Quais são suas obras preferidas e por quê?
Bom dia!
Consegue responder fácil a pergunta do título? Algumas pessoas têm uma “obra preferida” imutável há anos, e um punhado de outras que gosta muito e varia muito pouco com o passar do tempo. Outras conseguem listar mais ou menos obras que estão entre suas favoritas, mas não saberia dizer com precisão de quais gosta mais, e a lista pode mudar a cada vez que alguém pergunta.
Eu estou nesse segundo grupo, mas esse não é o foco desse artigo. E embora tenha escrito “obras” no título, vou tratar de animes apenas. Você pode ler esse artigo pensando nos seus animes preferidos, ou nas suas séries, ou qualquer outra coisa, ou até mesmo seus preferidos independente de mídia. Funciona em qualquer caso, ou assim espero.
Com algumas exceções de obras que gostamos porque têm um significado especial para nós ou às quais fomos expostos em um momento particular, no geral, por causa do viés da confirmação, tendemos a achar que aquilo que gostamos é bom, e é precisamente por isso que gostamos.
É claro que não é bem assim.
Como exemplo, valho-me de minha própria lista de animes no My Anime List, onde cadastro e dou nota para todos os animes que assisto. Que tipos de animes encontro lá com nota 10? E note que à rigor isso vale para qualquer pontuação.
Certamente atribuí 10 a muitos animes que são bons mesmo, verdadeiros clássicos da mídia. Outros conquistaram o 10 com sua originalidade percebida. Não poucos mereceram o 10 por terem me emocionado, enquanto alguns eu sou obrigado a admitir que têm essa nota por razões puramente pessoais. Também tendo a gostar de animes sobre coisas e temas que gosto, bem como com referências a outras obras ou histórias que acho interessantes, e alguns se tornaram nota 10 por isso. Nalguns casos, me identifico tanto com a situação do protagonista, ou desejaria tanto viver sua história, que isso foi suficiente para a pontuação máxima. Por fim, mas sem exaurir o tema, avaliei alguns animes com a nota 10 porque me divertiram.
É claro que é mais complexo do que isso e vários fatores se combinam, de forma inconsciente, na hora de atribuir a nota. Estou apenas me distanciando o tanto quanto possível de mim mesmo enquanto olho de forma tão fria quanto posso para minhas próprias preferências e tento apontar o fator preponderante para que tais animes mereçam tamanha distinção. Não se engane: eu os acho todos bons, muito bons, mas a nem todos isso teria bastado, ou me pareceriam bons o suficiente, para valer um 10.
Se você costuma acompanhar minhas análises de episódio, não precisa se preocupar: é lógico que a minha atribuição de nota para eles segue padrões similarmente subjetivos.
Eu não sei se é possível ser totalmente objetivo, e em todo caso eu não sei se uma crítica apenas objetiva seria de interesse do público. Em 2016 debati exatamente isso com Vinicius, do Finisgeekis, Diego, do É Só Um Desenho, Cat Ulthar, do Dissidência Pop, que se você acompanha o Café com Anime reconhece como meus parceiros nesse projeto, e também com Vitor Seta, do Otaku Pós-Moderno. Foi um debate longo, publicado no final das contas no É Só Um Desenho, e que você pode ler seguindo o link abaixo:
Debate – Objetividade na análise de animes
Em todo caso, a experiência de ter contato com uma obra, como assistir um anime, é necessariamente subjetiva. Fatores subjetivos pois nos farão gostar ou não gostar dela, e aí, como já mencionei, entra o viés de confirmação em operação para que acreditemos que aquilo que gostamos é bom.
Ou seja: gostamos primeiro. Os pretextos para achar que é bom vêm depois. E para fechar, frequentemente invertemos a lógica e acreditamos do fundo do coração que gostamos porque é bom, e não o contrário, achamos que é bom porque gostamos.
Isso não é problema nenhum. Eu posso e você pode gostar do que quiser pelo motivo que for. Só acho importante estarmos sempre conscientes disso.
