Particularmente, achei esse episódio ok, com a aventura da vez obtendo seus méritos, ainda que não tenha agregado muito valor à trama. Houve alguns pontos aqui e ali que esclareceram algo ou tiveram uma função específica, mas, no geral, o que aconteceu serviu mais para contar uma história mais ou menos triste em um outro pedaço do grande Magmel – um quase filler.

Os primeiros minutos me causaram uma sensação estranha, porque mesclaram de uma forma esquisita dois acontecimentos que não estavam se encaixando, que eram a disputa pelo pudim e o leilão que rolava na tv.

O evento apresentava o novo personagem e a ave colorida – cuja relevância só veio ser revelada nos 45 do segundo tempo -, já a “briga” eu imagino que deveria ser engraçada, mas pela falta de foco até dos personagens no que se concentrar, ela acabou sem sentido.

Quando Deysam chegou pedindo a ajuda de Inyou e Zero num resgate, notei que é uma constante do anime o Angler estar sempre um passo a frente dos seus clientes em conhecimento, os levando assim a questionamentos óbvios sobre a viabilidade e necessidade do salvamento – fica parecendo inclusive que ele já prevê toda a trajetória e o resultado da coisa.

Apesar disso, eu consigo entender a constância dessa ação, já que os contratantes parecem não enxergar tais situações, focando apenas no seu desejo pessoal e também entendo que isso talvez cause um sentimento duplo no protagonista – por querer fazer a sua parte, mas ao mesmo tempo saber os riscos físicos envolvidos e as consequências emocionais com os desastres que virão.

Como já sabíamos, Magmel é um continente imenso e dividido em diversas zonas, sendo que o destaque da vez foi para a Zona 45, conhecida como a área das espécies venenosas. O que me interessou bastante nesse lugar, foi ele nos ser introduzido como um dos primeiros locais de migração quando ela foi permitida pelo governo – o que me leva a pensar que tipo de gênios liberaram um ponto tão arriscado como área habitável, mas enfim.

Mesmo a historinha tendo o seu lado tenso, eu sinceramente não consegui me comover completamente com o que foi contado por Deysam, primeiro porque acho que os pais, sabendo das probabilidades, deviam ter um certo controle de suas crias, os orientando no mínimo.

Segundo porque, embora fossem crianças curiosas e bagunceiras como muitas, achei eles inconsequentes e desumanos pelas “rinhas” que promoviam entre os insetos venenosos – isso apenas para ver quem era o melhor apostador? -, o que era uma estupidez sem tamanho como bem apontado por Zero.

Algo que me chamou atenção na Zona 45 foi o ar mais pacífico quando comparada às demais áreas, já que fica subentendido a predominância de insetos e plantas em sua extensão, muitos de médio pra pequeno porte – talvez por isso a negligência humana com o perigo. Ainda assim, dá pra perceber que são eles bem letais, com Inyou precisando mostrar um pouco mais de habilidade para abater os sorrateiros inimigos.

Nessa caminhada, ele mais uma vez solta uma de suas frases reflexivas para que Deysam entenda que nem tudo em Magmel é de fácil compreensão aos olhos humanos, aquilo que pode ser o ouro de um é o lixo de outro e vice-versa – começando desse modo a processar algumas ideias na mente dele.

Infelizmente não pudemos ver ao certo o que se processou com os amigos do ricaço na brincadeira, mas o veneno dos animais que os atingiu pareceu não ser letal, somente capaz de fazer um tipo de mutação, os transformando em novas espécies.

O encontro foi mais ou menos o que eu esperava, com a reação de ataque inicial pelo instinto, culminando num poder da amizade que levou os monstros a uma demonstração de raciocínio, despertando as memórias daquele amigo distante. Inyou teve um certo trabalho aqui, só que por conta da tolice de seu cliente – tentando dialogar sem ao menos criar um plano de proteção.

Ainda que as coisas estivessem se encaminhando para um final feliz, acho que foi bom e houve coerência em não poder retornar os dois caras em humanos novamente, porque assim fica claro para mais pessoas que Magmel não é algo com que se deva brincar levianamente, assim como também mostra que toda ação tem sua consequência e no caso houveram boas e ruins para ambas as partes – e a ave estranha acabou sem utilidade nenhuma, mas pelo menos ficou livre, leve e solta.

Mais uma vez eu digo que gostei do episódio, a série vem conseguindo me manter entretido e curioso pela sua construção de mundo e possibilidades, contudo me preocupa o que pode ser feito considerando a sua limitação de episódios – podendo acabar nos 13, segundo burburinhos -, já que precisam desenvolver os mistérios do lugar, dos personagens e linkar tudo isso.

Enfim, aguardemos os próximos mistérios e revelações que Gunjou no Magmel nos trará, na expectativa de que o que virá, dará um pontapé para frente em algum dos aspectos que falei. Obrigado e até a próxima!

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