A vida é um aprendizado constante, pois sempre estamos descobrindo informações e experiências novas. E se tem um local que simboliza o conhecimento, esse lugar, sem dúvida, é a escola/universidade (faculdade). Passamos toda nossa infância e a adolescência nela, e quando nos tornamos adultos ainda continuamos a estudar, mas agora em ambiente acadêmico.

A história deste singelo e fofo anime se foca na fase escolar chamada de kōtōgakkō, que é equivalente ao Ensino Médio. Quem já assistiu animes escolares sabe que no Japão é normal fazer provas para entrar numa determinada escola. No caso da heroína principal, que se chama Hana Ichinose, ela entra um ano mais tarde por motivos particulares.

Ficar um ano sem estudar pode não parecer um grande drama para quem ver o anime, mas ao conhecer melhor a protagonista passamos a ter empatia pelo seu bobo drama. A situação dela é fácil de se resolver, mas Hana é muito insegura, e isso dificulta bastante as coisas na vida dessa simpática e dócil garotinha.

Slow Start é quase uma “biografia da vida escolar de uma pessoas extremamente tímida”, pois várias situações do anime, pessoas com muito introvertidas já passaram em algum momento da jornada estudantil. Desde se apresentar para turma até fazer amigos, tudo é trabalhoso.

Por mais que a Hana seja insegura e muito tímida, Slow Start é aconchegante e mostra o lado bom da vida, não só a escolar, mas como um todo. O dia-a-dia das meninas conforta o coração dos espectadores e nos faz sentir vontade de querer fazer parte daquele grupo composto por Hana e cia.

Slices of lifes relaxantes, podem não fazer o tipo preferido de anime de muitos, mas ele tem sua importância também, que é de mostrar que a vida também pode ser doce e feliz.

A comédia sutil dá a leveza necessária que a série precisa, juntamente com o seu elenco cativante, que por mais que sigam arquétipos comuns a esse tipo de obra, ele não completamente estereotipado e raso, ou seja, as personagens tem suas peculiaridades que a tornam únicas.

Nesse anime, as personagens são fundamentais para manter as pessoas que assistem a obra interessadas em acompanhar o dia-a dia dela. Cada personagem tem sua própria personalidade, permitindo o espectador escolher sua heroína preferida, fora o fato de que as interações entre elas se tornam mais divertidas, justamente devido a cada uma ter uma personalidade diferente.

O fundo brilhoso na cena é um truque clássico para reforçar a fofura de uma personagem

A Hana (protagonista) é aquela protagonista típica de animes slice of life/comédia com moe, ou seja avoada e ingênua. Ela facilmente desperta o instinto de proteção no espectador, graças à sua fragilidade, gerada pela sua insegurança e timidez, e aparência infantil, decorrente do seu character design. Depois que passamos a ter empatia por ela, passamos a compreender seu drama, que por mais que seja simples, é difícil para ela. Eu, como uma pessoa muito tímida, me identifiquei rapidamente com a personagem.

A Kamuri é mais “moe” das garotas de Slow Start, graças ao seu comportamento dependente e dócil, o que a lembra a um animalzinho de estimação. Sua aparência infantil faz a parecer uma bonequinha. Ela também é bastante introvertida, mas diferentemente da Hana, ela depende de alguém (a Eiko) para se manter segura. Kamuri aparenta ser rica, e com o tempo ela passa a se sentir mais segura ao lado das outras amigas (Tama e Hana). A Kamu também representa àquele (a) colega de classe que só pensa em comer e/ou dormir.

A Eiko é mais madura das meninas e representa bem a figura da estudante popular e gentil com todo mundo. Ela tem um um perfil sedutor, mas que ao conhece-la melhor, identificamos uma garotinha pura. A história sugere que ela tem interesse romântico para com alguém mais velho (quem assistiu sabe a quem estou me referindo).

Por último, mas não menos importante, temos a Tamate (Tama-chan), que simboliza os estudantes extrovertidos e cheios de energia. Quem nunca teve um colega assim? Talvez você que está lendo foi ou é igual a ela. Personagens que seguem tal arquétipo de personalidade, são importantes para manter a animação do grupo no qual faz parte, sempre gerando situações divertidas e até fofas para quem assiste a série. Tama aparenta ser uma otaku de jogos eletrônicos e sabe cozinhar muito bem.

Dentre as personagens secundárias, a prima da Hana (Shion) e Hannen-san (vizinha da Hana) são os grandes destaques. A primeira, é um bom suporte e serve de “alivio ecchi” do anime. Já a segunda, é uma personagem que me agradou bastante, pois ela é “espelho” da Hana, devido ela está passando pela experiência que a protagonista passou. Ao contrário da Hana, que está conseguindo recuperar o tempo perdido, a Hannen-san “parou no tempo” e se isolou cada vez mais. A participação da mesma no anime foi fundamental para a protagonista ganhar confiança, pois encontrou alguém numa situação semelhante ao ela passara. Nesse processo de encontro entre as duas, a protagonista fez mais uma nova amiga e pôde ajuda-la. A vizinha da nossa heroína principal tinha medo até de sair de casa, mas aos poucos foi criando coragem, demonstrando que os desafios podem ser vencidos dando um passo de cada vez.

E por falar em passo a passo, nossa protagonista evolui a cada episódio, pois ter entrado na escola não foi o seu último desafio, pelo contrário, ela está apenas começando uma nova etapa cheia de desafios e descobertas.

Slow Start foi uma das opções de animes calmos e fofos que a temporada de inverno (janeiro) ofereceu aos amantes da animação japonesa. Seus designs fofos e infantilizados corroboram em despertar o instinto protetor que há em cada pessoa.

O artigo fica por aqui, e até a próxima!

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