Esse segundo episódio fecha com um momento bastante simbólico para quem acompanha o mangá, e, apesar de não ter sido tão bom quanto o outro – mesmo adaptando apenas pouco mais de três capítulos, tendo assim um ritmo mais lento –, foi justamente o seu belo final que compensou um pouco. De uma investigação a outra, do presente a um passado obscuro, o que será de Haise Sasaki?

Adoro essa cara de lunático que o Kaneki (agora o Haise) faz às vezes.

Vocês gostaram da luta do Haise contra o Serpente? Eu tenho sentimentos mistos quanto a ela. Ver o Haise assumir seu “eu” Kaneki foi empolgante, mas os movimentos de ação em si poderiam ter sido melhores. Pelo menos, a luta se resolveu de uma forma aceitável, pois a revelação de que era o Nishiki ali agravou ainda mais o estado de desequilíbrio do Haise e justificou as contramedidas do CCG. O Nishiki já apanhou demais nessa história e fugir dali era a única saída benéfica para ele, então tudo fica bem quando acaba bem, não é mesmo? Não exatamente, pois uma mudança se fez precisa.

Tokyo Ghoul não seria a mesma coisa sem seus coadjuvantes de luxo!

O efeito dessa “captura” malsucedida foi a substituição do Urie pelo Shirazu como líder dos Quinx. O Sassan – confesso que adoro esse apelido – é o tutor e um dos quatro integrantes sob suas ordens é designado como líder, sendo assim, alguém que ao menos não coloque a própria segurança e a dos outros em risco seria o mais indicado para a função, não é mesmo? Pensando nisso, e até em ensinar algo para o Urie, é que o Haise o tira do cargo, e essa mudança serve para reforçar uma outra coisa.

Antes de falar mais disso, acho bom fazer um comentário. Vocês acharam muito duras as ações do CCG para com o ghoul de rank SS Haise Sasaki? Eu não, visto que ele é sim um meio-ghoul que pode perder o controle ao ativar sua kagune. Contudo, por que um meio-ghoul foi “aceito” na sociedade e, pior ainda, como ele consegue não se alimentar de carne humana? Acho bom dar uma explicação sucinta sobre o que levou o Kaneki a se tornar Haise Sasaki e estar nessa situação, mas isso seria um spoiler por mais que eu limitasse a informação, então vou usar a barrinha de spoilers para falar isso.

Em uma situação e em um cenário diferente o Kaneki enfrenta o Arima. Ele é derrotado, fica à beira da morte e perde suas memorias, sendo recolhido pelo CCG e usado como base para a criação dos Quinx, recebendo uma nova identidade e, com a permissão do CCG, sendo aceito como meio-ghoul e, ainda assim, um investigador. Ele usa supressores de rc para poder controlar as taxas de suas células e por isso consegue conviver como um humano normal, se alimentar como um e “parecer” um, etc.

Isso foi o que aconteceu no mangá, mas esse episódio ainda não descartou a possibilidade de seguir o anime nem confirmou a de que seguirá diretamente o mangá – ignorando √A. Resumindo, agora o Kaneki é sim o Haise e a sua convivência tão amigável com o Arima não é algo estranho visto que foi ele quem auxiliou o caminho do Haise até ali, assim como a Akira também o fez e por isso é que ele considera ambos seus “pais” nessa nova vida. De toda forma, o que sobrou de interessante a se comentar desse episódio foi o desenvolvimento do Urie, a movimentação – ainda que bem tímida – da Aogiri e o aparecimento da heroína principal dessa história: a Saiko. Mentira, a aparição da Touka.

Uma mãe que te dá um soco e um tiro e um pai que te dá um soco. Que família feliz, hein!

Esses dois primeiros episódios adaptaram o primeiro volume do mangá e poucas páginas do primeiro capítulo do segundo e, como no original, exploraram mais o Urie que os outros do esquadrão Quinx.

Quem é e o que quer Kuki Urie? Um cara ressentido com o investigador que era companheiro de seu pai e que na sua cabeça o deixou para morrer, projetando esse ressentimento no filho dele enquanto limita suas relações interpessoais ao que lhe convém para crescer dentro da CCG sem se deixar envolver emocionalmente com outras pessoas. Aliás, o Takeomi Kuroiwa é filho do Iwao, aquele que usava a Arata e lutou ao lado do Shinohara, e tem uma personalidade amigável que lembra a do pai.

