Esse fim de arco foi arrastado, mas não achei exatamente ruim. Gostei do que rolou com o Tanjiro e a Nezuko, só tenho sentimentos mistos sobre o destino do Rui. É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

Fiquei positivamente surpreso com o fato do Rui não ter morrido na hora em que o Tanjiro decapitou sua cabeça; é, ainda não terminei de ler esse arco no mangá; porque quebrou o clichê do protagonista vencer o vilão apesar de ainda não ser tão forte. Porém, o clichê da figura de referência aparecer para resolver a parada não me agrada muito. É aceitável, né, mas depende um pouco da forma que é usado.

Com esse resultado uma coisa ficou clara, Tanjiro ainda não domina Hinokami Kagura. Usou a técnica de respiração no improviso, para não morrer, e em seu estado atual nada garante que conseguirá exterminar um Kizuki.

Agora espero que ele não esqueça desse poder e só o use para sair de uma sinuca de bico, porque o Rui também só não morreu com ele devido a característica do seu Kekkijutsu, então sim, essa é uma técnica poderosa que pode ajudar ele; mesmo sendo de outro atributo, o fogo.

Rui sabe perder a cabeça e botá-la no lugar de novo.

O que não gostei na aparição do Giyu foi a facilidade com a qual ele exterminou o Rui. Tudo bem que ele usou uma técnica especial mesmo entre os usuários da respiração de água, mas por que exterminar tão unilateralmente? Os Hashira são mais poderosos que os Kizuki? Foi o que esse final deu a entender.

Duvido que seja esse o caso e por isso gostaria de uma explicação mais minuciosa sobre o que Giyu fez. Não me incomoda ele ter exterminado o oni passivamente, furtivamente, mas ele conseguir fazer isso com a sua lâmina, que não deve ser muito diferente da do Tanjiro, sim. Não deveria haver limite para o que o fio da lâmina é capaz de fazer? Se essa nova forma for melhor explicada devo desencucar.

Enfim, Rui morre e para fechar seu arco de personagem a estrada é longa, por isso farei logo o primeiro questionamento, uma família de “faz de conta” também é uma família? Eu acredito que isso trai o conceito de família, e você? Aliás, após o que é exposto sobre o Rui parece impossível pensar diferente.

Isso me leva a fazer uma comparação entre Kimetsu e Owari no Seraph, os autores das duas obras têm uma fixação pelo tema família e quem conhece Owari pode me confirmar isso. A diferença é que em Kimetsu a palavra “família” não é repetida a esmo e mesmo que a trama chegue a um tom melodramático, a forma mais objetiva e prática de trabalhar o tema torna a sua assimilação mais fácil.

Um mar de apelação.

Não necessariamente é bem trabalhado, mas creio que no caso especifico da família do Rui o saldo foi positivo porque faltava a obra a exploração de uma família disfuncional, fazendo um contraste com a família do Tanjiro, o que até realça a força do laço dos irmãos, mas sem varrer para debaixo do tapete que família nem sempre é sinônimo de algo bom.

No caso do Tanjiro você pode considerar uma fraqueza, mas é por ter esse “calcanhar de Aquiles” que o garoto é capaz de se superar. Que motivo o Rui tinha para proteger a sua “família”, quando ela era apenas uma fuga para a culpa que o oni sentia?

Mudando um pouco o foco, eu cheguei a sentir pena da irmã mais velha do Rui e com essa experiência aprendi a não julgar; seja para o bem, seja para o mal; um oni sem o mínimo de aprofundamento. A situação na qual o Tanjiro encontrou o Rui dava a entender que ela era uma vítima, mas a verdade é que sim, ela era uma vítima, mas não, não deixava de ser perpetuadora da violência a qual era afligida.

Por outro lado, a Shinobu parece meio desequilibrada, mas não é podre como essa oni. Gostei da respiração dela ser de inseto, explica sua capacidade de “voar”, né, e seu atributo. Há respirações que nada tem a ver com os elementos e outras formas de matar um oni que não apenas com uma espada.

