E não é que esse fanservice tem bastante anime? Pergunto-me em quantas e em quais obras o roteirista por trás de Sin: Nanatsu no Taizai se inspirou. Há de havê-las, não há? E eu quero saber! Quero conhecer! Que inveja!

Quero dizer, a queda de Lúcifer e a forma como os demônios agem para cooptar o Homem é um tema antigo e farto em obras consagradas. E eu não conheço nenhuma. Digo, de nome provavelmente poderia listar algumas, mas de que adianta?

Já se sentiu horrível pensando que talvez um anime com peitos, calcinhas, mamilos (polêmicos!) e tentáculos provavelmente tem um arcabouço intelectual maior que o seu?

Pois é. Eis que desde a semana passada venho questionando minha competência como crítico de uma forma de arte, que é o que o anime é. Eu não tenho repertório! O que estou fazendo aqui? O primeiro artigo no qual externei esse meu conflito interno foi sobre o segundo episódio de SukaSuka (um anime muito bom, assista se ainda não estiver fazendo isso!), mas o que me fez pensar nisso em primeiro lugar foi Sin: Nanatsu no Taizai. Mas o que não tem solução, solucionado está, não é? Não vou fechar o blog ou parar de escrever por causa disso. Ainda posso me esforçar para, dentro do que eu sei, escrever artigos úteis e interessantes. E é de todo modo impossível adquirir repertório da noite para o dia. O que posso fazer é começar a partir de agora para construir esse repertório específico que tanta falta me faz. Vai dar trabalho, vai demorar, nem sei por onde começar, mas um dia eu chego lá. Enfim, ao episódio!

Lúcifer fica o episódio inteiro rejeitando Leviathan e dando atenção para Maria

A poderosa Lúcifer foi condenada por Deus por conta de seu orgulho e, cada vez que seu poder a deixa à beira da vitória, ele falha e ela acaba derrotada de forma humilhante. Boa forma de forçar a mais poderosa entre os anjos a ser humilde, não é? Ou seria, se ela aceitasse a lição. Sem poder vencer uma disputa de força direta, parece que ela encontrou a pessoa certa e a tática perfeita para derrotar e submeter ao seu jugo cada uma das demônios dos sete pecados capitais, tornando-se a primeira e única Rainha do Inferno. Porque ela decidiu que antes de ser o primeiro anjo submisso à Deus, melhor é ser o primeiro demônio a enfrentá-lo.

Se ela quiser mesmo derrotar os Céus em algum momento precisará conquistar a humanidade, a maior criação divina, ao mesmo tempo corrompendo-a e provando que ela é fatalmente falha. Mas antes disso ela precisa primeiro ter o controle do Inferno, e é o que ela está fazendo agora e talvez seja tudo de que esse anime trate, dado que terá apenas doze episódios. E sem dificuldade alguma ela parece já ter descoberto como fazer isso: usar Maria, que é uma humana que parece ter uma noção bastante peculiar de certo e errado, pecado e virtude.

Leviathan tortura Maria

Inveja não é um pecado, disse Maria para Leviathan, a demônio da inveja, e com isso a derrotou. Ela disse aquilo do fundo de seu coração, é algo em que ela realmente acredita, e sem dúvida foi apenas por isso que funcionou. Uma garota tão correta, devota, e seguidora dos ensinamentos divinos, no fundo renega-os ao rejeitar a noção de que a inveja possa ser um pecado capital. Leviathan ficou sem palavras e figurativamente sem poder – com dois episódios ainda é cedo para fazer essa afirmação, mas não seria um exagero imaginar que talvez o poder dos demônios que encarnam os pecados nasça da própria consciência pecaminosa e culpada do ser humano. Mas os demônios em si, contudo, a serem todos como Leviathan, são puros.

Maria sem querer encurralou e derrotou Leviathan depois de forçá-la em um frenesi de inveja. A armadilha foi cuidadosamente preparada por Lúcifer sem que qualquer uma das duas percebesse. Ela pode não estar ainda procurando arrebatar as almas humanas, mas já demonstra as habilidades manipuladores necessárias para tanto. E por fim, o fanservice continua bom como no primeiro episódio. Queria que Lúcifer roubasse o meu coração também.

