Esse episódio foi bem curioso por uma série de razões, mas principalmente pela quantidade de informações importantes que foram “cuspidas” na nossa cara, e os contornos mais sérios que foram dados a conclusão dessa etapa. O resultado final foi bom, porém não me pareceu dar aos jogadores – e creio que até mesmo para os antagonistas desse estágio – a sensação de dever cumprido ou satisfação completa.

Onigasaki sempre carregou um ar de mistério, as suas ações no jogo demonstram um grande interesse de sair daquela situação de aprisionamento que é no geral é normal, mas a dúvida é o motivo real disso. Quando vemos os primeiros minutos do episódio, o flashback entre ele e o avô deixa bem claro que ele não tem nada e nem ninguém – sendo esse fator decisivo na sua aceitação ao convite do Paca -, então que diferença faz estar dentro ou fora? Sozinho ele está de todo jeito, diferente dos outros que insinuam ter uma situação mais equilibrada.

Zakuro por sua vez está lutando em nome da sua irmã perdida em algum canto da 13ª Avenida – fato agora mais do que confirmado pelo anime -, logo, a sua simpatia por Onigasaki se deve exatamente pela sua proatividade em sair dali, sendo esse seu maior aliado na equipe por alinhamento das ideias.

Acho interessante também o fato de que o jogador furtivo confia o suficiente no outro, ao ponto de dividir com ele suas preocupações e teorias, enquanto ambos não partilham um mesmo sentimento em relação a equipe – ainda que os demais não sejam más pessoas. Essas linhas tênues que subdividem os “grupos no grupo”, acabam abrindo espaço para novas possibilidades que o anime pode explorar, como nos relacionamentos e acontecimentos futuros ao tentarem seguir adiante, cada qual nos seus propósitos.

Mesmo com vários pontos de peso, existe um que se destaca e que creio ditar muita coisa no ritmo das coisas apartir daqui. Quando Iride é abatido, o demônio Kihachi pretendia claramente matá-lo em nome da felicidade de sua neta, mas Paca o impede e ainda comenta sobre sua posição.

Ok, então o que ele pretende protegendo o protagonista e qual a razão pelo seu sentimento diferente para com o garoto? A alpaca inclusive deixa bem clara a importância dele ao ameaçar o ancião com o “reset” – me parece que esse lugar é um outro mundo mesmo e os supostos “NPC” dali tem mais vida própria do que sugerem.

Também fiquei curioso sobre a prisão aparente dele naquele mundo, pois o diálogo com o menino indica muita coisa sobre a função de anfitrião que possui ali. Na teoria os dois não sabem nada um do outro, mas tem filosofias de “promessas” muito parecidas, aí eu me lembro daquilo que Iride disse sobre ter a impressão de conhecer a Yuzu antes dos jogos, dos comentários da própria yandere sobre o significado de seu amado – que pareceram confusos e ligados a uma possível “experiência” – e somo o conjunto todo.

Se Paca está envolvido e ligado a algum dos dois, ainda é cedo para especular, mas toda essa teoria apenas se fortalece com esses ocorridos e com dois extras. Primeiro, como o administrador conseguiu o objeto que o menino carrega no pescoço? Para quem lembra, esse “colar” fica com ele a todo tempo e por isso a Yuzu conseguiu grampear e rastrear sua posição. O segundo fato é exatamente sobre a louquinha, que estava acessando os registros da pacâmera para monitorar Akki, enquanto ele e a alpaca conversavam – o que ela esperava catar ali? Como costumam dizer: “…ayashii…”.

Bom, mistérios a parte, Zakuro finalmente consegue pistas da presença de sua irmã no jogo através do castelo dos demônios, e com isso começa a comprometer a missão de resgate. Felizmente Onigasaki é inteligente e consegue controlar a situação, investigando por si, o que traz um resultado bem mais bacana que o irmão indo tirar satisfações.

Digo isso porque o jogador histórico joga com as mesmas armas de Kikka: provocações, cinismo e uma pequena dose de terror. A vilã deixa claro que não sabe nada, mas ainda tenta abusar do psicológico dele e é com a reação do rapaz as suas tentativas, que alcançamos mais da sua personalidade.

Onigasaki já tinha me chamado atenção antes, no meio do episódio pela sua postura perante Iride, que sorri para ele durante o resgate em sua aparente inocência e recebe de volta o mesmo gesto. Ele rapidamente se toca e desfaz o momento, ou seja, ali tem uma pessoa comum que sabe retribuir bons sentimentos, mesmo se forçando ao contrário. É evidente que ele deseja amar e ser amado de volta por alguém, principalmente pela sua família, e as provas de confirmação vem na cena da foto entre Kihachi e Kikka, junto as afirmações desse último trecho.

Ao fim dessa saga, os dois demônios sobrevivem debaixo de renúncias e os protagonistas saem com a vitória, mas sem o que buscavam – no seu particular. Acho que no meio de toda a bagunça que aconteceu, se existe alguém que pode comemorar o sucesso da missão, essa pessoa é a Karin. Depois de ser sequestrada, não conseguir fugir por conta da geometria do seu corpo, e ainda se ver em uma situação de submissão – enquanto fica aterrorizada a cada minuto -, quem melhor aproveita o saldo positivo é ela e merecidamente.

 

Relação do Anime com o Mangá

A direção adaptou aqui da segunda metade do capítulo 11 ao 13, e com maior detalhamento que os outros episódios. Em linhas gerais, acho que os destaques seriam as cenas de confronto entre Paca/Kihachi e Onigasaki/Kikka, que apesar de terem umas poucas palavrinhas a menos comparadas ao mangá, souberam manter as ideias centrais e intenções de forma correta.

Outro ponto a considerar, envolve uma reunião entre Paca e os outros administradores do jogo, encontro esse que revela MUITA COISA sobre cada um dos integrantes daquele grupo escolhido – principalmente Yuzu e Iride, puxando ainda uma sardinha para o status da perdida Sakura Oshigiri, irmã do Zakuro.

Eu realmente sugiro que leiam o mangá enquanto acompanham, porque vale muito a pena e instiga nosso cérebro a juntar essas peças soltas – fora que o mangá consegue ser mais completo, ainda que o anime execute um trabalho excelente com a sua fonte.

No mais, Nakanohito Genome continua seguindo uma trajetória agradável e intrigante, já estou impaciente para ver os novos contornos. Agradeço a quem leu e até a próxima fase!

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