O que esperar do Urie com ele sendo assim? Que ele tente se afastar dos Quinx para não se permitir envolver demais com eles – procurar fazer a cirurgia para aumentar seu frame exemplifica isso –, buscando ainda mais força para atender aos seus próprios interesses. Ademais, ele falsificou a autorização do Haise – no mangá é diferente – e espero que esse detalhe venha a ser tocado depois.

Ele vai conseguir o que deseja como deseja? Temos que ver os próximos episódios, mas o fato de ele estar sendo desenvolvido e de ter uma história interessante já é bom, afinal, que ao menos um Quinx já vá sendo aprofundado nesse começo – só assim o público pode “comprar” os novos personagens.

Os pensamentos dele ajudam muito a caracterizá-lo tanto no mangá quanto no anime.

O Torso se vê encurralado e entra para a Aogiri enquanto o Coelho “Negro” vai ganhando cada vez mais fama por seus atos e, mesmo que ainda bem pouco, a Hinami no episódio anterior e o Ayato nesse já foram a primeira ligação da Aogiri com o que está acontecendo nesse momento da história. Algo necessário? Creio que sim, pois a organização se mantém como a “inimiga número um” do CCG.

A Saiko é a quinta integrante do esquadrão Quinx, é rechonchuda, preguiçosa e nada esforçada, uma verdadeira NEET disfarçada de investigadora que pelo pouco que apareceu parece muito mais um alívio cômico em potencial que qualquer outra coisa. Ela será só alguém que, assim como no ótimo encerramento, traz uma leveza e comicidade ao grupo dos Quinx ou terá relevância para a trama? Só o tempo irá dizer e conhecer as circunstâncias da garota é algo extremamente necessário antes de julgá-la uma personagem que nada agrega à história. Os Quinx ainda precisam de tempo para “brilhar”.

Espero que a Saiko seja tão adorável quanto é no mangá ❤!

Apesar do Haise ainda me parecer meio “raso” – acho que isso se deve a velocidade da adaptação – o anime não está ruim, mas é verdade que a animação decaiu um pouco em comparação com a estreia, e a transição entre cenas também me incomodou em alguns momentos. Mas isso não pôs a perder a direção do episódio, só mostra que ela pode vir a se embaralhar dependendo de quais e de como estiverem sendo adaptadas certas cenas em certos momentos. Enfim, o episódio se encerra com mais um atestado de que o Haise não lembra mesmo do seu passado como Kaneki, mas que ele consegue sentir ainda que não lembre. O gosto do café, o ambiente acolhedor, o rosto da pessoa que ele considera a mais bela; tudo, tudo isso são resquícios de suas memórias que já estão impregnadas em seu ser, não podendo se desprender delas mesmo que não faça ideia de como as obteve. O momento em que ele chora após provar o café e ver o rosto da Touka é realçada por uma bela música de fundo e deu o tom melancólico e singelo que a cena precisava, fechando bem a introdução à personalidade nova daquele que é um velho conhecido da época da Anteiku tanto do Yomo quanto da Touka-chan.

Essa cena final foi bonita e no contexto geral tornou esse episódio melhor. E agora, o que se verá em Tokyo Ghoul:re? Mais investigação, é claro! Dessa vez envolvendo a peculiar ghoul Quebra-nozes e crossdresser e balada? A cena que a apresenta já mostra que o tom dessa personagem é um pouco mais adulto que o geral no anime. No próximo episódio, veremos se ela quebrará ou não umas nozes para mudar para pior o gosto do café dos Quinx. Quero um café a moda do :re no próximo episódio!

Agora sim isso está tanto com cara de Tokyo Ghoul quanto de :recomeço!

  1. Foi um episódio muito bonito eu já o reassisti umas 10 vezes pela beleza da Touka-chan. Mais estou muito incomodado por causa do que aconteceu com a Himani-chan, porque ela esta na árvore aogiri ajudando ao Ayato e não esta com a Touka-chan no café re com o Yomo e Nishiki, macaco demôniaco e cão negro?

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