Cá estou eu e trouxe comigo a primeira análise da última estreia da temporada: Try Knights! A proposta de retratar mais uma vez o rugby me atraiu, principalmente depois de ter assistido a All Out e ter descoberto alguns pontos que poderiam beneficiar o rendimento da obra. Considerando o que mostrou, será que ela tem potencial para ser bem sucedida, como um dos poucos representantes esportivos da temporada?

Sendo prático devo dizer que o primeiro contato não foi muito animador, porém também não achei decepcionante, apenas ficou aquém do que eu esperava no conjunto geral – principalmente na animação, que comentarei mais abaixo.

Bom, a história em si parece ser bem direta e nos moldes que estamos acostumados, onde um garoto desiste do esporte que ama por algum trauma pessoal ou dificuldade com o físico. No caso de um dos nossos protagonistas, o segundo problema é real, já o primeiro ainda está na base da especulação – julgando pelo flashback com o irmão mais velho e as pistas deixadas na abertura e no encerramento.

Riku costumava jogar ao lado do irmão e tinha o sonho de ir a copa mundial com ele, no entanto por conta de sua condição ele abandona o esporte, vivendo apenas como um garoto inteligente e vazio. Akira por sua vez é um cara despreocupado e animado, que surge no campo de visão do colega como um raio que resgata temporariamente o desejo que ele vem suprimindo faz tempo.

Desse encontro simples, surge um contato que resulta na faísca responsável por incendiar a vontade de ambos dias depois. Particularmente acho que apesar de toda a construção genérica e conveniente, os dois conseguem criar alguma simpatia que tornam menos problemáticas as demais falhas do episódio.

Há quem deva achar que a aceitação de Riku com toda a situação de se envolver novamente com o esporte tenha sido rápida, mas pelo que vejo não é bem assim, até porque o anime deixa claro que a insistência de Akira durou um mês talvez até mais e o garoto estava claramente louco para voltar, só precisava de um empurrão mais incisivo – que também ganhou fôlego com o sarro dos figurantes do time.

Ainda não ficou 100% explicado a razão por trás do afastamento dele, mas julgando pelas informações soltas aqui e ali, soa mais como uma concepção errônea do mesmo sobre poder ou não jogar, somado a alguma provável ruptura com o irmão – que imagino ser o tipo super talentoso que acaba se tornando soberbo, ofuscando o “otouto” e destruindo a relação.

Na parte do jogo, já começamos a ver uma prévia das habilidades reais da dupla e mais de como deve funcionar a junção dessas personalidades, onde dá para notar uma química bem semelhante a de Kuroko e Taiga inicialmente (Kuroko no Basket), com o mais “fraco” assumindo o controle e montando as jogadas, para o colega com melhor condição física fazer o serviço braçal e brilhar.

Akira é bobão e simpático, um tipo que é fácil de gostar. Riku é meio estranho, mas tem uma predisposição ativa que me agrada, não sendo o tipo mirrado de óculos quietinho, ele se impõe e age quando precisa. Agora os dois decidem se unir para conquistar alvos maiores e mostrar ao mundo que eles podem. Quero ver como o anime vai conduzir esse processo junto as pequenas tramas pessoais que permeiam essa linha central do time que quer vencer.

Tocando nas áreas problemáticas da série, acho que a mais visível no momento e que acredito ser a responsável por comprometer essa apresentação, seja exatamente a animação. De modo geral ela está bem pobrinha e com um acabamento lamentável, o uso de quadros estáticos aqui bombou, fora a movimentação na partida e não consigo ver como isso pode melhorar – provavelmente aqui devem ficar num nível semelhante ao Hachigatsu no Cinderella Nine, da temporada passada.

Apesar de não ter comentado nada muito favorável nesse início, tem uns pontos extras interessantes a se destacarem aqui. Vale comentar que esse anime está no ar agora aproveitando o ensejo da Copa Mundial de Rugby, que acontecerá no final de Setembro, no Japão.

Levando em conta esse acontecimento, o anime produzido pelo estúdio Gonzo recebe o apoio da Associação Nacional de Rugby, com o objetivo de colaborar para uma maior veracidade na animação, instruir os leigos dentro do possível e ainda incentivar a prática. Essa intenção se manifesta nas cenas mais explicativas e com o quadro “Rugby Lesson” ao final dos episódios, onde jogadores reais explicam em forma chibi como funcionam algumas regras do esporte – nesse primeiro explicaram sobre o “try”.

Enfim, apesar de ter se introduzido de uma forma bem mediana e sem intensidade, acredito sim que a obra pode dar o seu jeito e conseguir um resultado que nos satisfaça ao fim da carreira. Try Knights está aí pessoal, agradeço a quem leu e até a próxima partida!

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