Gosto desses animes baseados em visual novel porque sempre fica claro quando começa uma nova rota, ainda que a intenção seja não seguir as rotas tão religiosamente, mas encaixar o conteúdo em uma trama maior a ser desenvolvida. Esse é o caso de YU-NO e é a rota da Mio que veremos agora!

Expectativas? Por esse episódio posso dizer que gostei da forma como a história está seguindo, ainda que eu tenha certas ressalvas a fazer. Mio: a garota que entoa ciúmes no limiar do mundo? Veremos!

Você acha que o Arima transou com a Mitsuki? Eu duvido muito. Primeiro, não havia mais clima para isso após a Mio interromper, ainda mais se ele a viu chorando. Segundo, pelo jeito como a Mitsuki se refere a Mio conversando com o protagonista dá-se a entender que ele gosta dela – ou que passou a gostar depois do ocorrido.

Se for esse o caso, então ele é um cão que ladra, mas não morde? É, se for o caso. De toda forma, a Mitsuki percebeu o óbvio e inclusive o proferiu no final desse episódio, e ela não parece ser tão leviana a ponto de tirar a virgindade do garoto sabendo disso.

Não parece, mas eu acredito que na visual novel – um eroge, vale lembrar – eles tenham transado sim, mas esta é a série de TV, então vou me surpreender se realmente tiver rolado algo. Não aparecerem com a desculpa de que foi um mal-entendido pode até dar mais vasão ao erotismo no anime, o que acho desnecessário.

Eles não transaram, vai por mim.

A cena da professora sexy tirando uma com a cara do Takuya não é lá digna de nota, mas, a Kanna ter tido a sua estranha situação pincelada de novo é.

Ela sabe demais, fica se metendo nas conversas em que nem é chamada e tem uma relação suspeitíssima com aquele velho. Desde o começo do anime a personagem está ali comendo pelas beiradas, mas não engrena, nem para o bem ou para o mal e por isso acho que a próxima rota deve ser a dela.

Ou ela vai ficar mais de metade do anime nesse “chove e não molha” quando seu aprofundamento dá a entender que pode destrinchar muita coisa na série?

Espero não estar errado sobre isso e, mesmo que esteja, que sua rota valha o tempo em que a garota ficou de lado, sofrendo sozinha.

Quem quer um doujinshi dela que levante uma das mãos!

Mas já deu de falar das outras mulheres da trama, né? A “estrela” do episódio foi a Mio que, seguindo o mesmo destino traçado a ela antes do Arima voltar, vai estudar no exterior, ao menos até segunda ordem, e por isso deseja desvendar logo o mistério que diz respeito a cidade.

Acredito que seja por curiosidade, mas também para não pensar no que ela deixará para trás; o amor que sente pelo protagonista. Se ele gostar mesmo dela vai cair naquele velho clichê de que os personagens se gostam, não revelam o que sentem devido as suas personalidades; e aí aparece outra pessoa para melar tudo.

Na visual novel cada heroína tem sua rota, então isso nem é exatamente um problema, mas no anime não é bem assim.

Deixando isso de lado, ela foi mais esperta do que eu, isso não é difícil, e descobriu o fio a seguir para desvendar o mistério. Todas as respostas estão no monte, ou ao menos as necessárias para explicar os mistérios que cercam o povo de Takanoamahara, bizarro que é pista de pouso de raios estranhos?

Sim, mas justo na hora em que ela descobre onde escavar a garota tinha que se machucar. Sério?

Okay, foi bom porque deu espaço para a cena final acontecer, e eu não achei ela desnecessária, mas o pai dela também foi incriminado e agora isso embolará tudo; o que aconteceu com a Ayumi foi mais ou menos isso, né?

Ele mereceu.

Então okay, darei um desconto, só acho que a forma que arrastaram a situação para dar margem ao surgimento de mais problemas não convence – não que eu tenha esquecido da imbecilidade que foi deixar documentos ditos importantes na mesa para que o vilão os roubasse, né – e isso até me lembra.

E os problemas da Geotech? E os problemas, que não eram poucos, da Ayumi? Isso vai ficar de lado? É uma diferença tão pequena assim para que tudo não dê tão errado como deu nos outros mundos paralelos?

Enfim, retomando o foco, a Shimazu foi uma personagem bem legal nesse episódio e o questionamento dela sobre a sua importância foi o mais interessante, ou ao menos o mais crível, de um personagem na série até agora.

A Ayumi passou por uma barra pesadíssima e o Takuya também sofreu – ou deveria, pois não deixou transparecer tão bem isso –, mas quem nunca questionou o seu lugar no mundo, a sua importância, a capacidade para fazer algo, tudo isso estando triste por ter que sair de onde não se quer sair, tendo que deixar o amor de lado?

Okay, os dois últimos não devem ocorrer com tanta frequência para todas as pessoas, mas o fato é que ela se questiona e sofre com isso. A saída que ela encontrou? Fazer o que pode com o que tem. Se ela é pequena, agirá para ser grande, ou ao menos chegar perto disso segundo ela mesma.

Ele mereceu 2: A Missão.

O fato de que sua paixão não se concretiza também contribui para isso, para dar vazão a inquietude em sua pessoa, afinal, ela não tem uma zona de conforto, alguém em quem possa se apoiar e pensar que tentar ser grande não é importante para a vida dela.

A tristeza da Mio não é só tristeza, mas também resignação – afinal, ela não vai atrás de reverter o destino indesejado que a aguarda –, decisão – qual foi o modo que ela escolheu para encarar essa situação a gente já viu no episódio – e por que não um pouco de bravura misturada a ingenuidade?

Ela foi corajosa para tentar fazer algo por seu povo, pois, ao partir não ficaria triste só por ficar longe do Takuya, mas também da cidade que ama, o que foi de uma ingenuidade compreensível dada a idade dela.

Ela é insegura, se não fosse já teria se confessado faz tempo. Ele tem dificuldade em ser honesta, se não tivesse teria falado abertamente com seu pai e não esconderia o que sente por baixo de reações duras.

Tsunderes, aliás, são personagens que nunca são apenas a primeira camada, o preto no branco, ao menos quando a personagem é bem construída e esse é o caso da Mio Shimazu. Não à toa o momento final foi bom.

A Mio é a heroína mais fofa de YU-NO, ao menos até agora, confere?

Não sei o que pensar da Mitsuki, pois ela chegou logo falando umas verdades. Talvez com a intenção de ajudar a fazer esse romance ir para frente? Estou sendo ingênuo por pensar isso?

Não sei, a lástima é que agora ele tem tudo é para dar errado visto que os podres do pai da garota foram revelados e ela pensa que foi o Takuya que fez isso. O que não é um pensamento lógico – como o Arima teria acesso a essas informações? –, mas na situação em que ela está tudo parece fazer sentido para ela, menos o lógico, né.

Enfim, a cena final e a verdadeira cena final apresentaram o problema sentimental a ser resolvido e então o objetivo. Que papel o kouhai deles terá nisso tudo? Provavelmente ajudar a piorar ainda mais a situação? Sim, e eu nem o criticaria tanto por isso, mas só se não passar do ponto, né.

É coração partido! Mas, a Mio tem o coração partido e outras males e em nenhum momento isso foi usado como desculpa para que ela fosse uma personagem incoerente. Pelo contrário, diria até que ela é a personagem mais aprazível e bem escrita desse anime, então estou ansioso para ver como a rota dela será resolvida.

As respostas para os questionamentos e novas perguntas ficam para os próximos episódios, como sempre. Até lá!

Delicadeza mandou lembranças…

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