A verdade dentro da armadura – Arquétipos de Fullmetal Alchemist Brotherhood
Eu não sei o que ainda falta cobrir em FMA, só sei que tamo chegando no final. Eu já vou meio que adiantando que eu não pretendo cobrir o final da porque esse não é o meu foco, no máximo irei comentar como os personagens se adaptaram ao final. Eu não vou terminar a série de posts aqui, mas estamos chegando no final e eu acho que deveria avisar vocês.
Nesse post eu pretendo cobrir a May… e acho que podemos cobrir o Al. Só falando que eu evitei o Al, porque eu tenho certeza que eu falei que o Al demora muito pra desenvolver o seu arquétipo, deve ser porque ele o Ed compartilham o mesmo. Lá no primeiro post eu falei que o Al representava uma parte da inocência do Ed, o “desconhecido.” Mas antes de falar dele, eu vou falar da May, porque a autora desenvolve ela primeiro (não me culpem, culpem a autora). A May é como se fosse um mini-Marcoh, ambos têm o mesmo arquétipo, como eu tinha falado antes, mas a diferença é que a autora decidiu criar um personagem que ainda precisa desenvolver a personalidade, com isso, ela tem a liberdade de adicionar dramas e etc…. enfim, vamos lá pro que interessa, aprender.
Resumão do que rolou: May consegue a pedra filosofal. Se isso é spoiler, certeza que você não viu até aqui, então fecha esse post e vai ver o episódio. Porém, pro azar dela, a pedra filosofal era o/a (sei lá que porra aquilo é) Envy. Não que eu ache que quem ela conseguisse faria alguma diferença. Digo, a May é uma garotinha fofinha que tem desejos honestos e faz as coisas da forma honesta. Em outras palavras, se você ajudar ela, ela te ajuda, se você for além disso e deixar alguma impressão nela, ela vai se apegar a você, e… foi o que aconteceu, a May acabou se apegando demais ao pessoal de Amestris, e deu no que deu. O sentimento de culpa acabou tomando conta dela, fazendo com que ela regredisse suas ações e voltasse pra guerra. Agora, se você acha que isso foi exagero demais, bom, eu poderia fazer um post inteiro sobre isso. Mas simplificando tudo, fica assim: se você lembra do passado dela e o quanto ela sofreu por causa do sistema político de Xing, ir pra Amestris, onde hierarquia não significa nada e de repente ser tratada como uma amiga, onde na casa dela as pessoas a tratavam como lixo… Convenhamos que não tem como ser grata a eles. E por essas coisas é que ela tem o arquétipo da “Solidária/ Caregiver”. Como citei em um dos primeiros artigos, o maior medo deles é ser consumido pelo egoísmo/ pela ingratidão. E nesse ponto da série você vê ela em uma balança: ser ingrata com as pessoas que me ajudaram, para salvar meu pais, ou retribuir o favor a elas e conseguir a pedra? Bom, essa resposta foi respondida duas vezes, a primeira resposta é o Marcoh em pessoa, a segunda é a May. Obviamente o Marcoh não fez as monstruosidades dele porque ele quis, mas ele acabou fazendo e quem paga pelas consequências é ele, que resultou na pessoa que você vê agora. Enquanto a segunda resposta é a May, no último episódio.
Só queria falar de um arquétipo que eu não falo há meses: O ano Humano. Nessa parte eu consegui identificar muita coisa relacionada a isso. Como eu mencionei antes, no caso da Nina, Hiromu ama usar crianças na obra. O que é bom, mas talvez não seja ético ( só que isso não vem ao caso). Em histórias crianças são ótimas fontes de inocência. Se no lugar da May fosse uma pessoa adolescente / adulta, eu não acredito que eles decidiriam recuar e ir pro perigo. E também, toda aquela cena da May em um vilarejo qualquer, mostrando os moradores se importando com ela, mesmo sendo uma estranha para eles, dá uma força pra quem está vendo, entender ela melhor sem precisar se lembrar dela. Você não precisa nem lembrar a história dela ou que ela vem de uma família pobre pra essa cena ser tocante. O que acontece é o contrário, no decorrer da série toda, acontece tanta coisa que você pode ter esquecido da história dela, mas só essa cena foi o suficiente pra fazer você lembrar a história dela, ou se não, pelo menos entender que ela é uma honesta e inocente garotinha. Enfim, o que eu queria falar é que essa cena sozinha foi o suficiente pra recolocar a May na história e a desenvolver por completo. Lembrando, que desenvolver ela meio que completa o pedaço que o Marcoh deixou em aberto (falando de arquétipos).
E vamos pro Al! Na real, eu não sei nem por onde começar a falar dele… coitado, eu ignorei tanto ele que acumulou tanta coisa. Mas nesse tanto de coisa que ele fez, parece que ele não fez tanto assim. Digo, como eu falei, o Al representa pro Ed o desconhecido. Mas o problema é que o Ed se aventurou pelo desconhecido mais que o Al (e sem “ele” também). Não falando que ele não fez o trabalho dele, mas que comparado ao Ed, faltou trabalho pra ele. Olhando pra história… é, no começo o Ed ganha mais destaque que ele, ainda mais quando o Al foi a vítima. Se você ver o anime de novo, você meio que percebe que a Hiromu joga um pouco mais de foco no Ed. Ser parecido com o Ed é ok, Al teve aventuras sem o Ed também, como a operação Mustang ou em Briggs, mas ainda acho que o Al, em termos de arquétipo, foi meio mal usado. O Al, como personagem, é legal, não confundam os dois.
Um dos motivos que eu acho que o Al foi mal usado em arquétipos é porque a autora não conseguiu fazer com que a evolução dele estivesse par a par com a do Ed, ou melhor, tudo o que ele fez, foi pra melhorar a história e não o arquétipo dele. Quase todas as pistas relacionada sobre como conseguir o corpo dele, foi o Ed que descobriu. Lembro de uma exceção como ele apagar por alguns momentos, porque ele acha que o símbolo está enfraquecendo. E fora que né, têm partes em que eu acho que fica claro que o corpo do Al vira um dever que precisa ser cumprido, principalmente na parte que ele acha o corpo do Al no outro lado. Aquela cena, pra mim, foi onde ficou claro que, em termos de arquétipo, o Al não foi feito pra ter um “único”. Quando eu digo arquétipo “único” eu digo um pro Al mesmo. Como eu falei, ele divide o arquétipo com o Ed, mas nessa brincadeira o Ed acaba pegando a maioria do bolo e não acaba sobrando muita coisa interessante pro Al.
Eu não dediquei metade de um post pro Al, só pra falar o quão mal usado ele foi. O Al merece uma grande menção aqui por um simples motivo: ele é o melhor exemplo pra mostrar que nem sempre ser útil pra história significa ter um arquétipo único e maravilhoso. O Al tem muita influência na história, como já falei. Só do fato do corpo dele ser um objetivo, já influenciou mais que muitos personagens. Melhor, não que o Al seja sem sal pra ter arquétipo, o problema é ele ter o mesmo arquétipo que o Ed e precisar ser comparado a ele. Olhando assim, o Al fica muito ofuscado pra ter um arquétipo que consiga competir com o resto dos personagens, como o Mustang, Scar, Winry, May e o Marcoh, etc…
E eu encerro por aqui o post mesmo, eu não sei se o que eu falei do Al é algo bom ou não. Mas o post que eu vou falar sobre o grande dia está chegando.