Ryuuou no Oshigoto! é uma adaptação de light novel em andamento com 8 volumes – que já vem sendo adaptado em mangá há um bom tempo, algo comum para light novels. A obra tem como pano de fundo o shogi e é a partir da prática dele que diversos personagens, de várias idades e ambos os sexos, interagem entre si, passando a ideia de que shogi é sim um esporte para todas as pessoas!

A história acompanha Yaichi, um jovem e proeminente jogador que conquistou o título de Ryuuou – um dos mais importantes do shogi profissional –, e foi exatamente nessa disputa que lhe garantiu o título que ele encantou a fofa Hinatsuru Ai – uma garotinha de apenas 9 anos de idade – com o seu shogi, a fazendo querer ser sua discípula. A partir daí a vida de Yaichi nunca mais será a mesma, pois agora que tem alguém a inspirar ele se esforça ainda mais para polir seu shogi enquanto treina sua discípula, e é em meio a isso que é passada ao público uma visão mais abrangente de como é o shogi não só para as crianças, como também para as mulheres – sem esquecer do shogi profissional em si.

Várias coisas que acontecem ao longo da obra são bastante questionáveis no que se refere a sua verossimilhança com jogadores ou suas habilidades, mas temos que lembrar que se trata de um anime, e um que tenta “enfeitar” as partidas e os treinamentos afim de conferir ao shogi ares de pratica competitiva que se aproxima muito do que costumamos ver em battles shounen e/ou animes de esportes. Isso não é algo ruim, pois facilita a tensão e se você, mesmo estando ciente dos defeitos da obra, se envolve com os personagens e com a trama, pode se divertir ainda mais vendo o anime.

Um ponto questionável da obra são as suas várias “brincadeiras” envolvendo lolis, já que ela tem sim um viés cômico que muito é explorado justamente com as crianças do elenco, usando de vários clichês de animes envolvendo personagens menores de idade e fofas, o que pode desviar o foco – e desagradar a quem vê – de uma história que em vários momentos busca a seriedade ao tentar passar uma mensagem positiva de superação através do shogi. Se esse tipo de coisa não te incomoda tanto você não deve ter problemas ao assistir o anime, se sim, então sugiro que tente focar na história para ver se ela lhe agrada o suficiente para que releve certos detalhes referentes a sua forma e conteúdo.

E é no ato de estudar e jogar shogi que a história se desenvolve, e não só mostrando as disputas do protagonista – que é um respeitado jogador profissional, apesar de tão jovem –, mas também dando destaque as crianças e mulheres, mostrando uma visão mais ampla do shogi – o que é interessante justamente por comtemplar jogadoras que não têm a mesma importância em um ambiente muito fechado em torno dos homens. A obra assumiu esse papel de mostrar o shogi de diferentes ângulos para um público muitas vezes leigo e, mesmo que não consiga acertar o tom sempre, acredito que só a tentativa já é passível de elogio. Enquanto Sangatsu no Lion nos dá uma visão realista e verossímil do shogi profissional, Ryuuou expande o foco e romantiza mais, é verdade, mas isso reafirma o título do artigo e o que falei ao longo dele, que esse e um anime que fala de shogi para todas as pessoas!

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