Legend of the Galactic Heroes: Die Neue These – ep 4 – Olhar para o passado é aprender a andar para o futuro
Seguindo a estrutura estabelecida até agora em Die Neue These, após um episódio inteiramente dedicado ao Império mostrando a história de Reinhard, Kircheis e Annerose, temos um capítulo dedicado à Aliança centrado na sua figura mais importante, Yang Wenli, de como e porque ele entrou para o exército e, mais importante, de que maneira ele, apesar de extremamente jovem se tornou um herói para os bilhões de cidadãos do lado democrático do universo.
Yang passou boa parte da sua infância e começo da adolescência a bordo de uma nave mercante. Seu pai era um comerciante que viajava se planeta em planeta fazendo negócios enquanto seu filho se dedicava a ler livros de história (embora não seja dito no episódio, a mãe de Yang morreu quando ele tinha 5 anos de idade). Desde cedo ele mostrava ter um espírito inquieto e curioso, inclusive fazendo uma pergunta que muitos acompanhando a série até o momento já fizeram: como alguém tão cruel e violento quando Rudolf Goldenbaum conseguiu não apenas chegar ao poder, mas também ter enorme apoio popular?
Alguns anos depois vemos Yang já como aluno da academia militar da Aliança. O episódio mostra Yang passando boa parte do seu tempo indo até a biblioteca municipal da cidade onde morava para ler sobre a história da humanidade. Sobre o motivo do seu alistamento, é dito que Wenli pensou que essa seria uma maneira de ter educação de qualidade sem ter de pagar do próprio bolso. Na série original, adaptando fielmente os eventos mostrados na obra de Yoshiki Tanaka, há uma explicação mais detalhada sobre os motivos que levaram Yang a se tornar um soldado, mas em respeito aqueles que não leram os livros ou ainda não assistiram aos OVAs originais, não comentarei mais a esse respeito, até porque imagino que DNT deverá explicar mais profundamente sobre a vida de Yang e do seu pai no futuro. É importante esclarecer ainda que esta nova série, além de recriar os eventos dos 110 episódios da primeira adaptação, também está usando elementos dos 52 episódios do chamado Gaiden, que são OVAs lançados após a conclusão da série principal mostrando histórias de vários dos seus personagens que foram apenas mencionadas brevemente em oportunidades anteriores.
Voltando ao episódio, numa das idas à biblioteca Yang escuta o som de um instrumento musical, e ao chegar no terraço do prédio, encontra uma jovem praticando o violino. A garota estranha um cadete ser tão fascinada pela história da humanidade. A jovem, de nome Jessica, demonstra saber quem Yang é, e ele acaba descobrindo que ela é amiga de Jean, seu colega de classe. A relação entre Yang, Jean e Jessica é de vital importância para os eventos ocorridos na primeira adaptação, mas a versão original não se importou em mostrar a relação entre eles da maneira como DNT fez. Ponto para a nova série.
Como aluno, Yang tinha notas boas apenas o suficiente para não ser reprovado e parecia não ter interesse nenhum por nenhuma das matérias do currículo escolar que não fosse História. No entanto, não demorou para que seus colegas e professores percebessem que, por mais medíocre que aparentasse ser, havia um campo em que Wenli mostrava estar anos-luz a frente de quem quer que fosse: estratégias militares. Após derrotar o melhor aluno da turma num combate simulado, Yang recebe a notícia de que foi transferido para o Departamento de Assuntos Estratégicos. Ele vai até o gabinete do vice-diretor, Alex Cazerne (talvez a mudança mais radical de design de personagem em relação à primeira adaptação até agora) para protestar, mas é informado que a única maneira de não ser transferido é solicitar sua saída da academia, mas se o fizer, terá de devolver todo o dinheiro investido em sua educação. Cazerne diz a Yang que a transferência é o reconhecimento pelo seu talento, mas Wenli diz que ele não é nada especial. O contraste entre a modéstia e o desinteresse de Wenli e a arrogância assumida de Reinhard é um dos melhores elementos de LOGH.
Um ano após a formatura, Yang é transferido para o planeta El Facil (não olhe pra mim, não fui eu quem escolheu esse nome), acreditando que teria uma vida er, digamos, fácil (prometo que é o único trocadalho infame deste texto). A paz, porém, dura pouquíssimo, pois uma frota imperial se aproxima com o intuito de “libertar El Facil das forças rebeldes” (nunca é demais lembra que o Império Galáctico não reconhece a existência da Aliança dos Planetas Livres, para o primeiro o segundo não passa de um bando de arruaceiros que continuar a ser submeter aos desmandos dos Goldenbaum). Mas o pior ainda estava por vir: após sofrer um ataque surpresa, as forças aliadas, sob o comando do vice-almirante Lynch, anunciaram que abandonariam El Facil e seus mais de 3 milhões de habitantes (pouquíssimo para um planeta todo, por menor que ele seja, mas enfim).