  1. Antes de começar a falar do episódio, já fazia um bom tempo que eu não via alguém usar a palavra arcabouço tão bem numa frase. Este episódio, provou ser, bem mais interessante, do que eu alguma imaginaria num anime que é 90% fanservice. A Leviathan foi o grande destaque deste episódio, o mero mortal, que é o espectador, até pôde ver a Leviathan a cozinhar um banquete demoníaco com ost cantada e tudo (Nanatsu esbanjando dinheiro e sensualidade). Quem diria que a Leviathan, a representante da inveja, fosse cair numa armadilha da sua amada Lúcifer. Como ela foi cair nas malhas da inveja, quando ela própria representava o pecado da inveja. Aqueles ciúmes que ela tinha pela Maria, não são de todo infundados, mas eu não vi motivos, para a Levi torturar a Maria. Ainda por cima, uma tortura com os famosos tentáculos, imagem lendária dos hentais actuais (tudo isto por culpa da censura). Mas a Maria teve sorte, aqueles tentáculos eram feitos de água, imagino o terror dela, se esse mesmos tentáculos fossem de um polvo tarado, ou então de uma criatura alienígena com sede de ter relações com uma humana. A Lúcifer, depois de ter sofrido uma derrota no Inferno, parece que não ficou nada mais humilde, até parece que aquela derrota a deixou ainda mais motivada em enfrentar os outros pecados capitais e mesmo Deus, propriamente dito (só espero que Deus não seja o único homem no céu, senão quem assiste este anime didáctico ainda vão pensar coisas erradas). Adorei como a Lúcifer preparou um plano para testar a Maria e a Leviathan (principalmente esta). Ambas nem se deram conta, que estavam a ser manipuladas por esta. Aquela cena do banho, onde a Lúcifer começa a sangrar das chagas que a maldição que o pecado da vaidade lhe tinha lançado, foi bastante interessante. Por falar do pecado da vaidade, ela não tem praticamente nada a cobrir-lhe as áreas mais sensíveis. Aquela armadura ou poder, só a deixa mais vulgar do que ela já é. Eu acho que a Maria, é a representação do ser humano, mais pura, mas não ingénua. Por este andamento do anime, essa mesma Maria ainda se vai tornar um cânone da Virgem Maria. Aquela última cena do episódio, foi o clímax erótico do episódio (nada vende mais que cenas yuri e mamilos polémicos).
    Por falar em erotismo, a opening e a ending deste anime, parecem ser covers, daquelas canções de certos filmes adultos americanos dos anos 80. A ending deste anime nem tenho palavras para a descrever, quem deu aquela gargalhada demoníaca na música da ending está de parabéns, fumar 4 maços de tabaco por dia, parece ter compensado.
    Como sempre, mais um excelente artigo Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Ah, arcabouço é uma palavra tão incomum assim? Para mim parece normal, em que pese o fato de eu realmente lê-la pouco e ouvi-la menos ainda. Enfim, espero que tenha ficado compreensível =P

      Eu confesso que escolhi escrever sobre esse anime esperando esculachá-lo a cada episódio pelos seus delírios e fanservices forçados e ridículos, mas poxa vida. A história está INTERESSANTE. Tem fanservice o tempo todo sim, inclusive muita coisa que não quero nem sonhar em publicar aqui nesse blog de família, mas até ele é razoavelmente bem encaixado na maioria das vezes. Quanto mais eu quero criticar esse anime, mais ele captura minha atenção. Assim não dá!

      Sobre a Leviathan, bom, é um clichê já antigo, não é? Que personificações de pecados (ou de quaisquer qualidades em geral) sejam mais suscetíveis a exibir as características de alguém afetado por / cometendo tais pecados. Menos comum é usar isso contra os pecadores, pelo menos não de uma forma tão elaborada quanto Lúcifer fez. Parece que ela não era a número dois no céu à toa, não é? Eu mesmo demorei um pouco a entender o que estava acontecendo, acho que foi só na cena da piscina mesmo que me veio claro que a contestante à Rainha do Inferno estava dando à Maria tudo o que Leviathan queria de propósito. Bom, daí para a demônio da inveja torturar Maria foi um pulo. Ela é um demônio e isso é um anime borderline hentai, então aquele resultado era óbvio.

      A maldição que Lúcifer carrega, infringida a ela por Belial, provavelmente será um de seus maiores problemas, por mais que pelo menos por enquanto ela esteja aparentemente conseguindo suportar sem problemas. E será que o modus operandi para derrotar cada uma dos sete pecados capitais será o mesmo que ela usou contra a Leviathan? A Maria está em uma grande encrenca! Ser imortal não vai protegê-la de todo o sofrimento que tem pela frente.

      Achei a abertura e o encerramento muito bons também, mas acho que não conheço muitos desses filmes que citou, nada me veio à cabeça, hehe.

      Obrigado pela visita e pelo comentário! E aí, o que está achando de assistir esse anime?? =)

      • Que questão complicada, me colocaste na última frase da tua resposta. Eu por norma, não gosto de animes ecchi ou quase hentais, acho-os na maioria das vezes execráveis e clichés. Isto até agora, eu por acaso estou a gostar de Nanatsu, mesmo sendo quase um hentai, ter fanservice e clichés quase a todo o momento, a história até que me está a interessar. A Maria ainda vai sofrer e o facto dela ser imortal, só vai deixar o sofrimento ainda maior. E ter uma personagem como a Lúcifer faz toda a diferença. Acho que ainda me vou rir muito com os teus artigos deste anime.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Se o anime servir para rir já estará melhor que muita coisa e bem acima do que eu esperava!

      • Eu não vou precisar de rir muito nos episódios, eu vou rir mais quando ler os teus artigos sobre eles. Afinal são poucos, os que sabem fazer legendas engraçadas nas imagens colocadas nos artigos.

      • Eu acho que tu serias capaz de fazer uma piada de um anime mais ao menos bom, só por causa de um erro ou vários (Tales está ai para provar isso).

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Eu de fato costumo fazer piada até do que não devo, mas tento evitar isso aqui no blog =D

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