Agora, uma pequena amostra de animes que eu gosto muito, e que sim, acho-os bons. Tentarei explicar por quê eu gosto, de acordo com categorias já definidas acima nesse mesmo texto.
Eu gosto por motivos pessoais, eu queria estar ali, me dá o que eu gosto
Na minha pequena escala improvisada de Subjetividade-Objetividade, esses são os mais subjetivos. Ou talvez sejam os próximos? Não, acho que são esses, pelo menos no meu caso.
Saber Marionette J e Love Hina são dois dos meus animes preferidos de todos os tempos. É uma história que já contei, inclusive noutros artigos aqui, tenho certeza, mas vale repetir: foram os dois primeiros que eu assisti, inteiros, já sabendo que eram animes e sabendo o que são animes.
Isso foi no já longínquo ano de não-me-lembro-qual, mas foi nos primeiros anos desse milênio. 2004? 2002? Não sei. Por aí. Um amigo meu comprou-os em VHS (não só não fazíamos pirataria pela internet nessa época ainda, como não assistíamos em disco também – eram fitas!) e assistimos diversas vezes. Fez cópias para mim e eu assisti outras tantas sozinho em casa.
A comédia nonsense das marionetes tornada em história emocionante de amor e sacrifício no quarto final me tomou de assalto, e a história honesta de Keitarou Urashima, um jovem adulto ainda na transição entre a adolescência e a vida adulta, se esforçando para entrar na faculdade, tentando ser responsável e arranjar um rumo na vida, ao mesmo tempo em que mantinha o sonho de viver um grande amor prometido e era no geral uma boa pessoa que sempre saía de seu caminho para ajudar os outros ressoou comigo, que passava exatamente pela mesma fase da vida.
Digam o que disserem, sempre irei adorar e defender Saber Marionette J e Love Hina, mesmo lhes reconhecendo as limitações.
Histórias como a de Keitarou, aliás, me conquistam fácil até hoje. Não que seja fácil escrever uma realmente boa, porque é um gênero tão saturado que nem consigo imaginar a pressão e a tentação que os autores sofrem para seguir à risca uma série de clichês, vários dos quais duvidosos. Mas quando acertam, um 10 é quase garantido.
Maison Ikkoku e Kimagure Orange Road estão entre meus preferidos por isso. Eles não têm o apelo de terem me tocado quando eu ainda era novo para a mídia, mas não obstante eu queria, muito, estar no lugar de Godai ou de Kyousuke, com seus defeitos e erros e tudo. Godai carregando o pai da Kyouko nas costas é uma cena antológica para mim.
Mas não são só os finais felizes que me conquistam, claro! De fato, tragédias têm praticamente o mesmo apelo, senão maior em alguns casos. Obviamente daí não se trata mais de eu querer estar no lugar de algum personagem, porque, juro, não sou masoquista, mas é algo pelo que tenho um apreço especial. Não vou citar aqui histórias que terminam em tragédia para ninguém me acusar de spoiler, mas gosto muito de Gakkou Gurashi e Garo: Honoo no Kokuin, entre outros, porque são histórias construídas em cima de tragédias, com seus personagens ainda sofrendo seus efeitos.
Para terminar essa sessão em um tom mais leve, também gosto muito por exemplo de música, e isso carimbou os passaportes de Beck e Hibike! Euphonium para a minha lista pessoal de animes prediletos.
É divertido, é emocionante
Emoção é genérico para sentimentos, e diversão é um estado de espírito, é como um sentimento também. Estou aqui tratando de categorias que não respondem à razão. Só não considero mais subjetivos que os animes acima porque sentimento ainda é um troço genérico, enquanto os motivos que eu elenquei antes são todos exclusivamente meus, ainda que você tenha outros muito parecidos.
Existe fórmula para escrever um melodrama ou uma comédia, mas não existe fórmula para escrever “o primeiro anime que o Fábio assistiu” ou “histórias que o Fábio gostaria de ser o protagonista ou cujos temas ou elementos apelam exclusivamente a ele”.