Diante do caos que se avizinha, o comando do exército resolve jogar a batata flamejante nas mãos do jovem tenente Yang, mas ele não se desespera. Enquanto multidões se amontoam nos espaçoportos de El Facil, Yang é salvo de um engasgo causado por um sanduíche engolido às pressas por uma jovem de cabelos loiros que lhe oferece um copo de café. Gratidão? Nosso herói diz que odeia café e que preferia chá. Antes que possa mandar nosso mal-educado protagonista caçar tatu, Yang recebe uma mensagem dizendo que o restante da frota aliada resolveu abandonar o planeta antes do horário previsto. Tudo parece perdido, mas Yang diz que isso era exatamente o que ele queria. O tenente Wenli explica que a frota imperial estava esperando por esse movimento, e que naquele distante as duas forças deveriam estar guerreando uma contra a outra. Com isso, concluí o brilhante estrategista, haveria tempo de sobra para evacuar todos os habitantes de El Facil para outras planetas da Aliança. No final das contas, o “Milagre de El Facil” pareceu menos milagroso do que os relatos sobre ele faziam crer. Por conta desse feito, Yang foi duplamente promovido pelo exército, vindo a alcançar a patente de comodoro. Durante uma conversa com Jean após seu retorno a Heinessen, Yang afirma não se ver como herói, dizendo que a teimosia e o desprezo de Lynch pelo seu subordinado criaram a situação ideal para uma evacuação perfeita. “Observar batalhas passadas torna possível prever batalhas futuras”, concluí Wenli.
Meses depois, enquanto organiza a bagunça da sua nova casa cedida pelo exército, Yang recebe a visita de Cazerne. O vice-diretor diz a Yang, dentre outras coisas, que ele deveria pensar em adotar uma criança órfã de guerra. Yang que um solteirão como ele não pensa em algo assim, mas Cazerne diz que poderia aprender com o outro. Além disso, explica Cazerne, o exército oferece empréstimos a juros camaradas para militares que adotam órfãos. E se o adotado optar por seguir a carreira militar, a dívida ainda por cima é perdoada. Dias depois, já tendo esquecido completamente do assunto, um jovem toca a campainha da casa de Yang Wenli. Quem será ele?
De todos os episódios de Die Neue These até agora, este talvez tenha sido o de menor carga dramática. Por um lado, a atmosfera mais relaxada e contemplativa casa perfeitamente com a personalidade de Yang Wenli. Por outro lado, a ausência de desafios acaba deixando o episódio um tanto sem sentido. A escolha de não contar detalhes, digamos, pitorescos sobre a personalidade do pai do nosso protagonista também contribuiu para a sensação de que as coisas poderiam ter sido melhor arranjadas. Tecnicamente falando, a animação de personagens neste capítulo me pareceu menos expressiva que a dos episódios anteriores, muito provavelmente pela ausência de cenas mais dramáticas. Mesmo a fuga de El Facil, apesar de reforçar o caráter “aéreo” de Wenli, acabou deixando tudo com um sabor anticlimático. Com mais 8 episódios para a conclusão desta primeira temporada, espero que a Production IG tenha preparado algumas surpresas pelo caminho. Aguardemos.
Kondou-san
Este quarto episódio do remake de LOGH foi ok.
Foi bom a forma como mostraram o passado do Yang quando era criança até entrar na academia militar. O novo design da Jessica e do Jean está bastante bom, mas o design do Alex Cazerne sofreu uma mudança demasiado radical.
Para quem viu os ova, sabe que o Yang sempre foi um excelente amigo e sábio, neste episódio deu para ver de longe que a Jessica estava a nutrir sentimentos pelo Yang, mas nunca o Yang iria aceitar os mesmo, pois o seu amigo Jean já fazia tempo que dizia que amava a Jessica (isso meio que gera um pouco de desconforto para a Jessica, tanto nesta adaptação como nos ova).
No próximo episódio, devem introduzir o chato do Julian, mas em vez dele preferia o gato que o Yang tinha.
De resto, não tenho mais nada a comentar, pois o que eu ia comentar mais, tu caro CrossSylvia já colocaste no artigo de forma excelente.
Como sempre mais um excelente artigo do remake de LOGH CrossSylvia.