YU-NO – ep 6 – A causalidade controla tudo
Meus sentimentos sobre esse episódio são mistos, mas continuo achando o anime legal, não ótimo, mas também não uma perda de tempo. Você já esperava pelo que aconteceu? Eu suspeitava, mas a forma como aconteceu me surpreendeu um pouco.
Não prestei tanta atenção a detalhes anteriores que me levariam a supor o que rolou. Já o final me pegou completamente desprevenido, ele foi bem interessante e me deixou, ao menos um pouco, animado para o próximo episódio. É hora de YU-NO!
Espero que não tenha sido só eu que tenha ficado incomodado com a fala da jornalista de que o bad guy, para não dizer lixo humano, do Toyotomi não seria preso, mas, ainda assim, teria uma “punição a altura” que a altura não era porcaria nenhuma. Ali eu já comecei a achar a conversa estranha. Mas pensei, “não, essa mulher é apenas sem noção”, e nem encuquei.
Se o estuprador tivesse terminado só com essa punição ridícula eu teria ficado bem chateado, mas como não foi o caso o que me deixa triste é o Takuya ter aceitado o que ela disse, tendo deixado por isso mesmo. Esses são os valores da sociedade japonesa?
Se um bandido tentasse fazer isso com alguém da minha família só descansaria quando o safado, tendo ele terminado o serviço ou não, fosse preso. Essa banalização de algo muito severo e degradante me incomoda, mas continuemos, não é como se já não estivesse acostumado a visão menos estrita dos japoneses sobre alguns tópicos.
Takuya não é inteligente porcaria nenhuma, mas dá a sorte de ter o dispositivo à sua disposição, e é por isso que as coisas acontecem como quer o garoto que usa o aparato sem pensar que haveriam várias formas dele ficar impossibilitado de usá-lo.
Por exemplo, se ele desmaiasse e fosse preso tendo seus pertences recolhidos. Ele pensou nisso?
Duvido. Em todo caso, não foi uma ideia exatamente ruim invadir o local com a jornalista para achar um jeito de resolver a situação da madrasta dele, o problema foi o garoto não ter dado, em nenhum momento, o mínimo sinal de que suspeitava de alguma coisa! Ele precisou sentir a traição na pele, e só assim, em outro salto, foi capaz de agir.
Não que possa falar muito dele, eu sequer pensei que era armação, mas, depois do que ocorreu com o pesquisador e o subordinado, ele deveria saber que não poderia confiar cegamente em mais ninguém. Quebrar o vidro e pegar a pedra, que, aliás, me parece ser igual as que estão no dispositivo dele, foi algo idiota de se fazer – arriscado demais.
O plano falho de um típico adolescente que tem um grande poder nas mãos, mas não sabe lidar direito com ele, se safando do pior mais pelas “gentilezas” do roteiro que pela consistência de seus próprios esforços. É, somando isso as piadinhas fora de hora e o seu sofrimento estranho ao encarar a morte da madrasta, fica difícil simpatizar com esse menino, torcer por ele.
Ao menos a ideia que ele teve de improviso foi boa. Não é conveniente um vigia noturno ter um comunicador, né, nem incomum que dê um cochilo, então o ato dele em si nem foi o problema, mas a sorte que deu para que aquilo se tornasse possível.
Quanto a reviravolta, olha, eu deveria ter visto isso vindo. E nem digo isso pela vulgaridade da moça, pois atiçar alguém mais novo que já pode responder muito bem pelo que faz – o Takuya tem uns 15, 16 anos, né? – não a torna alguém mau-caráter, só com mau gosto mesmo, mas a conversa que ela e o pesquisador tiveram foi um indício.
A proposta estranha de ajuda – depois dela descer o sarrafo na obra da Geotech e na Ayumi em seu programa – e a entrevista do nada foram outras duas pistas que só tornaram tudo ainda mais suspeito.