Só eu que já me sinto envenenado pela graciosidade dessa deusa?

Aliás, a cor roxa, marcante nela, deve ser por causa do veneno da glicínia. Acho meio bobo ela não ser capaz de decapitar um oni do modo convencional por ser pequena, não me parece muito menor que os outros exterminadores que apareceram até agora na trama, e nem era preciso dar essa justificativa para o “estilo” dela. Mas okay, isso é até irrelevante, o importante é que ela é estilosa, e interessante.

Fiquei curioso para saber se existem outros venenos capazes de exterminar um oni e se ela seria capaz de exterminar um Kizuki com esse poder. A capacidade dela para manipular e produzir venenos, ou antídotos, já foi provada, mas o veneno é mesmo capaz de se igualar a boa e velha espada? Veremos!

Rui queria criar uma família para recuperar suas memórias, mas na verdade tinha elas o tempo todo? Achei isso confuso, pelo menos o episódio seguinte explora mais a história do personagem. Questiono se todo o tempo desprendido para contá-la era mesmo necessário. Teve propósito, mas foi arrastado…

Os laços de uma família real…

Voltando ao Rui, por ele ser criança, ao menos era uma criança de fato na época em que virou oni, até entendo ele não ter sido capaz de compreender o amor que os pais sentiam por ele, mas não acho que isso justifica o assassinato deles, ao menos não da forma fria como foi.

É só olhar a Nezuko, imagino que o sangue dos Kamado que corre por suas veias aja como um “inibidor” natural para a sua sede de sangue e fome de carne humana, mas ela não perde a razão mesmo é por conta do irmão, o laço deles é forte! Okay,

o Rui era mais novo que ela quando virou oni, então voltamos a esse ponto, ele não tinha capacidade de discernimento e quando se deu conta já era tarde demais. É clichê só perceber aí, verdade, mas o que me incomoda nem é isso e sim o quanto de tempo foi conferido para chegar nisso.

Em algumas cenas foi um melodrama só, exagerado até para um personagem que desde o princípio se mostrava detestável. Contudo, não desprezo a exposição do ponto de vista dele sobre suas tragédias pessoais e esses momentos que facilitam a compaixão para com os onis corroboram com o que o próprio protagonista esbraveja logo após o fechamento do arco desse personagem, então okay, aceito.

Agora, por que ele só replicou violência mesmo se dando conta de que o laço entre ele e os pais era genuíno? Por que era fraco demais para levar sua vida de outra forma? É por aí. Mesmo sabendo da fragilidade dos “laços” que tinha com sua falsa família, ele não se sentia capaz, e nem tinha estímulo para pensar e agir diferente. Ao menos não até conhecer os irmãos Kamado, mas aí já era tarde demais.

Mãos sujas de sangue.

Achei o longo e arrastado monólogo do personagem de razoável para bom, mais útil pelo que a história dele contribui para o caminho da protagonista que por ele em si. Pelo Rui não sinto qualquer empatia…

A reflexão que fica é sobre a família, o que você precisa fazer para criar laços verdadeiros com aqueles que compartilham um teto, as refeições e o seu tempo com você; e como é da natureza humana, mesmo sendo monstros onis já foram humanos um dia, se arrepender quando já é tarde demais, mas isso não quer dizer que você não é digno de compaixão.

Ao menos para o Tanjiro não é, se fosse seria como se ele estivesse renegando a própria irmã e ele jamais faria algo assim, pois a família é seu tudo!

A cena final do Rui se abraçando com os pais e sendo “redimido” achei o ápice do melodrama, ou se não isso, repito, o personagem só se tornou “humano” depois de perder a cabeça, fica difícil se sensibilizar com ele da maneira como o anime propôs ao público.

