Kimetsu no Yaiba ateou fogo em todas as minhas preocupações sobre o desfecho desse arco com esse episódio antológico em que Tanjiro e Nezuko brilharam tão forte quanto o próprio sol. É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

Começar com um trecho descontraído foi uma boa sacada, porque assim deu para o público processar melhor o que estava acontecendo. Além disso, Giyu revelar o que eu já esperava, que o Kizuki não era o pai, jogou a tensão para onde ela devia estar, na luta do protagonista.

Inosuke vai ficar bem e Zenitsu adiou sua morte, mostrando uma presença de espirito notável, até a chegada de Shinobu. Não tendo mais porque me preocupar com os outros heróis posso focar toda a minha atenção na luta entre Tanjiro e Rui, ou seria na luta de Tanjiro e Nezuko contra o oni?

 

Porque se tem algo certo nessa história é que um desses irmãos se erguerá para proteger o outro quando este precisar. Esse é um reflexo do laço forjados entre eles; possibilitado pelo sangue, aprofundado pelo convívio; praticamente o oposto do que Rui tem com sua irmã mais velha.

A única forma de transmitir sentimentos que Rui conhece é através do poder bruto, da imposição da força, do amedrontamento. O oposto a gentileza e o cuidado que o protagonista tem com a irmã e que ela, mesmo tendo virado oni, tem com ele.

 

Sendo assim, até mudo minhas palavras do artigo do episódio anterior. Não era Rui quem replicava a relação disfuncional da mãe e do pai com a irmã, era ele a principal fonte do desequilíbrio ali. Ele, o oni mais forte, um dos doze Kizuki, Rui, o cinco inferior.

Lembra que o oni do tambor era um ex-seis inferior? Sabendo que há doze Kizuki, podemos supor que existam seis inferior, de uma casta menor, e seis superior, de uma casta maior, entre o alto escalão de onis criados diretamente por Kibutsuji.

Não importa a aparência do oni, mas sim o quão forte é seu Kekkijutsu e é por isso que Rui é o grande vilão desse arco. Aliás, desde antes, se formos puxar pela memória, a forma que ele tratava a mãe já não era um pouco estranha, autoritária demais?

E com vocês Rui, o cinco inferior.

Depois do que foi exposto nesse episódio, e da força aterradora mostrada por ele, não havia outra coisa a se esperar, não é? E, sinceramente, aumentar o nível do problema com um Tanjiro cansado e quase sem lâmina foi a melhor ideia que a autora poderia ter tido.

Além disso, a aparição de Nezuko e a resolução dessa em proteger seu onii-chan não poderia passar despercebida aos olhos daquele que buscava um laço inquebrável, apenas não sabia que a verdadeira ligação com outra pessoa nada tem a ver com a força, mas sim com o amor cultivado entre os iguais.

A Nezuko acabar “aprisionada” mesmo sendo um oni eu super entendo, afinal, eram fios que foram capazes de cortar a espada de Tanjiro como papel, o que ela poderia fazer além de esperar a hora certa em que seu irmão mais precisasse de sua ajuda?

Nezuko fazendo pose para quebrar o clichê da donzela em perigo.

Mas para ter essa abertura ela teria que confiar na capacidade dele em criar a sua chance e foi isso que nosso herói fez. Tanjiro Kamado, a quem foram entregues os brincos de Hanafuda e ensinada a dança do fogo que traz boa saúde para a família, Hinokami Kagura.

Lembra lá do primeiro episódio quando é dito que os Kamado trabalham com fogo? Então, se o pai dele foi o único homem que fez Muzan temer por sua vida, ele ou algum descendente que possuía os brincos símbolo da família, nada estranho que ensine ao filho uma respiração disfarçada de ritual, não é mesmo?

Ele não poderia imaginar que um dia Tanjiro teria que se tornar um exterminador de onis, não teria como ter certeza disso, mas pensando que o mal que ele combateu poderia atormentar os seus confiou sua maior lição a seu primogênito, uma respiração de fogo capaz de amedrontar qualquer oni.

 

Porque é Hinokami Kagura o que Muzan deve temer, é por causa dela que um simples exterminador em início de ofício chamou sua atenção. Enfim, Tanjiro usa o golpe de água em que cria um dragão, um golpe que aumenta sua força como a torrente de uma cachoeira e o muda da água para o fogo quando este se vê de cara com a morte.

Um momento de protagonismo? Certamente, mas se tinha a hora e o lugar certos para tirar um poder do aparente nada eram esses. Aliás, não foi do nada também não, o breve trecho de volta ao passado de Tanjiro em que conhecemos um pouco do pai dele e da Nezuko é o suficiente para justificar a mudança que se segue e a luta magistralmente animada e sonorizada pelo estúdio Ufotable.

Um show de cor, fluidez, trilha sonora, mas, principalmente, um show de sentimentos, porque Tanjiro só consegue ir além porque tem alguém para proteger, alguém pelo qual vale a pena arriscar a sua vida, e só consegue vencer porque tem a ajuda da irmã, com seu Kekkijutsu despertado, o que foi meio inesperado, mas muito bem-vindo. Tanjiro e Nezuko, nenhum deles jamais caminhará sozinho outra vez.

 

E é esta a força de um laço verdadeiro, algo intangível e inexplicável, mas que é capaz de conectar corações e despertar nas pessoas o que de melhor e mais forte elas têm a fim de sobreviverem para poder cuidar daqueles com os quais compartilham tal sentimento, daqueles com os quais compartilham tal união.

Um oni que acha que pode conquistar tudo pela força jamais seria capaz de entender isso, jamais seria capaz de quebrar esse laço, ainda que fosse capaz de derrotar o exterminador e o oni a sua frente. Não foi porque Tanjiro e Nezuko têm história, o sangue que corre pelas veias deles carrega um poder capaz de tornar água em fogo, combater a injustiça e crueldade com compaixão e amor, e é por isso que essa dupla é a pior ameaça para Muzan.

O que espera Tanjiro e seus amigos a seguir? Não sei ao certo, mas acredito em um descanso merecido e quem sabe mais consciência sobre os detalhes que cercam esse mundo, assim como um maior conhecimento sobre a situação que presenciaram na floresta.

Todo mundo precisa respirar um pouco depois de um episódio genial desses, até mesmo o telespectador, né. Kimetsu no Yaiba está incrível, não está? Mal posso esperar pelos próximos episódios!

Até a próxima!

Esses são os verdadeiros laços, esta é uma verdadeira família.

 

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