Bom dia sobreviventes! Vamos a mais uma aventura com o nosso grupo de garotas selvagens, e super preparadas para o desconhecido? Já começo dizendo que esse episódio foi simbólico de diversas formas, porque é exatamente nessa metade do anime que a mudança se concretiza, e o grupo consegue produzir algo em harmonia completa e com cada um dos membros funcionando bem – daí o título.

Depois da calmaria, o fatídico momento do encontro com o coelho chegou para Mutsu e Asuka. Elas tiveram dificuldades na execução do serviço e isso já era esperado, mas o esforço que empregam em cumprir a missão é notável, mesmo que tudo aquilo fosse contra os seus princípios desde o começo.

A nerd encara o desafio primeiro e o seu “consciente” a atrapalha, ficando para a outra vingar a boa vontade falha da amiga. Por mais emergencial que a situação tenha se mostrado, eu consigo me identificar com o sentimento das duas, porque também gosto de animais e tenho coragem zero para tirar a vida qualquer um – ainda que minha consciência não pese, na hora de usufruir deles na refeição.

Asuka mostrou sua raça ao superar sua mente na hora em que precisou, mas quem me surpreendeu foi a Mutsu, pela vontade real de desenvolver suas habilidades de sobrevivência e levar aquele desafio pessoal até o limite máximo.

Até hoje me lembro que quando minha avó aparecia em casa com galinhas vivas pra matar e cozinhar minutos depois, eu ficava angustiado e saía de perto correndo – a bichinha era tão carniceira que ainda dizia que era fácil e tentava me ensinar como fazer em vão.

Já a protagonista não só capturou, como limpou e tratou o bicho com toda a força física e psicológica que tinha – merecendo respeito -, sob a supervisão e admiração de Homare, que agora tem mais uma aliada confiável e pronta para a guerra.

Em questão de utilidade, Shion também teve acertos e foi a verdadeira surpresa do dia, mesmo seu esforço não se comparando ao da colega, mas vamos dar a patricinha o crédito que ela merece – até porque dessa vez ela realmente fez bastante, usando os braços e o cérebro.

Achei muito curioso e engraçado, quando ela descobriu o talento natural para esculpir facas de pedra, até porque isso mostra que talvez o potencial dela seja bem maior e ela apenas não tem feito uso dele – quem sabe a frente ela não passa a render bem mais como a artesã da equipe.

Quando surgiu a ideia do prato francês, eu jurava que ia rolar algum alívio cômico com os devaneios de rica dela, mas não é que a moça pôs a mão na massa e resolveu a bagaça? Shion é uma caixinha de surpresas e agora já deu pra ver que ela se sai bem em algumas áreas, definitivamente se graduando da posição de peso morto.

Os caminhos foram difíceis, mas a conquista foi maior e nossas meninas saem não só vitoriosas, como também satisfeitas – a barriga que o diga. Qual será o próximo obstáculo desse novo e evoluído time de guerreiras?

Manual de Sobrevivência da Homare

Dica 1: Depois de caçado o animal requer certos cuidados, sendo esses bem explicados pela líder do grupo, mas tem alguns pontos que eu gostaria de destacar. As técnicas de esfolação para comer a carne animal varia com as espécies, e a que foi usada pelas garotas é específica para animais de sangue quente e com pêlos – como cervos, coelhos e outros.

Apesar de ter indicado todo o procedimento de forma correta, apenas em um item a protagonista se confundiu. A evisceração – retirada das vísceras – acontece somente depois da extração completa da pele, justamente para que se evite o contato com a bexiga ou a bolsa biliar durante os cortes.

Quando a Mutsu finaliza a remoção da superfície do animal, a Homare pede para que ela retire os órgãos, e pouco tempo depois diz que a menina precisa tirar a pele novamente – considero essa pequena incoerência uma falha do roteiro na hora de organizar o raciocínio dos passos a seguir.

Dica 2: A proposta do “liévre” da Shion precisou ser pensada de uma forma diferente, já que elas tinham poucas armas e aparatos culinários disponíveis e aí surgem com a ideia daquele buraco e o vapor. Pois bem, aquilo ali nada mais é que um famoso e antigo método de cozimento, baseado no forno de terra, mais especificamente o estilo Barbacoa – dominado com excelência pelos mexicanos.

De modo geral, existem várias formas de utilizar essa mesma ideia, e no caso das protagonistas foi usada a mais primitiva. Como o anime fez a didática toda, só adicionarei uns detalhes mais técnicos, por exemplo, o buraco feito deve ter entre 50 e 100 centímetros de profundidade e são usadas como cobertura, folhas de vegetais mais resistentes para assim se reter a umidade.

Outra curiosidade é que, dependendo do tipo de carne e principalmente, do material utilizado para gerar o calor e revestir o “forno”, o tempo de cozimento pode chegar a mais de 10 horas.

No caso das meninas podemos argumentar que a carne era de fácil preparo, estava em menor quantidade, além delas ainda contarem com o calor intenso do Sol e a fogueira posta acima da “tampa”, tudo isso contribuindo para a diminuição do tempo – só que sabemos que a natureza simplista do anime deu uma ajudada no processo, não é mesmo?

Isso é tudo pessoal, agradeço a quem leu e até a próxima sobreviventes!

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