Aliás, ela foi até o cômodo ao lado para falar com o Toyotomi e não deixar as digitais. O Takuya não ter se alarmado pensando que havia algo de muito estranho na parada dela para fazer isso só pode ser explicado dessa maneira: ele é um completo idiota.
Okay que ele deixou o dispositivo pronto antes de entrar, mas se ele desconfiava, então por que não tentou se preparar melhor para o pior? Tudo bem, ainda que ele não seja tão idiota por não desconfiar – se ele desconfiava não demonstrou isso direito –, ele é por fazer tudo na base do improviso – como escrevi anteriormente.
Enfim, recordando tudo sobre a personagem, a safada da jornalista ter feito o que fez não foi incongruente, longe disso, e você deve ter pensado nas câmeras de segurança que poderiam entregar suas ações, mas vendo quem a ajudava nem é estranho que não tenha dado a mínima para isso.
Bastava o Toyotomi dar um jeito de apagar as fitas daquela hora, o que para um bandido como ele não deveria ser difícil. Dois pilantras que morreram abraçados, não é mesmo?
Se por um lado me incomoda o fato da jornalista ser vendida como uma das heroínas da história, por outro adorei esse desenrolar, porque ela é uma adulta que desde o começo mostrou atitudes e personalidade dúbias – não só no trabalho que desempenhava, mas na forma como se dispôs a ajudar Takuya –, então faria mais sentido ela ter feito o que fez do que ser a “santinha”.
E é incomum ver uma heroína de anime ser mais uma vilã que qualquer outra coisa. Nesse aspecto o desfecho da situação me parece melhor.
Posso ser bonzinho e pôr parte da culpa do Takuya ser idiota em sua idade, mas acho que ele deveria aprender com seus erros. Espero ver isso daqui em diante, então no fim o episódio não foi ruim, teve alguns defeitos, mas até que eu consegui justificar bastante coisa, né?
No geral o anime está fazendo sentido. Mas e aquele final em que o garoto se comunica com o pai? Como aquilo foi possível? Pois a conversa parece real, não tem como aquilo não ter ocorrido. Como Arima fez para chegar até o filho?
E mesmo antes disso, Takuya vai repetir tudo de novo no mundo original de onde ele veio, mas não o mesmo já que existirão pequenas diferenças? Mas o garoto dos mundos alternativos acessados? E os próprios mundos alternativos, como ficarão?
Eu entendi que o pai dele está nessa tal arvore e que dá facilmente para comparar a existência de mundos paralelos as ramificações, galhos, de uma arvore, o problema é ele ser “puxado” de volta.
Por que isso aconteceu? Por causa da causalidade? Isso não foi meio confuso? No fim, o garoto apenas pegou spoilers do que vai acontecer e ainda nem foi o spoiler certo? Isso está estranho, mas mais estranho ainda é o pai ter conseguido chegar aonde chegou e me incomoda mesmo é o motivo por causa da Ayumi.
Poxa, ela casou com o cara, ele sumiu para ir atrás da esposa supostamente morta e ela teve que cuidar do filho. Que sacanagem, hein! Pelo menos é o que parece sem maiores explicações. Sei que ele pode ter se tocado só depois de casar que não havia esquecido a mãe do Takuya, mas pedir para que a Ayumi continuasse a fazer seu “papel” mesmo sem ser amada não foi bastante cruel? Parece ser.
Espero que não deixem isso de lado, afinal, sentimento é algo importante mesmo na ficção científica, ou no que parece ser uma. Não deve ser negligenciado, até porque o arco inicial existiu para fazer o público simpatizar com a Ayumi, então vai ser uma baita sacanagem a felicidade dela não ter o mínimo de relevância na sequência da trama.
E sobre o que foi explicado pelo pai não acho que há muito mais a se comentar. Vamos ver como o anime se explicará daqui em diante, como ela justificará os acontecimentos até aqui e daqui para frente. Até a próxima!