Olá, esse é o meu primeiro artigo aqui no Anime21. Decidi escrever para expressar o que eu vejo num mundo que eu admiro muito: o mundo dos animes e mangás. Meu nome é Eduardo, mas como uma “marca”, pode me chamar de Mob.

Ataque dos Titãs: Sem arrependimentos é um spin-off do famoso mangá de Hajime Isayama – ambos publicados no Brasil pela editora Panini. Escrito por Gun Sunaaku e ilustrado por Hikaru Suruga, a história foca em Levi, este que teve grande importância no primeiro arco da terceira temporada do anime de Ataque dos Titãs. O jovem ainda é um bandido que, junto com Isabel e Farlan, sobrevive na cidade subterrânea.

Como o termo já sugere, a cidade subterrânea situa-se embaixo da região cercada pela muralha Sina. O interessante é que este lugar coberto com muros é abrigado por nobres de altos cargos, e enquanto isso, o território abaixo de toda essa fortuna é imerso em fome, miséria, desprezo e sofrimento.

Isso é claramente uma reflexão ao total centralismo de poder e, consequentemente, enorme desigualdade. É até normal o abuso do sistema feito por ricos. Os seres humanos já deixaram a coletividade há muito tempo, somos tão individualistas que a pobreza é algo imperceptível.

“Ir além das muralhas é muito igual a como nós costumávamos sonhar em sair do subterrâneo algum dia.”

 

 

Após aceitarem entrar na tropa de exploração por causa desconhecida e duvidosa, os três mergulham numa ânsia de se tornarem nobres — sonho que parecia muito distante. A ambição de sair do subterrâneo é semelhante ao desejo de Erwin, o comandante da equipe que realiza as explorações. O desejo de sair do comodismo de ficar preso em muralhas, como se titãs nunca conseguissem derrubá-las, é algo da mesma proporção do objetivo de Levi.

A relação gera até uma comoção por parte dos novos integrantes da tropa. Isabel cria gosto pela mobilização da tropa, aquilo tudo pode sim fazer sentido. Levi começa a ter indagações sobre seus objetivos, o que de fato ele queria fazer parece tão incompreensível. Farlan é o cara que não liga muito para o objetivo de Erwin, ele sempre está em busca de ser um grande nobre.

“Eu não compreendo a humanidade. Eles acham que perder as suas vidas lutando com os titãs é para o bem da humanidade.”

A expedição testemunhada na história entona que a liberdade, de condição quase inalcançável, é algo que merece um caminho doloroso. Não há do que se arrepender por perder um soldado. O motivo nobre de garantir a salvação para uma nação que, de alguma forma, corre o risco de padecer encravada por dentes de criaturas horrendas, é gratificante.

O valor moral é algo muito imposto nas batalhas. Além de enfrentar tais dificuldades, a tropa ainda se desaponta pela questão de que não possui um grande apoio popular pela causa. O futuro de cada cidadão é bastante subjetivo. É uma sociedade na qual todos “se acham” ignorantes, gananciosos e loucos.

“Eu não sei nada, sempre foi assim…mesmo eu acreditando em minha própria força…mesmo acreditando na escolha dos meus amigos…ninguém saberá o resultado.”

A expedição ganha um momento crítico quando surge uma tempestade, prejudicando toda a missão. Levi se vê entranhado numa escolha. Sua decisão envolvia pegar um documento e, se possível, eliminar Erwin — até porque esse era o seu maior objetivo na tropa —, ou ficar com seus amigos para não perdê-los. Para seu azar, ele escolhe a primeira, que é logo deixada de lado quando estava no meio do caminho, mas infelizmente não houve tempo para ajudar os companheiros. Como o próprio Erwin diz, não seria simples a conclusão do objetivo que o pessoal do subterrâneo tinha em mente. O sacrifício que se tem na liberdade da humanidade pode ser comparado com as dificuldades para se tornar um nobre. Ambos talvez não tenham as mesmas proporções, mas podem ter os mesmos valores entre os envolvidos.

Toda a história de que um parlamentar pediu para que Levi e os outros se infiltrassem na tropa para pegar determinado documento e eliminar Erwin para esconder provas revelam o tom de ignorância e imaturidade dos humanos que vivem no meio de um mundo cheio de desgraça. A ganância em prol da fortuna já se foi um dia caracterizada pelo medo da morte, será então que isso é uma explicação para uma possível “ganância pela liberdade”?

 

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