Uma Musume: Pretty Derby – ep 1 e 2 – Primeiras impressões
No mundo desse anime existem garotas que nascem com nomes e características “herdadas” de cavalos de outra dimensão(?), elas têm orelhas e rabo de cavalo, assim como uma habilidade para correr muito acima da de um ser humano. É óbvio que essas orelhas e esse rabo foram inventados para vender muitas figuras e para explorar ao máximo a imagem das personagens fofas dessa franquia.
Isso é um problema? Não exatamente, pois ou você vê o anime aceitando isso ou aconselho que não o assista, apesar dele ter, por incrível que pareça, uma boa execução e ser bastante divertido. Esses dois primeiros episódios foram bastante agradáveis e os indico para aqueles que gostam de moe, idols e um pouco do que de mais estranho o Japão pode nos oferecer: garotas idols cavalos.
Antes de mais nada, é importante salientar que o anime foi feito para promover um jogo da Cygames e que, pela ótima parte técnica que apresentou em seus dois primeiros episódios – os dois exibidos no mesmo dia –, assim como pela boa reputação que tem esse estúdio – não posso esquecer do enorme elenco de vozes fofas de seiyuus populares –, a expectativa de que ele fosse tecnicamente bom foi confirmada, tendendo a continuar do mesmo jeito: fofo, leve, divertido e com uma ótima produção.
A história começa acompanhando Special Week – melhor nome não há –, que vem do interior para estudar na cidade grande em uma escola que treina garotas cavalo para correrem profissionalmente. Mas por que não misturar esporte com música, tornando as garotas não só “demis” esportistas, mas também “demis” idols? Idols e esportes são duas coisas em que o Japão é proeminente. Sendo assim, dá para entender a mistura louca que dá base ao anime – afinal, existem várias franquias nessa mesma linha –, e também porque se tenciona vender a imagem e as vozes bonitas de garotas fofas das mais diversas formas.
O que tinha tudo para ser uma palhaçada sem fim acaba sendo levado a sério. O anime apresenta um roteiro convincente e até bem escrito, com personagens que, se não deixam de ser genéricas – seria muito difícil não existirem personagens estereotipadas e que seguissem clichês –, ao menos conseguem tornar a obra divertida o suficiente para que a premissa sem noção não incomode muito.
A cena em que Special Week chuta o desconhecido que a toca – que depois ia se mostrar um importante personagem na história, um clichê “basicão” – pode parecer um detalhezinho de nada, mas confesso que me deixou feliz, pois um homem que sai tocando em uma garota tem que levar porrada mesmo! Esse lance de mulher que aguenta abuso calada – por um momento foi o que pareceu, mesmo que não tenha sido bem o caso – não está com nada. Adorei a atitude animada e deslumbrada, e ao mesmo tempo tímida e cautelosa, da protagonista, e posso dizer que ela me conquistou logo no começo do anime. O fato de ela ser meio cabeça de vento – mas não tapada –, alegre e ter um grande sonho, assim como o seu potencial, também ajudaram a firmar minha opinião. É verdade que foi uma caracterização clichê de protagonista, mas esse tipo de clichê é algo que, quando realmente bem-feito – como foi o caso –, sempre funciona.
A vitória simbólica dela em sua primeira corrida com outras garotas cavalo foi algo bacana e que fez sentido, dado o potencial que o falso molestador/técnico viu nela, assim como o treinamento que ela teve desde a infância, que é melhor explicado no segundo episódio. Outra coisa muito boa, agora já no momento em que ela é “raptada”, foi o fato do treinador não rir do sonho dela como as adversárias da corrida fizeram, mas ter visto potencial na garota e assim dado a ela uma chance, acreditando que ela é capaz de realizar seu sonho. Não vejo motivos para não gostar de um técnico desses, pois além dele ter dado boas dicas a Suzuka – uma personagem que ainda não me cativou, mas que não achei ruim e sobre a qual falarei adiante –, ele também extraiu muito da Special Week em pouco tempo – começando a lapidar o seu talento bruto. Percebeu que para ela uma estratégia seria um erro, que ela só precisava usar sua feroz arrancada no momento certo.
