A primeira aparição de Kayako e Toshio a gente nunca esquece, mas me refiro a verdadeira primeira aparição desses personagens tão icônicos para o cinema de terror/horror japonês, cuja relevância foi catapultada da série japonesa de filmes Ju-Oh para o estrelado mundial com a parte ocidental da franquia.

O Grito diz alguma coisa para você? Não me refiro à pintura de Edvard Munch, mas a franquia de sucesso americana que aposto ter sido a porta de entrada para esses personagens na sua vida.

Em 4444444444 e Katasumi, dois curtas de baixo orçamento de 1998, o diretor Takashi Shimizu nos apresenta ao filho, Toshio, e a mãe, Saeki, de uma forma um tanto quanto inusitada, de manhã e ao ar livre, mas nem por isso menos interessante.

4444444444

No primeiro curta que vou comentar um garoto aparece de bicicleta e atende uma ligação de um celular que acha em um entulho. Coragem define esse moleque, principalmente por causa do número que aparece no visor do tijolão.

Aqui no Brasil a gente sabe que coisa boa não deve ser, mas como o garoto é japonês e faz uns 20 anos dessa gravação vou dar um desconto. Além do mais, é produção de terror curta e de baixo orçamento, sem chance de ter um roteiro complexo, né.

Será que a gente recebe ligação de espirito e não sabe, só mudou o número?

O bacana desse curta é o ambiente no qual o personagem está, em um local aberto, um lugar deserto cujos elementos naturais contribuem para construir uma atmosfera; vento, folhas, etc. Não exatamente uma que assuste, tudo se passar de manhã não ajuda muito para isso, mas uma que faz o telespectador esperar pela aparição do Toshio.

O gato na ligação também ajuda a criar esse clima mórbido, incômodo e tornar um sucesso, ainda que não muito, a primeira aparição do garoto fantasma. A título de curiosidade, o garoto da bicicletinha é o Tsuyoshi do primeiro filme. Aliás, eventualmente devo comentá-lo aqui no blog.

Quando rola o mela mela no carnaval e a criançada adora o banho de farinha.

Katasumi

O segundo curta já apresenta Kayako em toda a sua beleza, ou o contrário disso, assustando uma garota que adora cuidar de animais, inclusive da amiga que é transformada uma espécie de zumbi não muito bem maquiada. Apesar disso, a produção é boa para curtas amadores, ou a verdade seria que as produções japonesas que não tem o nível tão alto? Acho que é um pouco dos dois.

Você já viu uma mãe emo?

Em todo caso, a situação acaba feia para a personagem, é um 2 contra 1 contra criaturas sobrenaturais. Eu não queria estar na pele dela. O curta acaba em um cliffhanger safado, mas a intenção não era contar uma história mesmo, apenas apresentar esses personagens ao público japonês.

Serviu? Acho que sim, mas houve uma clara mudança de conceito e aprofundamento da história, uma história de verdade, nos filmes. Esses curtas funcionam apenas como aperitivo, até cômico se a gente pensar que se passarem em uma manhã ensolarada não ajuda a criar um clima de terror convincente.

Mais uma curiosidade, Hisayo e Kanna também aparecem no longa que deu origem a tudo. É, está na cara que eu ainda não assisti ele, mas depois de ter visto esses curtas me empolguei para isso. Quero ver o que Takashi Shimizu foi capaz de fazer com mais dois anos e um orçamento decente para os padrões japoneses.

Até mais!

Quando a amiga vai te maquiar, dá errado e você quer vingança!

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