Claro que cada um reage de um jeito, mas precisava mesmo dar a entender que ficaria tudo bem depois de todo o mal que ele fez. Para quê? Com isso ou sem isso no momento em que o Tanjiro sentisse seu arrependimento ele se sensibilizaria.

O lance é que o telespectador não precisa encarnar o Tanjiro nessas horas. Para isso Kimetsu no Yaiba precisaria ir ainda mais fundo na mente do protagonista e nas situações em que ele é posto e o anime não faz isso, aliás, nem acho que precise.

Resumindo, tudo que rolou nesses dois episódios poderia ter sido condensado em um e se pouco, mais em parte de outro. Dois não, mas okay, começar arco na metade de um episódio é incomum e nós já sabemos que Kimetsu no Yaiba voltará logo mais. A equipe de produção não precisa se preocupar em apressar a adaptação. Se muito, correr por um bom clímax.

A redenção de Rui.

A “insolência” do Tanjiro para com seu superior, falando que não passaria por cima dos onis que demonstrassem arrependimento, se compadecendo com a dor e o sofrimento deles, foi bem legal. Eu já esperava isso do personagem, só quero ver ele defendendo isso na frente dos manda-chuvas do quartel-general.

Eu não ligo para as consequências, aposto que dará em nada, mas seria interessante se nem todos os espadachins fossem contrários as ideias do Tanjiro como a Shinobu foi assim de cara.

Os insultos ao Giyu me divertiram um bocado, uma tática boba para irritá-lo e expor seu protegido. A Shinobu tem um jeitinho meio ardiloso meio cínico que me agrada, além de ser belíssima, quero só ver se a protegida dela, a moça que passou no exame junto com os protagonistas e aquele esquentadinho, também tem uma personalidade legal, porque não pareceu ser tão forte, a Nezuko escapou fácil dela.

Aliás, a transformação da Nezuko em criança foi uma gracinha útil para livrar seu belo pescoço. Eu adorei, deu até para rir. Não que a situação estivesse tão tensa, pois, repito, era previsível o desfecho.

Quando vi os corvos se aproximando já esperava a mensagem. Hashira pode ser “general”, mas general também é militar e abaixa a cabeça para ordens superiores, só que tem voz altiva em comparação aos soldados e gente de patente menor. Então sim, está na cara que o “julgamento” do Tanjiro vai ser usado descaradamente para apresentar esses personagens e com sorte explanar mais sua organização.

Sinto que esses dois últimos episódios do anime foram mais clichês que a média, mas dou um desconto, nem todo desdobramento comum é ruim. Nesse caso nada me fez torcer o nariz tanto assim.

Virar loli é só vantagem, olha a prova.

O sentimento de frustração que o Inosuke demonstrou ao ser resgatado deve fazer bem a ele. Aliás, ele é um personagem que ficou de lado quanto ao aprofundamento, deu lugar ao relâmpago Zenitsu, então espero que o arco seguinte extraia e entregue mais do personagem. Diria que ele já está devidamente “amaciado” para tal. Ele não mudará drasticamente, mas vai que fica mais simpático, né.

Esse grupo dos Hashira é bem exótico e olha que se deu a entender que só aparecerão cinco novos Hashira no próximo episódio. Virando um pouco a página, sabe o que seria legal? Ver o que Muzan está tramando. Perder um Kizuki, ainda que um inferior, deve atingir pelo menos seu orgulho diretamente, então não vou estranhar se logo ele tentar uma represália e/ou adote contramedidas se souber que o Tanjiro usou Hinokami Kagura.

Acho uma pena o anime só ter mais cinco episódios, vai acabar logo agora que a série estava ficando mais séria, o nível da ação e emoção estava aumentando. Esse arco do Rui teve sete episódios, né? Que bom que acabou, mas não o achei ruim, apesar de ser do Rui. Piadas horríveis a parte, já escrevi muito, é hora de me despedir e esperar pelo quartel-general.

Até mais!

E com vocês, os Hashira, vulgo esquisitões.

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