A Special Week é um diamante bruto, sendo assim, o anime vai tratar exatamente disso, da jornada dela para ser lapidada a fim de se tornar a melhor garota idol cavalo do Japão, para dar sonhos às pessoas como esportista de ponta e idol de sucesso. Acredito que esses dois primeiros episódios foram muito positivos nesse sentido, de entender a proposta e trabalhar em cima dela sabendo o que o anime pode entregar e o que não pode. Dentro do que poderia, ele foi relativamente bem, até pelo segundo episódio que complementou o primeiro ao concluir de forma satisfatória esse ato inicial, marcado pela realização de um objetivo mais básico, vencer uma corrida e ganhar popularidade, em prol do objetivo maior, se tornar a melhor do Japão. Esses dois episódios deram uma amostra legal do que deve ser todo esse anime: interação no colégio, corridas entre as garotas e shows da vitória.
Um ponto positivo da obra é a ótima produção que, mesmo não esbanjando animação fluída ou dando um show nas cenas de corrida, entrega o necessário: designs cativantes com boa qualidade de animação em momentos pontuais e uma trilha sonora adequada para uma proposta que envolve garotas bastante encantadoras – confesso que adoro músicas fofas cantadas por garotas graciosas de anime, e com esse não foi diferente. O P.A. Works é um estúdio que sabe entregar algo consistente e mandou bem com esse anime – parece que investiru uma grana pesada nele –, o que ou indica que o jogo deve ter dado muito dinheiro, e acha que com um anime pode arrecadar mais, ou que irá usá-lo para alavancar o jogo e expandir a “força” da franquia por todo o país. Em um Japão que já emplacou sucessos como Kancolle e Girls und Panzer, Uma Musume pode sim conquistar o seu lugar ao sol.
Outro ponto que achei positivo no anime foi a história da protagonista, pois mesmo que ela tenha seu potencial para o drama, não houve nenhum indício – e nem acho que deveria ter havido, não tinha nem clima para criar drama com isso – de que ela seria trabalhada desse jeito, sendo muito mais usada para reforçar a importância de seu desejo de se tornar a melhor. Desejo compartilhado com sua mãe de sangue e com sua mãe de criação, a qual se esforçou para tornar isso possível. É muito provável que a mãe dela também fosse corredora, e por isso quis que a filha realizasse o sonho que ela não conseguiu atingir.
A construção da personagem principal do anime, assim como da sua história, foi razoavelmente boa dentro daquilo que se poderia esperar desse tipo de anime. Nem inovou nem ficou tão medíocre, mas conseguiu encontrar um meio termo entre uma proposta bizarra para vender “waifus” e uma história bacana de uma garota simpática que almeja o topo em um ambiente super competitivo.
A co-protagonista Suzuka não demonstrou grande personalidade – caindo no clichê da personagem amiga e/ou rival da principal que tem uma personalidade completamente oposta à dela –, mas também não é uma personagem ruim, e tem “campo” no anime para ser desenvolvida agora que tem a vibrante Special Week ao seu lado – desenvolvimento que torço para que ocorra, e se for bem feito será muito bem-vindo.
Ademais, só posso dizer que gostei do que vi – foi melhor do que esperava – e torço para que a obra se mantenha ao menos nesse nível e quem sabe até melhore. Torço também para que o que cerca a existência dessas garotas seja melhor explanado, e que, se não for, pelo menos seja bem aproveitado.
“Garotas idols cavalos” continua sendo algo extremamente bizarro independente de como você veja, mas se você abrir seu coração para elas, pode ser que elas te levem para um passeio muito divertido!
issei gentil
Eu gostei muito da proposta do anime e já assisto animes a 2 anos e acho super tranquilo e saudável e natural existirem lolizinhas cavalo ídolos! Vou assistir o anime com muito prazer e me divertir bastante, quero vê-las trocar de roupa e tomarem banho nas termas e irem a praia e piscina também, não pode faltar é claro!