Muitas pessoas se divertem com ação desenfreada. A popularidade de Dragon Ball não me deixa mentir, não é? Mas quando eu ainda não era ligado nessas coisas de anime eu assistia o Dragon Ball que passava no SBT, ainda antes do Dragon Ball Z. Infelizmente não assisti o bastante para me vincular emocionalmente (ou felizmente?), mas eu gostava bastante porque era engraçado. Será que a maioria das pessoas que, como eu, diz gostar mais de “quando o Goku era criança”, o faz porque gosta de comédia? Não sei, mas certamente é o meu caso.
Comédias absurdas como Nichijou, Squid Girl, e a insana paródia de Tsukihime e Fate/Stay Night Carnival Phantasm me fizeram rir até ficar sem ar. Em quase todos seus episódios. Por isso, pontuam alto.
Um ponto intermediário, um compromisso entre comédia e história interessante com personagens queridos, também me agrada muito, e assim Little Witch Academia encontrou seu lugar no meu coração.
Quando eu falo de histórias emocionantes, não falo necessariamente de dramalhões, embora possa ser o caso também. Animes que me fazem chorar como Sora no Woto e Spice and Wolf, ou que sejam brilhantes e carregados de sentimentos justamente por não os deixarem explodir em momento algum, como Fune wo Amu, também me agradam sobremaneira.
É original
Eu tenho uma coisa por novidades ou mesmo puro experimentalismo. Pode ser que eu esteja assistindo o nascimento de algo realmente especial, e isso me excita. Pode ser que não dê em nada.
E, claro, pode ser que nem seja nada novo, eu é que não tenha conhecimento o suficiente para saber onde que aquilo começou antes. Não obstante, o que importa aqui é a minha percepção, porque é ela quem vai determinar se eu gosto ou não.
Entre outros fatores, porque são sem sombra de dúvida obras tecnicamente boas, foi por isso que gostei em primeiro lugar dos filmes de Satoshi Kon, como Perfect Blue e Millenium Actress. A forma com a qual o diretor conta histórias de forma não linear simplesmente me fascinou desde o começo.
Originalidade também foi fator preponderante para eu gostar de um dos primeiros animes do gênero preso em um vídeo-game, .hack//SIGN, os super-heróis patrocinados de Tiger & Bunny, e o estilo de animação distorcida do diretor Masaaki Yuasa em Ping Pong the Animation.
Dos citados nessa categoria, acredito que pelo menos Ping Pong e Perfect Blue sejam animes objetivamente bons para, apenas por isso e mais nada, merecerem uma nota 10 de quem quer que seja, mas puxando aqui do fundo da minha alma acredito que o que me atraiu neles em primeiro lugar foi o quão “diferentes” são. Eu poderia citar aqui outros animes inovadores em seus gêneros, mas como já estou perto demais do final da escala Subjetividade-Objetividade, acho por bem deixá-los para a próxima categoria.
É objetivamente bom
Nessa categoria entram animes que, por um motivo ou outro, são bons de verdade, não por questão de gosto. E falo de objetivamente bons: roteiro, animação, escolha aí os critérios técnicos que quiser.
Não sou especialista, não estudei animação ou roteiro nem nada disso, mas algumas coisas são simplesmente tão boas que até mesmo um leigo deve ser capaz de dizer, não acha? Eu acho.
Entram aqui animes que mudaram para sempre o panorama de seu gênero, como Madoka Magica e Evangelion, sendo por isso influentes até hoje.
Há também animes que não são exatamente inovadores, não estão introduzindo um novo gênero ou modificando um já existente, mas são tecnicamente impecáveis. Michiko to Hatchin, Sora yori mo Tooi Basho e Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu são exemplos que me vêm à mente.
Eu preciso mesmo defender qualquer um desses animes? Ou preciso explicar melhor do que estou falando?
Continua sendo verdade o que eu escrevi acima: primeiro eu gostei deles, depois racionalizei isso, imaginei pretextos para achar que eles são bons, e por fim passei a acreditar que eu só gostei deles em primeiro lugar porque são bons.
Mas, em alguns casos, talvez seja exatamente isso: são apenas bons.
