuraram a refazer manga em estilo de leitura comics ocidental pelo que sei foi carissimo a adaptação numa epoca que computadores tinham monitores do tamanho de uma maquina de lavar roupa e jatinhos executivos eram mais baratos que eles. E descobriram que quem gosta de mangá gosta dele monocrômico (pq não dá para imaginar Lobo Solitário colorizado!).
    K-San esse seu passeio pela “memory lane” foi deveras tocante…Acho que tanto aqui como aí, quem passou por essas épocas e gostava muito dessa arte tinha que se preparar para uma verdadeira caça…”Olha lá na lojinha x no beco y tem uns Betamax da obra z” era meio coisa de tatica de guerrilha poder ver a obra. Hoje…É uma miriade de obras faceis de obter a preços módicos o dinheiro do streaming está inundando cada vez mais de obras para todos os gostos…Vai haver uma saturação de obras no setor? E bem provavel…Pelo menos em termos de qualidade da maioria delas a queda da mesma ainda não ocorreu…Abraços a todos e esperando nos ver mais por aqui…

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