Steins;Gate 0 é, sem dúvida, um dos animes mais aguardados da temporada de abril de 2018, e isso se deve ao sucesso de Steins;Gate tanto em anime quanto em visual novel. O que podemos esperar dessa continuação (in)direta? Personagens mais maduros que se encontram em outra fase de suas vidas, mas ainda envolvidos em uma trama que resultará em uma Guerra Mundial devido à linha do tempo na qual se encontram. A máquina do tempo ainda tem um papel fundamental para a história como a conhecemos, mas agora a Inteligência Artificial ganhará espaço através de um sistema que colocará o Okabe diante de tudo aquilo que ele mais teme – e mais ama. Que se abra o Steins Gate!

Aguardo por um futuro em que você não tenha mais que chorar, Mayushii!

A hipnoterapia pela qual o Okabe passa no começo do episódio nada mais é do que uma psicoterapia que usa a hipnose a fim de facilitar a sugestão e/ou a análise, coisas das quais o Okabe deve precisar já que, após tantas idas e vindas pelas linhas do tempo, ele perdeu uma pessoa importante para ele e ainda há o agravante de que ele se culpa pela sua morte. Na cena seguinte, em que a Mayuri lhe pede para ir a Akihabara, a reação dele é hesitante e expressa desconforto, o que indica que sua dedicação à faculdade no momento serve como uma fuga para evitar lugares e situações que lembrem a Kurisu que morreu por aquela linha temporal. Entretanto, se os dias continuassem normais após todo esse tempo que se passou, não haveria história interessante a ser contada em jogo ou anime, não acham?

“Ela e eu somos uma infinidade de coisas ao mesmo tempo em que não somos nada.”

Eis então que os dois melhores amigos em qualquer linha do tempo voltam a Akihabara e de pouco em pouco os Labomen vão aparecendo, sendo que a Suzu continuar a pedir a ajuda do Okabe para reverter um futuro destruído pela guerra nessa linha do tempo é um momento digno de nota, uma situação em que o Okabe teme tomar outra decisão que o faça perder mais alguém que ele ama. Algo bastante compreensível e que é bem exemplificado pela sua atitude centrada e responsável, nada como o espalhafatoso e egocêntrico mad scientist Hououin Kyouma de outrora. Agora ele é um respeitável integrante da sociedade que não deseja mais se envolver em conspirações ou viagens no tempo. Até quando isso vai durar? Não faço a mínima ideia, mas essa mudança de personalidade e de atitude, principalmente dele, era algo previsível depois de todas as coisas pelas quais ele passou – usar essa “máscara” de estudante “normal é a forma “infantil” dele de lidar com os próprios problemas.

Quem não ficou assustado com a mudança drástica do Okabe que atire a primeira pedra!

A (re)introdução da Yuki – já que a linha do tempo beta não comporta os fatos ocorridos no episódio 25 – foi algo que também me agradou bastante, pois isso não deve causar um paradoxo temporal – o que não aconteceu um par de outras vezes –, mas sim aprofundar o “núcleo familiar” do Haru e render momentos de drama e romance – dois pontos fortes do primeiro anime. A Suzu também é a “porta voz” do futuro sombrio dessa linha temporal e a sua presença na história aponta que, por mais que o Okabe queira fugir, a sua habilidade de reter memórias após saltos temporais será necessária.

Nada como um momento leve a descontraído com lindas garotas e belas roupas, né?

Não bastasse a “volta ao lar” do Okarin, ele logo retorna a Akihabara para um seminário e é lá que a sua vida deve sofrer uma nova mudança, mas antes de comentar isso, queria falar sobre um detalhe bem simples. Vocês perceberam que todos os personagens do “clássico” tiveram seu estilo atualizado? Isso é comum para histórias – em quaisquer mídias – que sofrem de uma boa passagem de tempo entre um estágio e outro, como também é comum adicionar personagens – como a fofa Maho – ou aproveitar personagens que já existiam, mas não participavam ativamente da trama – a simpática Yuki. Esse é o tipo de coisa que reforça que esse é o anime de Steins;Gate 0 e não um Steins;Gate 2, e que, mesmo que seja uma “continuação”, o que deve ser avaliado – adorado ou odiado – é o que for mostrado em tela. Digo isso, mas eu mesmo citei a prequela acima, só que foi no sentido de dizer o que acho que os personagens e a trama podem oferecer, mas sabendo que se trata de outra coisa.

“Eu já sou maior de idade e posso fazer parte da trama, viu!”

Depois de voltar a Akihabara e estar mais uma vez ao lado daqueles que o acompanharam em sua dolorosa e incrível jornada, lembrar da Kurisu e da forma trágica como ela partiu era inevitável, mas mal sabia o Okabe que seria lá naquele lugar que ele se depararia com algo ainda mais imprevisível, uma AI criada a partir das memórias da garota que ele amava, um sistema que pretende revolucionar o mundo e que para o mundo particular dele pode representar a derroca ou a redenção, o reinicio do ciclo do desespero ou a abertura para um futuro de paz. O que o Amadeus trará a humanidade? Será ele o estopim para a Terceira Guerra Mundial agora que a máquina do tempo saiu de cena? O que entrar em contato com as memórias dela através de uma tela trará ao Okabe? A Kurisu que é uma AI é uma “falsa Kurisu” ou há algo de “verdadeiro” nela? Esse episódio serviu apenas para reintroduzir o público na trama repaginada dessa nova fase e instigar esses e outros questionamentos que acredito que serão respondidos ao longo dessa jornada que compreenderá 23 episódios e mais um OVA. Agora que o Steins Gate foi mais uma vez aberto, você está pronto para atender ao seu ultimato?

P.S.: Amadeus é uma música de Itou Kanako – quem canta todas as aberturas dos animes, e também várias músicas para seus jogos, da série a qual Steins;Gate integra – usada como abertura da visual novel de 0. No próximo episódio já devemos ter a abertura oficial: Fátima. Também cantada por ela.

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