E eu não queria tocar no assunto, mas …
E aqueles animes que a gente acaba gostando só porque os outros (amigos, fanbase, etc) gostam? É popular gostar de X, então eu assisto e devo gostar também, se não gostar o problema sou eu, não o anime.
Bem, na maioria dos casos há bons motivos para que uma grande quantidade de pessoas goste de algo (Fullmetal Alchemist: Brotherhood é bom), então não vou mesmo entrar nessa toca de coelho, pelo menos hoje. Mas é algo para termos em mente também.
E você, quais os seus animes prediletos, e por quê? Consegue montar fácil uma lista ou, como eu, teria dificuldade em selecionar?
Escritora
Olha, muito interessante abordar este assunto, pois como foi dito, temos animes que gostamos por terem sidos os primeiros que vemos, pelas suas histórias e personagens, pela nostalgia ou de tudo um pouco. Até que consigo fazer uma lista destas, seguindo o impacto e a repercussão que tais animes fizeram comigo. Pra abreviar, a maioria delas tem resenhas no Animecote, o que facilita falar só um pouquinho delas: começo com três animes, dois da mesma obra e um que é o pilar de uma revista shounen, as duas versões de “Full Metal Alchemist”, sendo a 1ª versão a mais interessante e que tenho mais lembranças boas e “Detective Conan”, que desde 2010, ao ter acesso ao anime legendado, tem sido uma obra longa que curto muito; segue com “Chrno Crusade”, tanto anime quanto o mangá, amando os protagonistas e tendo ódio declarado pelo vilão, um dos primeiros animes que gravei sozinha, na era RMBV em 2006; “KareKano” por ter um dos casais de protagonistas mais românticos que tive contato; “Bakuman”, meu primeiro anime semanal que acompanhei e por anime e mangá serem fantásticos, apesar de sua simplicidade. Fora estes, dava pra botar tranquilamente “Major”, “Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu”, “Pokémon”, os shounens de batalha que admiro (“Dragon Ball Z”, “Bleach”, “Shinjou Saikyou no Deshi Kenichi”, “Ushio to Tora”), shoujos como “Hanasakeru Seishounen”, “Itazura na Kiss”, “Hana Yori Dango”, “Princess Tutu” e “Sakura Cardcaptors” e segue a lista.
Felizmente ou infelizmente, pra uns, não tenho uma lista certeira de animes, apenas uma listona de animes que gosto e curto muito, cada um conquistando pelas suas tramas, personagens e afins. Bem, é isso. Até a próxima!!!
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá Escritora, tudo certinho?
Agora que você mencionou, fiquei curioso para ler um artigo seu nos mesmos moldes desse meu, contando suas preferências, explicando esses e aqueles. Fica aí a ideia 😛
Fullmetal Alchemist eu li primeiro o mangá, não assisti o primeiro anime e fui direto para o Brotherhood. Foi muito legal, adorei, mas pensando retroativamente eu deveria ter assistido é o outro anime, porque ele teria novidades para mim, coisa que o Brotherhood obviamente não tinha.
Detective Conan nunca tive sequer curiosidade, mas Chrno Crusade quase entrou nesse artigo também! A ambientação, a trama, as intrigas, e, claro, os personagens, Chrno Crusade é uma obra muito boa. Sinto que ela não tem o reconhecimento que merece. Talvez um dia eu escreva uma lista de animes Steam/Dieselpunk só para incluir ele?
KareKano eu li … o primeiro volume do mangá. Sempre quis ler tudo mas comecei a comprá-lo quando eu já quase não estava lendo mais mangás direito, comprei até o volume 10 e nem li nada. Do anime nem passei perto, mas sou super curioso por causa da treta entre a autora e o estúdio.
Muitos animes bastante populares na sua lista (e não só no sentido de famosos, como de serem mais simples mesmo, com roteiros menos ambiciosos), hein? Teve uma infância ou adolescência assistindo animes? Eu queria ter tido. No meu tempo só assisti Cavaleiros do Zodíaco, e gostava bastante, mas francamente é uma droga, não resiste ao teste do tempo e a maioria dos spin-offs novos que saem são bem ruinzinhos. Gostei do Alma de Ouro, e estou temerariamente curioso com o da Netflix, que está para estrear.
