Kono Oto Tomare! – Primeiras impressões
É normal ver clubes de músicas em determinados animes escolares. Geralmente, é o conhecido “Clube de Música Leve”, que nem tem em K-On. Porém “Clube de Koto” é a primeira vez que vejo. Eu fiquei curiosa para saber o som do instrumento, então quando comecei a ler o mangá, logo fui pesquisar.
O som do Koto é o que normalmente escutamos quando tem um anime mais tradicional, e até mesmo em alguns jogos envolvendo cultura japonesa. Ele é um instrumento de cordas, possuindo cerca de 1 metro e 80 centímetros de largura. O instrumento mais moderno costuma ter 13 cordas, porém também tem uma versão com 17.
Ele possui um som calmo e gracioso e é tocado majoritariamente por mulheres. Tanto que, no início do anime, vemos que a maioria das pessoas que faziam parte do “Clube de Koto” eram mulheres, e Kurata surgiu lá, guiado pelo som que tanto amou.
Kono Oto Tomare! é uma adaptação do mangá com o mesmo nome, sendo este publicado desde 4 de agosto de 2012 pela revista Jump SQ. A obra conta a história de Takezou Kurata, um menino que quer continuar com o “Clube de Koto”, o qual foi deixado em suas mãos, pois todas as meninas que faziam parte já eram do Terceiro Ano do Ensino Médio e se formaram. Mas ele não imaginava que Kudou Chika, um delinquente muito conhecido, estaria interessado a fazer parte do clube. O que acontecerá com essa união de pessoas tão diferentes?
Neste episódio, somos apresentados a uma falácia do que é o ser humano. Kudou, o delinquente, é acusado por seus vizinhos por ter quebrado a loja de seu avô, onde se tem Kotos – ele quem os faz, inclusive -, mas na verdade foi culpa de outras pessoas. Você pode até querer mudar de vida, mas o passado marcante de alguém é o que fica. E isso que é mostrado quando Takezou o conhece.
Só de imaginar que alguns delinquentes estavam tomando o ambiente do “Clube de Koto” só para eles e um cara chega de voadora já é de assustar. Imagine Kurata, jovem inteligente e de prestígio, vivenciando essa cena de perto? Além de assustado, todo o preconceito que ele podia possuir logo veio à tona. Até porque não dá para acreditar que um cara violento como aquele quereria fazer parte de um clube de um instrumento tão tradicional quanto Koto. E se ele o quebrasse?
Não é apenas o jeito que Kudou se apresentou, mas também o jeito dele falar amedronta a muita gente. Suas vizinhas sempre se assustam quando o veem na rua, então não seria a primeira vez e muito menos a última que alguém fugiria de medo dele. Personalidade que é o oposto de Takezou, sendo ele calmo, racional e meio destrambelhado, podendo passar por qualquer dificuldade, exceto quando passa mal no dia que tem provas. Por causa disso, não conseguiu cumprir com as expectativas dos pais e parentes, se isolando de qualquer contato com eles, mesmo vivendo na mesma casa.
Enquanto um tem um parente que confia e cuida dele, mesmo com todas as adversidades violentas que pudesse surgir, o outro sofre pressão familiar, até mesmo quando pratica tocar o seu instrumento favorito, o Koto. Para os pais dele, aquilo não passava de um hobby e deveria parar de tocar.
Sendo assim, Takezou só precisava de mais 4 membros para que o clube permanecesse aberto, mas com um membro delinquente, não daria certo, por conta do preconceito já criado em sua mente. Na verdade, apesar do jeitão de Kudou, ele estava ajudando bastante, mesmo que Kurata não quisesse admitir. E não obstante quiseram depredar a sala do “Clube de Koto” e culpar Chika outra vez.
Como tudo na sala soa importante e nostálgico para Takezou, inclusive a placa, Kudou quis dar um trato em tudo para que o ambiente em que foi criado também estivesse em sintonia com o ambiente escolar, que inclusive nunca foi a sua praia. É como se quisesse criar um lugar que lhe soasse familiar, e também queria manter o que Takezou tinha para que nada ali se perdesse.
Claro que, depois de uma atitude tão bonita quanto essa, Takezou quis ajudar o novo companheiro do clube. Não diria como amigo, mas apenas como membro importante, para que tudo continuasse existindo. Assim sabemos que o diretor é um velho amigo do avô de Kudou, e assim o ambiente acusatório melhora, pelo menos por enquanto.
Claro que novos membros surgirão, assim como a abertura e o encerramento mostram, e o ambiente mudará com o tempo. Também ouviremos mais o som do Koto de agora em diante, mas também veremos os acertos e fracassos de cada um, assim como houve na apresentação das meninas do “Clube de Koto”. Esta é uma obra muito bacana e espero que continue com boas vibrações.
Kondou-san
Das poucas estreias que vi até ao momento, posso dizer que Kono Oto Tomare foi uma das que mais gostei.
Ao longo do episódio, teve momentos que senti uma revolta interna, por tudo o que diziam do Chika, acusá-lo sem provas e falarem mal dele pelas costas, de uma coisa que ele não fez, mostrou um pouco como o ser humano pode ser mesquinho.
A personalidade do Chika também não ajuda, ele tem o sangue quente, reage a tudo com alguma insensatez (melhor exemplo é quando ele dá uma voadora num dos delinquentes que afligia o Takezou). Por muito que concorde com o Chika, que o mal tem que ser combatido com um pouco de violência, nem sempre dá para ser assim.
O respeito que o Takezou sente pelas senpais do clube de Koto é de louvar, o esforço dele em manter o clube e até enfrentar os delinquentes que o estavam a ocupar e a destruí-lo, só mostra como ele ama o clube e o koto.
A parte em que o episódio mostra o ambiente familiar do Takezou, meio que senti pena do personagem, deve ser por isso que ele se refugia um pouco no koto.
Antes de terminar, tenho que elogiar as cores utilizadas neste anime, combinam muito bem (a imagem na parte final do artigo, foi das coisas que mais gostei no episódio). A dublagem também está muito boa, o que me surpreendeu um pouco, a voz do Chika, do director e do avô do Chika estiveram no ponto.
Vou agradecer a sua explicação do que é o instrumento musical chamado koto. Eu já tinha visto esse instrumento em alguns animes históricos, mas sempre pensei que fosse uma espécie de arpa.
Excelente artigo de primeiras impressões Tamao-chan.
Tamao-chan
Oi, Kondou-san! Muito obrigada pelo comentário.
Eu queria dar mais detalhes sobre o Koto, mas acho melhor colocar mais coisas conforme os episódios vão passando, para que tenha mais conteúdo informativo.
Sobre os personagens, eu tenho raiva de uns e apreço por outros. Você vai ver, com o passar do tempo, apesar de Chika ser odiado e temido por alguns, ele é amado e idolatrado por outros, inclusive pelo seu avô, que cuida dele desde criança.
Vários personagens vão evoluindo conforme vai passando o tempo, não só por causa das pessoas com quem convivem, mas também por causa do Koto.
Esta estreia foi muito boa e, como você disse, a escolha de cores é maravilhosa.
😀