Bom dia!

A animação está melhor? Um pouco. Por hora, enquanto o anime se mantiver nesse nível, sem piorar ou melhorar substancialmente, não vou mais comentar sobre isso ou de qualquer outra forma dar muita importância para o assunto.

As notas dos episódios vão se descolar um pouco da animação também e daí é só eu me lembrar no final de voltar a avaliá-la para a nota da série.

Quanto ao episódio, o arco da vampira já acabou. Tinha potencial para ser mais longo, ela era inclusive um personagem muito interessante, mas foi só isso. Cop Craft irá se sustentar com arcos curtos, algo episódicos, avançando a história principal aos poucos, nos detalhes?

 

 

A vampira era a última de sua raça, exterminada pelos semanianos (a raça da Tilarna) em uma guerra anos atrás. Provavelmente muitos anos atrás, talvez décadas ou mesmo séculos, embora o anime não tenha sido específico.

Em todo caso, foi há tempo suficiente para a vampira possuir conhecimento perdido até mesmo para um mago ancião como o Zelada e para a Tilarna não ter percebido que ela era uma vampira em primeiro lugar.

Como será que é acordar em um mundo desconhecido e no qual o seu povo não existe mais? É uma pergunta quase retórica.

Quero dizer, é claro que é melancólico. Se a vampira não tivesse matado pessoas (e não tivesse mostrado a disposição de matar mais) talvez até fosse digna de pena.

Não que ela tivesse escolha. Seu corpo ressacado estava para ser retalhado. Ela só se defendeu ao matar a primeira vítima. A segunda foi só para terminar de recuperar seu poder. Ela poderia ter matado mais, mas não o fez.

Fica a especulação sobre se ela deixou aquelas pessoas viverem de propósito, por algum motivo utilitário, como a Tilarna suspeitou, ou talvez ela os tenha deixado viver simplesmente porque não precisava mais se alimentar.

Quero dizer, sorvete é gostoso, não é? Mas quando você está de estômago cheio não dá para continuar comendo.

Depois a vampira ainda ameaçaria a Tilarna e o Kei, que a estavam caçando, e matou um zumbi controlado pelo mago que estava tentando manipulá-la.

Será que ela era mesmo um monstro assassino?

 

 

Em sua breve conversa com a Tilarna a vampira diz que a heroína não a entende – no caso, não entende a “fome”, que seria o motivo pelo qual um vampiro suga sangue.

Não que seja legal sequer imaginar a existência de uma espécie que precisa obrigatoriamente se alimentar da sua para sobreviver. Na verdade é bem assustador. Mas talvez seja só isso: medo.

Em todo caso, houve uma guerra e os vampiros foram aniquilados. Se eles queriam tiranizar seu mundo ou se os semanianos estavam apenas irracionalmente assustados não é algo que vamos descobrir tão cedo, se é que vamos.

Qualquer que tenha sido o motivo, uma escolha foi feita, e não foi pela coexistência pacífica. Talvez isso jamais tenha sido sequer cogitado.

Apesar de semanianos não sugarem sangue humano, a relação entre as espécies não parece muito melhor.

 

 

Tilarna foi mais uma vez alvo de preconceito, dessa vez o mais descarado e histérico desde o começo do anime.

Tem uma vampira por aí, a ação rápida da Tilarna permitiu que a polícia reagisse o quanto antes, minimizando perdas humanas, e mesmo assim um superintendente da polícia estava tão frustrado com a situação que descontou tudo na garota, derramando seu preconceito destilado em forma de ódio.

O Inspetor Zimmer, que não é exatamente um exemplo de mente aberta (em seu primeiro encontro com a Tilarna ele insistiu em usar um termo pejorativo para se referir a ela), teve que intervir.

 

 

Até mesmo entre Kei e Tilarna há um abismo que se torna mais ou menos visível a depender da situação. Não há animosidade entre os dois, mas algo impede que se relacionem de forma mais franca.

Talvez falte apenas compreensão. Por exemplo, talvez não pedir desculpas seja só o jeito do Kei, sem nenhuma má intenção, mas a Tilarna não entende isso e já deixou claro que não entende, e daí é o Kei que, em troca, não entende que está magoando a garota.

Para ser razoável, nessa circunstância ele talvez até entenda, porque é óbvio demais. Ele só não consegue, por algum motivo, tomar alguma atitude para esclarecer. Talvez a provocação ao final do episódio tenha sido uma tentativa abortada no meio do caminho de fazer isso?

Mas há as sutilezas que ele com certeza não está percebendo. Como quando ele salvou Tilarna, que havia sido capturada pela vampira. Ela ficou esperando que ele dissesse algo, provavelmente um sinal de que se importa, como perguntar se está machucada ou algo assim. Ao invés, ele só a apressou para correr atrás da vampira.

Mas há esperança nas sutilezas também. Quando a Tilarna estava sendo atacada pelo superintendente racista o Kei estava pronto para responder, o Zimmer apenas foi mais rápido, o que é justificado por sua posição hierárquica.

Não estou dizendo que a culpa seja sempre do Kei. A incompreensão é ambos, não é unilateral. A Tilarna também não está compreendendo o Kei muito bem. Mas, em uma cidade desconhecida, em um mundo desconhecido, a Tilarna é naturalmente mais vulnerável.

Nesse sentido, talvez ela tenha mesmo simpatizado com a vampira ao invés de apenas querer perguntar a ela sobre o tal Livro de Niba.

 

 

Livro de Niba?

A Tilarna não faz ideia do que é isso. O Zelada ouviu falar sobre, mas não sabe o conteúdo. Eu estou boiando.

A vampira disse algo a mais: o Kei talvez seja (e “talvez” nesse caso significa “quase com certeza”) um guerreiro há muito previsto em uma profecia. Nos lembremos de como a pistola dele brilhou e ele acertou um tiro impossível no combate contra o Zelada.

Que profecia? Não sei, provavelmente alguma do livro do tal do Niba. O que isso significa? É bom ou é ruim?

É frustrante, porque a obra original ainda está em andamento e talvez o anime nem avance muito no sentido de esclarecer essas coisas.

Pelo menos o formato episódico é divertido mesmo se o anime não tiver um final digno do nome.