Só comentando separado, HanaDan eu li o mangá e é incrível mesmo, e Princess Tutu está na minha lista de animes para assistir.
Obrigado pela visita e pelo comentário! 😊
Kondou-san
Este artigo trouxe consigo um assunto muito interessante e que de certa forma, me faz questionar a forma como julgo a maioria dos animes que vejo ou já vi há muitos anos atrás.
Antes de avançar e deixar aqui uma lista enorme (ou talvez não) de animes que me marcaram e me fizeram evoluir na hora de julgar um anime, tenho que deixar de fora Code Geass (as duas temporadas), Sailor Moon e Dragon Ball e Dragon Ball Z (a nostalgia profunda com estes animes, não me deixa fazer um julgamento neutro).
Começando pela parte mais fácil, os animes que gosto tanto ao ponto de querer estar no mundo onde as histórias desses animes se passam, começa logo por Shingeki no Bahamut (as duas temporadas). Desde que adentrei mais no mundo do anime, que animes de fantasia sempre me fascinaram e Shingeki no Bahamut tem tudo o que prezo numa história com fantasia (grande variedade de raças, cenários lindos e personagens únicos), com o extra de ter saído de um mobile game (este tipo de jogo, foi um dos maiores vícios que já tive na minha vida).
Outro anime que me atraiu ao ponto de querer entrar no mundo dele e na sua história é Eikoku Koi Monogatari Emma, um slice of life histórico com um pouco de romance, é difícil para mim descrever o que senti ao ver este anime, só sei que o rigor histórico é perfeito, até hoje não vi um anime demonstrar tão fielmente Londres da Era Vitoriana e os seus arredores, o anime até faz referência ao Verão Fétido de 1858 (ou O Grande Fedor), que forçou a expansão do sistema de esgotos de Londres (na altura, depois dessa expansão, Londres ficou com o primeiro sistema de esgotos e águas residuais mais avançado do mundo). Em Emma, outra coisa que me fascina até hoje, é a veracidade na sua demonstração das diferenças sociais entre classes sociais, em especial a rivalidade os burgueses e novos aristocratas (que ascenderam com o poder do dinheiro) e a velha nobreza (provavelmente, se eu fosse um cidadão nesse anime, seria um plebeu ou funcionário industrial).
Quanto a animes originais, aqui sinto-me bem para montar uma pequena lista, começando logo pelo reboot do velho Uchuu Senkan Yamato, o anime de Uchuu Senkan Yamato 2199 e a sua continuação Uchuu Senkan Yamato 2202: Ai no Senshi-tachi. Estes dois reboots apenas não fazem jus à série original e vão mais além, ao longo da jornada da tripulação do Couraçado Yamato tem tantos momentos épicos, em especial quando a tripulação combate no espaço ou tenta percorrer o trajecto mais curto através de dobras espaciais. A guerra essa, é a engrenagem que faz mover a história de Uchuu Senkan Yamato e todo o desenvolvimento das personagens, tanto do lado da Terra como do lado dos Garmilas e essa engrenagem mantêm-se interessante até ao fim.
Outros animes originais que gostei imenso foram, Tsuki Ga Kirei, um romance escolar tão simples e ao mesmo tempo fascinante, Bounen no Xamdou, um anime com uma história interessante, uma trilha sonora memorável e personagens interessantes. Antes que me esqueça, Millenium Actress é dos melhores filmes anime e das melhores histórias originais, que já vi até hoje, é o meu filme preferido do grande Satoshi Kon (sempre fico emocionado no final do filme).
Agora animes divertidos, emocionantes, a coroa vai de forma directa para Carnival Phantasm, acho que nunca ri tanto a ver um anime.
Como o mestre Fábio é quase vidente, tenho que concordar com a colocação de Little Witch Academia, um anime que me conquistou desde do seu primeiro filme saído directamente do Anime Mirai e está no meu coração também.
