Que episódio divertido! Dedicado principalmente a Zero e a seus novos amigos já previamente apresentados, o anime decidiu fazer um melhor aproveitamento de sua outra protagonista, nos mostrando um pouco mais do que ela busca e quem é, com uma boa dose de comédia e fofura.

Não é de hoje que crianças sonham com a maturidade – ou pelo menos a física -, e a Zero está nesse pacote. Existe nos menores, de modo geral, um forte desejo de se tornar um “adulto” a qualquer preço, já que subtendem que essa posição lhes oferece bons retornos, como liberdade e um corpo mais vantajoso para muita coisa.

No caso da nossa protagonista esse querer está mais vinculado a última opção, principalmente pelo fato de ela se sentir inferior ou preterida em relação às outras mulheres com as quais cruza, ainda que sinceramente eu não sinta isso partir de Inyou.

Ele a trata como uma irmãzinha, parceira de equipe e às vezes como se fosse mesmo uma mascote, como o próprio sugere no sonho que ela tem. O que acontece é que de todo modo existem demonstrações nos outros episódios de que ele se importa bastante com sua amiga, mas isso não parece ser suficiente.

O que a garota realmente almeja? Ela gosta de Inyou para além de como ele os vê e espera que um dia ganhe esse sentimento de volta? Bom, se é isso ou apenas um ciuminho de “irmã” ainda não dá para saber, mas o medo a assombra com gosto, levando a optar pelos caminhos aparentemente possíveis.

Achei bem legal a forma como os personagens de apoio foram introduzidos na jornada de “evolução” dela e muito disso se deve ao papel cômico que cada um assumiu no processo, bem como a relação espinhosa que a protagonista tem com cada um deles – exceto o Deysam, cujo o histórico parece menos turbulento e mais amigável, até pelos agradinhos.

Emilia e o milionário tentaram ajudar fazendo a Zero se sentir melhor através da aparência, mas isso só confirmou para ela o óbvio: eles não tinham bom senso e ela não “poderia” fazer muito com o que tinha mesmo que quisesse, seu eu “adulto” precisava de mais do que uma mudança de roupas e cabelos – que por sinal foram bizarros demais, mas eu adorei aquele penteado das pernas pro ar e a tonalidade escura que por mim teria ficado.

Já que a solução não tava aceitando atalhos simples, o jeito foi cair na ideia do Denden e invadir Magmel atrás do fruto mágico que a ajudaria com seu propósito. Achei curioso que sua ideia foi seu calvário, tornando toda a coisa mais engraçada justamente porque o vendedor agora ia pagar pela própria língua – incluso seus pensamentos com Emilia.

Denden foi o ponto alto da aventura inteira, porque dessa vez ele sofreu sem que eu sentisse pena do que lhe acontecia, tudo era resultado de sua própria “astúcia” e perversão. O bigodudo provou várias frutas com formatos bem únicos, que esticavam diferentes partes do seu corpo, me fazendo rir a cada teste, até acabar na batalha final que eventualmente tinha que acabar acontecendo.

O ataque do monstro que parecia uma versão mais feia e grande do Shellmon viva Digimon, apesar de levar a um clímax bem legal, me causou uma pequena decepção. Tendo em vista as habilidades de materialização que a Zero já tinha demonstrado, eu esperava bem mais dela, ou no mínimo, um melhor aproveitamento desses poderes, mostrando uma nova utilidade e mais versatilidade, mesmo que no final ela não fosse proficiente no combate.

O que ganhei, no entanto, foi o mesmo de sempre, todos sendo encurralados para serem salvos por Inyou ou quase isso. Poxa, produção, agora era a chance da garota brilhar e mostrar que ela não é só alguém que age nos bastidores como um olho, ela pode ser uma linha de frente também na necessidade, já que tem meios para isso – mas como não o fizeram, o jeito é aceitar, quem sabe isso vem num futuro próximo.

No fim o responsável pela vitória não foi o Angler que estava atrás do time, mas a inteligência de todos e o trabalho em equipe do quarteto desastre, utilizando os conhecimentos que adquiriram sobre cada fruta e o corpo de Denden como uma arma poderosa e eficaz – além de divertidamente nonsense.

A Zero não conseguiu o corpo que queria, mas sua aventura a concedeu prêmios maiores, como bons amigos – principalmente a Emília, que certamente cresceu no conceito dela pelo que fez – e a percepção de que ela tem o que precisa de seu parceiro, se desligando de seu complexo.

Devo dizer que esse episódio me agradou bastante e acho que em linhas gerais foi o melhor até aqui – porque eu gosto mesmo é de rir, não me julguem. Outro elemento bem interessante inserido foi o encerramento, que usou novas imagens simulando exatamente uma aventura de todo o grupo pelo continente, mas o que realmente me chamou atenção foi a arte diferenciada e linda, cujo design eu amaria se fosse o atual.

Gostei de toda a sequência de eventos, embora eu realmente quisesse uma abordagem melhor das habilidades latentes da protagonista na luta, mas me contento com toda a diversão que me proporcionaram no lugar.

Obrigado a quem leu e até a próxima aventura!

 

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