Desde o começo da jornada rumo a Isekandar, muitos mistérios cercaram esse lugar por conta do marketing excessivo e da opinião pública. Nossos protagonistas, por sua vez, também tinham as suas particularidades, principalmente Hachi, cuja origem ficou oculta até onde o mesmo conseguiu levar numa boa.

No meio dessa viagem inusitada e bagunçada, dá para dizer que foram poucos – para não dizer quase nulos -, os momentos em que a dupla de protagonistas de fato se desentendeu por conta de seus hábitos e manias, com os quais nenhum deles estava acostumado já que sequer se conheciam antes de decidirem viajar juntos.

O fato é que todo o estresse acumulado decidiu explodir no momento em que eles descobrem que Robi é um empecilho para a entrada em Isekandar. Mesmo com razões rasas, o fato é que a briga teve um rumo intenso e infantil, mas ainda assim serviu para consolidar uma amizade que ignora esses acontecimentos tão pequenos e ainda exerce uma outra função que muda o curso dos acontecimentos futuros.

Robi é uma pessoa folgada, relaxada, e isso ninguém discute, mas Hachi até então vinha suportando por conta do fator amizade e a diversão que seu companheiro o proporcionou até aqui. É fácil de entender o sentimento que impera no garoto porque é algo que faz parte de qualquer convívio, principalmente no meio familiar e ao longo desse tempo é exatamente assim que ambos parecem se ver, como dois irmãos.

Achei bem divertida as picuinhas que ambos armaram para testar a paciência um do outro, sendo bacana também ver o lado B da fita, em que eles recordam os bons momentos ao mesmo tempo. Ikku fica como aquele pai que tenta botar juízo na mente de ambos ao passo em que fica literalmente em cima do muro por não entender o princípio da guerra e não se encaixar em nenhum lado.

Como o amor sempre prevalece eles entram em concórdia numa cena bem interessante e que entrega a chave para a resolução de um dos nossos primeiros mistérios. Apesar de parecer um episódio apenas irrelevante por não explorar nenhuma novidade em si, a ligação que foi construída aqui serviu exatamente para fazer com que ficasse clara a força da amizade deles, culminando no “sacrifício supremo” feito por Hachi – sem que os outros soubessem -, ao quitar os débitos de seu companheiro e se expor aos seus perseguidores no processo.

A chegada em Isekandar é, de certo modo, surpreendente exatamente pela quebra da expectativa prevista. Mesmo ciente que alguma coisa errada aconteceria, imagino que assim como eu muitos esperavam que Isekandar fosse o palco de algo maior envolvendo terráqueos e aliens, talvez conspirações, esquemas escusos envolvendo a sociedade “isekandarística”, mas no fim foi meio que o contrário.

Um lugar simples, de certo modo tosco, e assim como nas palavras do Ikku: “Descaradamente comercial”, isso é esse tão sonhado lugar. Assim como muitos dos outros planetas, ele me chamou atenção pela forte característica terrestre, que mais tarde fica explicada pela presença da Agência de Terraformação – com nossa dupla de cópias já conhecida, Mori e Kodai.

Para além da artificialidade de Isekandar – que rendeu boas cenas -, o que fica destacado pelas sombras é exatamente a continuação do que já tinha sido apontado nas cenas anteriores, pós a resolução do conflito. Enquanto Robi se foca em descobrir que seu sonho foi pelo ralo com tanta falsidade, Hachi selou seu destino e apenas aguarda os momentos finais de sua divertida viagem.

Achei bem curioso que durante esse processo, Yang que corria por fora, não se tocou que seu alvo tinha “pago” o débito, só descobrindo o fato bem depois, o que ainda assim não o impediu de seguir até sua paixão Robi, em outro momento impagável.

No fim, o que Hachi esperava acontece e o exército lunar chega, advinha quem ele é: sim, o Príncipe da Lua. Admito que nessa parte fui pego de surpresa por imaginar que ele fosse ser alguém da realeza terráquea, mas tá valendo.

Agora cabe ao último episódio esclarecer o que está por trás do príncipe Hachi e dar o fechamento a união do trio principal e o grupo de Yang que tanto lutou até aqui – porque sinceramente acho que só ter recebido o dinheiro não me parece suficiente e nem digno para ele.

Comentários