Unida a equipe novamente, o episódio decide começar a destrinchar os mistérios que cercam cada um dos protagonistas, dando dessa vez um foco diferenciado e trazendo um desafio que acredito ter sido mais terrível que qualquer outro, pois até agora nenhum tinha testado tão a fundo o psicológico dos jovens jogadores. O resultado? Me acompanhem para saber.

Eu senti uma aura meio diferente na proposta da vez, a partir do ponto que o jogo excluía o máximo de competidores possível, dando apenas a opção de um casal. Ouso dizer que os escolhidos foram muito providenciais – e talvez propositais num certo ponto -, mesmo parecendo um sorteio justo e comum.

Analisando a ideia de que quem aceitasse entrar nas ruínas não poderia mentir, as opções seriam interessantes, mas pouco reveladoras, visto que os demais já confessaram algumas coisas, e no geral são muito abertos quanto a sua postura dentro do jogo. Por outro lado Anya e Himiko permanecem nas sombras, apenas ficando por ali como dois “agregados” ativos, dos quais ninguém sabe absolutamente nada e nem cogita desconfiar.

A regra estabelecida torna a coisa bacana, porque os dois parecem ser do tipo que escondem muito e não dá para perceber, porque eles sabem se camuflar bem atrás de suas personalidades. Uma coisa incrível que também aconteceu foi Iride finalmente ter ficado de fora, o que é bom para trabalhar os outros, até porque ele só cria mais mistérios com seu comportamento – e na condição de protagonista maior, deve custar de ser desvendado.

Durante a exploração da ruína, temos dois focos que são essenciais para a história. Um está no próprio jogo e o outro consiste na movimentação dos que não participam do jogo, em especial Onigasaki e Yuzu, que são mais uma vez as peças centrais dessa vibe mais sombria e intrigante do anime.

O rapaz desconfia fortemente da yandere, mas principalmente de Iride, justamente pela “incoerência” e praticidade das suas ações – o que é perfeitamente compreensível. Nessa circunstância dá para perceber que ele agora se dedica a alertar os outros e ao mesmo tempo juntar aliados, certamente por achar que são mais inocentes e estão em risco contra a dupla e Paca – o que sinceramente não me parece ser o caso ainda.

Já Yuzu tem um papel curioso, pois ela dá uns sinais bem estranhos ao longo do episódio, como na sua reação a conversa onde Paca fala sobre suas queimaduras no passado, depois quando tenta se aproximar da Karin, e por fim ao conversar com Iride sobre o calabouço onde estavam os dois desafiantes – tudo com um ar bem suspeito. Um detalhe que me chama atenção é a comparação que ela faz entre a sua personalidade e a de um palhaço.

Nós sabemos que apesar de programados para divertir e alegrar – segundo o senso comum -, palhaços não deixam de ser pessoas mascaradas e por isso também existem outras interpretações acerca da sua própria concepção. Algumas englobam a ideia de que eles espelham uma visão distorcida da sociedade por exemplo, sendo uma espécie de reflexo caótico da normalidade e subversor. Quem melhor do que ela para encarnar alguém que segue essa linha de pensamento mais profunda e pesada?

Enfim, a personagem vai deixando mais pistas de que sua presença é perigosa, e despertando ainda mais desconfiança. O que ela quer passar com todas essas ações estranhas, mas relevantes? Seria ela um ponto fora da curva? Uma antiga jogadora ou talvez uma espiã que ninguém sabe de que lado está? A questão é que ela sabe bastante e isso não é algo aleatório posto ali de qualquer jeito.

Falando em perigo, Paca ameaçou e por muito pouco Zakuro não fez a reestreia do quarto branco, graças a sua impulsividade e mania de investigar demais junto com Onigasaki, felizmente sendo detido por Makino. Esse mostrou que apesar de dormir muito – muito mesmo – é bem observador e está com os olhos bem abertos para tudo o que acontece com cada um do seu time ironicamente.

Voltando para o outro foco que citei lá em cima, esse é exatamente o destrinchar das feridas pessoais de Anya e Himiko durante o jogo. Dentro da ruína tem uns momentos de comédia – como de costume -, que praticamente envolvem as personalidades opostas dos dois ao tentarem sair inteiros dali, passando por alguns desafios comuns e arriscados, até caírem no lugar mais sinistro.

No entanto a queda traz o ápice do episódio, em um momento onde eles se despem de qualquer segredo e são obrigados a se revelar. O slime do Iride era muito fofinho e foi bonito ver a reciprocidade deles ao afeto do protagonista – mesmo ele sendo uma incógnita -, mas achei bizarros aqueles 45 segundos de um mesmo plano profundo sem nada, foi “desnecessauro”.

O fato é que eles venceram, mas a um alto custo que nos será revelado mais adiante, de modo que o que era para ser uma simples hora de vergonha alheia e uns riscos mínimos, acaba virando um terror psicológico desagradável que terminou em partes.

Por hora Anya falou pouco, mas sabemos o necessário sobre sua família, e de brinde Himiko entrega o fardo pesado que esconde por trás da sua fachada gentil. Agora ambos mostram que partilham uma mesma experiência: o contato com a morte de seus irmãos.

O anime adapta aqui do capítulo 14 ao 16, e dessa vez não existem eventos importantes do mangá que ficaram cortados, contendo esse episódio todas as explicações e diálogos necessários.

O ar de mistério continua numa crescente constante, e as camadas de cada um estão começando a aparecer mais claramente, espero que o anime aumente a potência ainda mais. Agradeço a quem leu e até a próxima fase!

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