Esse episódio certamente foi o mais curioso em termos de narrativa até aqui, porque apesar de trazer poucos acréscimos para o andamento dos mistérios correntes no jogo, ele ainda assim consegue movimentar bem as coisas nos mínimos detalhes, e é divertido em sua execução. Quem diria que um simples jogo de criança poderia ser tão tenso?

O episódio começa resumindo o que precisavamos saber em primeira instância, sendo esse o crime que a Himiko tinha cometido contra o seu irmão. Dada a apresentação do ocorrido, confesso que achei a culpa dela bem indireta, para não dizer nula.

Vale lembrar que ela era uma criança muito pequena e a opção de mandar o menino para outra família foi tomada pelos dois adultos responsáveis: seus pais. Considerando isso, imagino que talvez nem eles mesmos tenham imaginado que esse ato ia resultar no desaparecimento do rapaz – e nem se sabe se ele está oficialmente morto mesmo, mas ok.

Me intrigam bastante as questões por trás desse processo de adoção por três correntes que visualizo como possíveis. De início imagino que o caminho mais óbvio teria a ver com o próprio jogo, uma vez que ao longo da história temos visto que outras pessoas já participaram desse jogo, e algumas delas estão relacionadas aos protagonistas – como o caso do Zakuro -, esse é um ponto.

As outras duas consistem numa motivação mais comportamental e psicológica para essa proteção. O que teria esse irmão feito pra precisar ser afastado de sua família? Seria ele violento, problemático, doente? Ou esse é apenas mais um caso típico em animes, onde os pais tem personalidades monstruosas e não sabem lidar com seus filhos, os condenando a vidas difíceis?

Bom, ambas as teorias são bem compatíveis com o que vem acontecendo, porém acredito que dada a proposta do anime em trazer famílias problemáticas como pano de fundo para todos – ao menos os que já foram trabalhados -, os dois últimos cenários me parecem mais palpáveis.

No meio de todo esse dilema, acho interessante a dinâmica entre Himiko e Anya, porque os dois compartilham de um mesmo sentimento e vivem debaixo de uma mesma sombra, fortalecendo ainda mais a amizade que vem se construindo desde o começo entre eles.

Ainda no foco da amizade, Zakuro se posiciona como o anjo da guarda silencioso de Onigasaki, já que tem ciência do risco que ele corre se estiver sozinho – dada a sua mania de investigar e desafiar Paca constantemente. No entanto a impressão que o jogador histórico deixa, é de que ele já percebeu a sua situação e por isso continua sozinho, de modo que a interferência do outro embora legal, só irá acabar se tornando um inconveniente maior.

Para além dos desenvolvimentos individuais, a fase 7 foi bem interessante porque também marca um divisor de águas na forma como cada desafio veio se apresentando – ou pelo menos assim a fala do líder da Avenida 13 sugere.

O jogo de esconde esconde em si apresentou mais ou menos o mesmo nível de perigo dos últimos dois estágios, tendo regras pesadas, mas brechas e benefícios que se bem utilizados trariam a vitória – e foi o que aconteceu, claro.

Admito que eu gostaria bastante de ver as três irmãs ladras amaldiçoadas de 2 metros e meio de altura, em ação novamente num arco maior e mais trabalhado, pois apesar de ter sido apenas um jogo e a ambientação do anime em si ser mais leve, elas me transmitiram uma vibe longinquamente parecida com a das mamas em The Promised Neverland.

E falando nelas, foi só eu que achei pontos similares aqui? Primeiro pela ideia de ter mulheres adultas caçando crianças num lugar fechado, do qual elas aparentemente não podem fugir. Segundo pela própria aparência da Isabella lembrando rapidamente a xará de cabelo solto – que ainda tem as suas companheiras, Carrie a estranha e Misery a loira do banheiro que literalmente só traz desgraça com ela.

Resumidamente, deu para ver que eles foram completamente ignorantes na tentativa de se esconder das irmãs. É bem verdade que os quartos eram pequenos e eles não tinham tanta mobilidade, mas dada a chance de 3/8 em não serem notados, nada mais óbvio que se espalharem o máximo possível e mesmo assim eles se agruparam – só que como o anime precisa ter movimento e render, entendo tais atos.

Em algum momento até torci para a Misery arrancar os olhos do Iride e do Anya mentira, porém eles conseguiram escapar na risca, graças as limitações funcionais dela e ao brilhante Makino – se não fossem essas conveniências de roteiro, o trio amaldiçoado teria alçado a vitória. Contudo, tem uma outra teoria – além das várias que eu invento aqui – que pode meio que explicar isso.

Na última rodada dos jogos de fuga o especialista em jogos de fuga diz que tem certeza que as irmãs não invadirão o quarto onde todos curiosamente decidiram se juntar. Ok, como ele sabia? Conhecimento prévio? Contato com Paca? Ou apenas confiança no “altruísmo” do mesmo, uma vez que ele já tinha sido salvo num desafio passado?

Outra surpresa além dessa que veio de relance nesse estágio, ficou por conta da Yuzu mais uma vez, consolidando seu papel junto a Iride, como seres duvidosos. Onigasaki em sua fuga acaba encontrando provas de que ela e seu Akki já tiveram uma ligação próxima antes, e que a mesma ainda tinha algum tipo de informação privilegiada sobre a 13ª Avenida. O que mais esses dois ainda escondem? A cada mudança de nível a vida dos dois fica mais nebulosa e suspeita.

Nakanohito Genome agora se prepara para níveis maiores, porque segundo o vilão, essa jogatina sem baixas não está dando certo. Será que o nível de risco realmente vai engrenar com tudo? E faltando apenas mais 5 episódios, quando vão começar a desmanchar mais o que tá oculto?

Em relação ao mangá, o anime adapta nesse sétimo episódio os capítulos que encerram o volume 4, os números 17 e 18, porém a segunda metade do último ficou de fora. Essa parte é essencial pois trata coisas interessantes sobre as famílias dos protagonistas e foca um pouco na Karin que até então estava mais apagada – não falarei mais do que isso, embora vontade não me falte.

Enfim, vejamos se com a “injeção” de ânimo do Paca as coisas finalmente aceleram, agradeço a quem leu e até a próxima fase!

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