Sora no Woto, é um anime que engana, começa logo pela sua capa bonita, supostamente um slice of life com música e sci-fi no meio e depois vem o baque emocional (até hoje não me esqueço do episódio 7 que teve o flashback da Felicia e a pequena reflexão das consequências da guerra).
Spice and Wolf sou ultra suspeito para falar algo a respeito, mas posso dizer que tem personagens excelentes (em especial a Deusa Lobo Holo), tem a melhor demonstração da economia da Idade Média, as tradições e modos de vida.
Fune Wo Amu, dispensa grandes palavras, é um anime lindo, emocionante e interessante, com personagens marcantes e um dos poucos animes que me gerou o interesse em ver a sua versão live action.
Por fim, a parte dos animes objectivamente bons (que tem logo de cara uma imagem de um dos melhores animes dos últimos anos), é a parte mais complicada para mim para fazer uma lista (já que concordo com quase todos os exemplos que citaste).
Começando por Versailles no Bara, um anime já antigo, mas para sua época tinha uma parte técnica decente, uma história impecável e personagens muito bem explorados e desenvolvidos (um dos meus preferidos é o Narrador de Paris, um indigente que sempre contava o estado miserável da França).
Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan – Tsuioku-hen, além de ser uma das melhores pré-sequências de sempre, tem uma história mais séria que a série principal, tem em si das melhores técnicas de animação digital de sempre e é um dos melhores trabalhos alguma vez feitos pelo estúdio Deen (e claro, a precisão histórica é excelente).
A segunda temporada de Sangatsu no lion é até difícil expressar a sua qualidade, na minha opinião um dos animes mais bem dirigidos de sempre e com uma arte única, mas é o desenvolvimento dos personagens que brilha nesta segunda temporada, com o arco da Hina me deixando demasiado emocionado e absorto no seu desenvolvimento.
Shinsekai Yori de certeza que não pode faltar nesta pequena lista, um dos animes mais complexos que já vi e tendo um dos melhores vilões também.
Como fã de space opera, não podia esquecer de citar Ginga Eyuu Densetsu, talvez um dos maiores animes de sempre e o melhor space opera de sempre (nenhum anime, seja do que tipo for, não tem a escala de epicidade que Ginga tem).
Por fim não poderia deixar de citar, o anime que mais me marcou em 2016/2017 e está no meu coração, Shouwa Genroku Shinjuu (as duas temporadas), que anime excelente. Acho que sou suspeito para falar deste anime (basta ver os comentários enormes que escrevi nos artigos da segunda temporada), mas Shouwa é magistralmente bem dirigido, nota-se que a staff que produziu o anime o fez de alma e coração, os pequenos detalhes nos movimentos, vestuário durante as peças de Rakugo são lindos, a dublagem essa é no senso da palavra épica e mais épico ainda são os seus personagens.
Antes de terminar, tenho que agradecer ao mestre Mexicano por ter me recomendado Sora Yori mo Tooi Basho na temporada em que ele estreou, um dos melhores (senão o melhor) coming of age que já vi.
Como sempre, mais um excelente artigo Fábio. E que venham mais artigos parecidos.
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá Kondou, tudo certinho?
Ora, nostalgia é um fator válido para gostar de alguma coisa, não teria problema nenhum mencionar essas obras 🙂
Rage of the Bahamut só é um lugar mais ou menos ok de se viver se você for poderoso. Fala sério, tem um dragão colossal capaz de destruir o mundo inteiro sem nem sair do lugar que quase ressuscita a cada 10 anos, isso é muito perigoso! Mas, como já fui jogador de RPG de mesa, sou fascinado por mundos fantásticos (ou talvez seja o contrário, meu fascínio pelo fantástico me levou ao RPG?) eu adoraria jogar uma campanha no mundo de Bahamut. Eu sei que é um game, mas games não funcionam tão bem para mim. Eu até me divirto, mas ou não me divirto muito ou me divirto tanto que largo mão de tudo e fico só no game o tempo todo. Melhor não!
