Cá estamos em mais um episódio leve e expositivo de Gunjou no Magmel, marcando a aparição de uma espécie já conhecida dos aventureiros, mas totalmente nova a nós – sendo bem diferente das criaturas mais animalescas que vimos até aqui -, assim como o retorno de Emilia e companhia ao olho do furacão.

Falando nisso é exatamente assim que começa essa aventura, com um grupo da Estrela Polar – que parece não aprender com as porradas que levam – indo para um ponto no continente conhecido como “Octágono Mágico”, em busca de informações sobre acidentes recorrentes. Achei o lugar bem similar ao “Triângulo das Bermudas”, só que numa versão terrestre.

A diferença maior aqui seria a forma pela qual os acidentes se dão, já que no Triângulo são fenômenos naturais e climáticos, enquanto em Magmel é resultado da interferência dos habitantes daquela zona específica mesmo.

Um fato que me chama bastante atenção é que apesar de permitir que Emilia explore e perambule por aí, o pai dela não ensina o que sabe a garota, a deixando apenas com o conhecimento básico de que o continente é perigoso e ponto – talvez até por isso ela seja tão curiosa. Com isso é comum ver as reações de surpresa e a falta de informação dela em qualquer situação, enquanto todos ao seu redor agem com ciência dos riscos que correm, embora não lembrem disso na hora de aparecer pela área com objetivos duvidosos.

O chamado de ajuda do pai dela mostra que ele não aprendeu totalmente com a lição do episódio 2 – depois de todo aquele susto e o discurso arrependido – incorrendo nos mesmos erros e ainda se fazendo de desentendido. Achei bem engraçado o fato de Inyou ter cobrado o dobro justamente pela tolice dele, pois era um esforço que poderia mais uma vez ser evitado e mesmo assim ele pega e vai adiante.

Outro ponto curioso é que aquela hipótese sobre o protagonista ter algum tipo de rancor para com Shuin vai ficando cada vez mais sólida, primeiro com o aparente desgosto ao falar dele e em seguida com a decisão de triplicar os custos da missão ao ser comparado com seu antigo mestre – isso o professor sequer sabe toda a tensão que existe quando se trata desse tema -, me deixando mais ansioso para descobrir o que se esconde entre eles.

Enquanto a turma da Estrela Polar aguarda o resgate, Emilia se move por conta própria e acaba encontrando o misterioso ser que abateu seu avião, um arborígene da raça Elin e some com ele por um tempo. Quando ela retorna e vê o resgate se aproximando – assim como Inyou e seu pai, que estavam mais atrás -, a continuação da cena levanta algumas questões.

Até que ponto os pesquisadores desse conglomerado conseguem ser tão burros, a ponto de não se lembrar que os Elin moram naquela zona? Tanto o professor quanto o Owens sabiam que eles existiam, então como estavam tão alheios ao eventual ataque?

É bem verdade que eles pareciam não ter um conhecimento claro sobre a aparência física deles, mas imagino que saber sobre eles era mais do que o suficiente para evitar tal situação. Ou então, mesmo se quisessem desafiar o lugar, que fossem preparados para lidar com eles, e não foi o que aconteceu. Começo a ver a idiotice e incoerência desses personagens, como um mero recurso para que os problemas aconteçam e precisem ser resolvidos pelos protagonistas.

Durante a fuga de Emilia e dos soldados, o arborigene demonstra reações apenas para desarmar o grupo, sendo apenas uma criatura pacífica como apontado pela garota – no contato anterior – e por Inyou. Pouco se sabe sobre os Elin e o anime apenas aponta que dentre os mesmos existem outros vários tipos, além de eles possuírem poderes absurdos e uma alta inteligência.

Na luta entre Inyou e o arborígene, logo de começo eu não tinha entendido o porque da escolha dele em materializar flechas para combater, mas aí fica notório que o “inimigo” apenas vai reagindo a aparição das armas – até perdendo a concentração por conta delas – o que culmina com a vitória do Angler.

Nessa parte também tem uma observação, que é o conhecimento que o Elin tinha da existência dos Ractors – vulgo Rakutas, Lectors ou seja lá como traduzem -, apontando o protagonista como um. Penso que ele deve ter conhecido Shuin e confundiu pelos poderes parecidos, mas aí isso me cria uma outra dúvida: porque Inyou é um Angler se possui as habilidades de um Ractor? Seria isso só uma questão de escolha pessoal dele por conta do passado? Gostaria de ter isso clareado em algum momento.

No fim ninguém morreu, todo mundo saiu feliz e dessa vez Inyou se certificou de que não haverá uma segunda vez para a Estrela Polar no Octágono Mágico e espero que obedeçam. Ao longo do episódio uma piadinha que ficou bem recorrente, não era tão engraçada, mas serviu como solução dos problemas, foi a dos marshmellows da Zero. Ela incorporou o Julius e comprou várias caixas de linguiça do produto, dando dor de cabeça para seu chefe e o professor, porém presenteando os sapos super poderosos e o arborígene.

De modo geral não houve nada muito chamativo, além dos poucos pontos que eu citei acima – e nem mesmo isso foi tão relevante assim -, mas não considerei desagradável. Admito que eu esperava um melhor trabalho sobre a existência dos Elin, inclusive cortando algumas cenas desnecessárias e até estendendo essa explicação caso necessário, porém não fiquei completamente instatisfeito com o saldo.

Apesar do anime continuar relativamente disperso e com episódios que mais parecem fillers, eu continuo torcendo para que ele desenrole de vez e chegue em algum lugar, porque mesmo que a diversidade de Magmel e suas espécies mantenham minha diversão e curiosidade em acompanhar tudo, a história e os personagens precisam de fato andar.

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