YU-NO – ep 5 – Sorriso protegido com sucesso!
Esse episódio deveria ter recebido nota 10, mas alguns deslizes foram cometidos, então, no máximo, consigo colocá-lo não tão abaixo dos anteriores. Felizmente, a vida e o sorriso de uma mão amorosa foram salvos, mas os problemas do filho só estão começando! É hora de salvar a Ayumi no Anime21!
O uso do Toyotomi com teor cômico depois do que ele fez episódio passado me incomoda um pouco. Não quero rir de um estuprador, não devo e não vou! O problema é que muitas vezes os japoneses, e isso pode ser visto até em obras de sucesso como SAO, não tratam o assunto estupro com a sensatez devida.
Menos mal que no anime não foram além, nem foi mostrada outra cena de pôs-estupro. Mas eu não quero, não devo e não vou rir, não fazia isso antes mesmo, do personagem Toyotomi, porque, e peço que reflita sobre isso, com estupro não se brinca em hipótese alguma. Estupro não tem graça!
Enfim, Takuya consegue impedir a madrasta de ser estuprada, mas não de se suicidar. Isso prova que a situação em que a vida dela se finda já havia se tornado um acontecimento praticamente inevitável daquele salto para outros mundos que ele estava executando.
E isso só poderia ser revertido tendo o emprego de um elemento novo que mudasse a decisão da personagem de se suicidar.
O estupro não foi crucial para o suicídio, pois, mesmo quando não ocorreu ela ainda optou por tirar a própria vida e até por isso acho que o tema não foi explorado de maneira leviana – ficou relegado a segundo plano.
O que me incomodou mesmo nessa repetição de mortes da Ayumi foi que (1) o Takuya não chorou e de duas uma, ou ele reage assim mesmo em uma situação de desespero ou foi só uma inconsistência que vamos ter certeza se foi o caso quando acontecer de novo, e vai acontecer de novo, e (2) ele não demorou demais para perceber que deveria procurar a jornalista?
Ele saltou pela primeira vez já com o contato dela, pois não a encontrou de novo até pegar as provas, então por que não pensou nisso se com poucas repetições a situação de loop já estava bem caracterizada? Ele precisou ler os papeis que o pai dele o mandou, o que para mim deixa claro que o Takuya não é lá muito inteligente.
Juntando é um combo de “pouco inteligente e frio que faz piada até em meio a situação séria”, pois foi o que ele fez ao zoar com as insinuações da jornalista saidinha. Ela inclusive é mais uma mulher sem noção que aparece na trama, diferente da Ayumi que passou uma barra e pode até ter optado por um “caminho mais fácil”, mas a verdade é que querer tirar a própria vida e fazer isso também carece de coragem.
E é contraditório? É, pois, todas as atitudes da Ayumi indicavam que ela queria proteger o filho, mas dá mesmo para dizer que a personagem é inverossímil por causa disso? Não sei se você percebeu, mas a Ayumi se refere a si usando o nome próprio em certas ocasiões e isso denota infantilidade, o que não é adequado para uma mulher adulta que trabalha fora como ela, mas ocorre porque ela é como todo ser humano, contraditória.
E estava passando por uma dor excruciante, tanto é que mesmo de frente com as provas ela ainda busca o suicídio, só não com a mesma certeza de antes, afinal, ela demora se preparando para cometer o ato e isso dá tempo do Takuya chegar na cena e impedi-la, felizmente dá.
Voltando a jornalista, o “ataque” dela ao Takuya foi bem desnecessário, foi o momento lascivo desse episódio, a diferença é que nos outros isso não tinha incomodado, pois, as cenas não eram tão sérias, e o momento em que ele está correndo para salvar a mãe era sério.
Não bastava as poucas cenas em que a Ayumi aparecia com o sutiã e a calcinha a amostra? Para mim bastava como elemento lascivo e bastava porque não era um episódio para isso, havia mais coisa, e coisa importante, em jogo!
Então o Takuya finalmente consegue as provas e as mostra para a mãe. Tirando a fuga nojenta do Toyotomi e a conveniência da jornalista parar ele tão prontamente, todo o resto do episódio se “salva” por causa da conversa do garoto com a Ayumi.
O roteiro não foi fantástico, mas me pareceu uma conversa bem honesta entre madrasta e enteado. Meio sem jeito, é verdade, mas foi uma criança querendo dar um choque de realidade, mas não exatamente uma lição de moral, em um adulto, então eu consigo ver o roteiro sendo suficientemente verossímil para que eu me sensibilize com tal desfecho.
Aliás, tem algo que eu não havia percebido antes no anime. Ele voltava para a sala toda vez em que o dispositivo era usado, porque tinha criado um save point ali. Antes de me dar conta disso eu questionava ele não ter voltado mais para resolver o problema na origem, mas isso não seria possível, pois saltar para outros mundos não é o mesmo que voltar no tempo.
Ainda que seja algo similar não é igual, há um limite de até que ponto ele pode saltar – ou criar, dá para considerar qualquer um deles – para outro mundo e isso justifica ele ter resolvido o problema só a partir daquele ponto.
O “estranho” foi ele ter sofrido, e não parecer ter sofrido tanto, e demorado para achar uma saída, mas caso ele não mostre mudanças drásticas de comportamento e capacidades vou considerar aceitável. E, de toda forma, ele pode ficar mais “esperto” depois do que passou, então também vai ser incoerente se ele agir exatamente como o fez nessa situação. Espero um meio termo aí. Ele tem que ter amadurecido um pouco depois disso!
Enfim, a doce e sofredora Ayumi foi salva, mas os problemas ainda não acabaram. A empresa em que a Ayumi trabalha deve ter mais foco agora, assim como a construção problemática, e só eu que estou sentindo falta da YU-NO no anime da YU-NO? Espero que ela se torne uma personagem de fato ainda no primeiro cour do anime. Tem uns dois meses para isso.
O saldo do primeiro grande arco de YU-NO não é ruim, mas também não é excepcional, é só positivo, bom, mas com seus problemas – o que já é melhor que Island, último anime do estúdio e com o qual YU-NO compartilha similaridades. Até mais!