Emma eu nunca assisti, mas tenho curiosidade, está na minha lista para ver eventualmente – e o motivo é o mesmo que o seu: o cenário me fascina. Mas assim como Bahamut, eu não queria viver na Inglaterra vitoriana não, hoje em dia é bem melhor, hehe.
Eu não gostei tanto de Tsuki ga Kirei quanto tanta gente parece ter gostado, e confesso que entendo o que vocês gostaram mas ainda não entendo direito por quê. Não é nem o primeiro nem o último bom romance em anime, com a diferença que o ritmo é lento e quase não tem conflitos. Acho que eu gosto de ver um barraco. Yamato infelizmente não assisti, e é tanta coisa que é daquelas franquias que eu me sinto sobrecarregado só de pensar nela, então por enquanto não está nos meus planos, ainda que eu reconheça seu valor.
Já Satoshi Kon … convenhamos, qualquer filme dele pode entrar para uma lista de preferidos de qualquer pessoa, não é? Acho Millenium Actress o mais bonito, mas penso que gosto mais de Perfect Blue. Ou pelo menos é o que eu responderia se alguém me perguntasse nesse instante, não sei, são todos tão bons, hehe.
Não posso senão concordar totalmente com sua sessão seguinte. Só o melhor dos animes: Carnival Phantasm (excelente paródia), Little Witch Academia (o único anime que eu realmente considero bom do Trigger), Sora no Woto (eu precisava assistir aquilo, estava órfão desde o fim de Girls’ Last Tour), Spice and Wolf (um romance proibido em um mundo de fantasia com conflitos que não são entre guerreiros e reinos – o que será que vai ser do anime VR que está para sair? estou curioso e com medo, hahaha), Fune wo Amu (aprendendo a viver, de A a Z – não resisti à piada). Todos animes incríveis.
Tirando Rakugo Shinjuu, não assisti nenhum dos seguintes. E Rakugo Shinjuu é uma obra-prima, aliás. Rosa de Versalhes comecei a ler o mangá mas nunca terminei, nem cheguei perto do anime. De Kenshin só li o mangá original. Sangatsu no Lion é um anime que eu ainda pretendo assistir. Shinsekai Yori já conversamos algumas vezes, eu assisti até mais ou menos a metade e parei. E Legend of The Galactic Heroes eu só assisti o anime novo, e sei que você se refere aos antigos. Os filmes do novo estão para sair, eu acho, espero que tenha tradução logo.
E YoriMoi… puxa vida. De janeiro do ano passado até agora ainda não estreou nada melhor, e não é por falta de bons animes, é porque esse foi mesmo algo especial, do tipo que não sai todo ano.
Obrigado pela visita e pelo comentário!
James Mays
Isto é dificil….Para quem como eu já tem uma certa idade são muitas fases, muitos kilometros….E eu estou com uma grande dificuldade de apontar qual seria o “magnus opus” (logico que Cowboy Bebop está nos top ten na fase temporal em que surgia)….Claro que vc, por mais velho, que seja tem uma caixinha com aqueles da sua infancia (Gozula, Superdinamo, Sawamu, Fantomas…) para num instante vc podesse retroceder no tempo e setar a sua mente para os seus 7 anos…Mas pela beleza cinematografica em todas as obras eu fico com Satoshi Kon sem dúvida e que aguardo sempre um novo Makoto Shinkai com sofreguidão…
Agora como a gente obtinha essas peças naquela epoca era praticamente tatica de guerrilha! Mas como era legal a união do pessoal!
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá James, tudo certinho?
Como eu respondi ao Kondou, realmente Satoshi Kon é fora de série, qualquer filme dele pode estar em qualquer lista de melhores obras de qualquer pessoa. Pessoalmente, prefiro Perfect Blue. E já que falou de Cowboy Bebop, adoro também, mas do Shinichiro Watanabe prefiro Samurai Champloo (e Carole & Tuesday está mandando muito bem, vamos ver como fica no final). Eu não assisti animes na infância então não tenho essa “caixinha”, hahaha 😛
Makoto Shinkai … eu não sei. São obras sempre muito bonitas, sem dúvida, mas fico com a impressão que a maioria é incompleta por ser experimental demais, e Your Name foi para o lado totalmente oposto, ficou mais popularesco e não tem o mesmo apelo. O ponto de equilíbrio, frágil, ele atingiu ali em Kotonoha no Niwa. E gosto bastante de quão devastador é Hoshi no Koe – parece que a novel tem um final diferente, feliz, meh, estragou tudo.
Obrigado pela visita e pelo comentário 🙂
Kondou-san
De facto tudo o que Satoshi Kon colocou o seu génio pode ser considerado bom (posso confirmar, vi os filmes todos dele e só me falta Paranóia Agent, que é série tv). Se tivesse que dizer qual o melhor filme do Satoshi Kon, com certeza seria Perfect Blue, considerado o Magnum Opus dele, só que para mim, foi um filme que durante toda a sua duração me deixou desconfortável. Por outro lado, Millenium Actress além de ser o mais bonito, ele tem um clima diferente, não sei explicar (foi emocionante ver a jornada da Chiyoko).
Veja Emma um dia, com certeza gostarás (ambas as temporadas são boas).
Finalmente alguém concorda comigo, é mais do que provado que Little Witch Academia é o melhor trabalho do Trigger.
Se um dia veres Rurouni Kenshin, recomendo ver pela seguinte ordem: primeiro os 4 episódios ova de Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan – Tsuioku-hen, série tv + filme e por fim os dois ova que fecham a história.
Quanto a Ginga Eyuu Densetsu, continuo a achar a versão antiga melhor, mas já deixei de fazer birra com a versão mais moderna (ainda não me conformo com a transformação de todos os personagens em bishounen e muito menos a voz do Reinhard, o Mamoru Miyano não dá para esse personagem). Os filmes do novo Ginga, só devem chegar ao Ocidente em 2020.
Por fim, Sora Yori continua invicto como o melhor anime, e já se passou um ano e tal da sua estreia (faz pouco tempo, que revi o anime, e o camião dos sentimentos, bate mais forte quando se vê o anime todo seguido).
Fábio "Mexicano" Godoy
Para mim só falta Paranoia Agent também.
E nesses termos, concordo com você: Perfect Blue é um filme que provoca, que não faz o espectador se sentir necessariamente bem. Millenium Actress, em que pese a busca ao longo das décadas da atriz pelo seu amado, é muito mais feliz, inclusive e apesar do final. Mas se vamos falar em filmes mais agradáveis, Tokyo Godfathers ganha. Uma história muito bonita de um ajuntado de párias da sociedade em uma missão para realizar o Milagre de Natal. Não tem o mesmo tipo de enredo não linear que as demais obras do Satoshi Kon, mas por isso mesmo é possivelmente a melhor porta de entrada para alguém que nunca assistiu nada do diretor.
Quanto ao estúdio Trigger, dizer o quê? Não é que não goste de seus animes. Gosto, bastante até. Gosto de Kill la Kill, gosto de Kiznaiver que ninguém nem lembra que existe, gostei até de Darling in the FranXX, apesar do final. Mas a todos eles falta algo. Kiznaiver é confuso demais e meio que não tem propósito para tanto. Darling é uma colcha de retalhos de boas ideias com algumas não muito boas, e o conjunto simplesmente não funciona. Kill la Kill sofre do mal que vários animes do Imaishi sofrem: é forma sobre conteúdo. Ele está mais preocupado em ser exagerado e colorido e explosivo do que em ter uma história boa e coesa. Daí temos Little Witch Academia. Uma comédia em grande parte episódica, que funciona muito bem dessa forma por sinal, com personagens cativantes, uma animação bonita e diferente, e uma história de fundo muito boa. Eu queria continuação de Little Witch Academia. Queria acompanhar todos os anos de escola daquelas personagens.
Kondou-san
O que mais gostei em Little Witch foram as personagens. Na série tv ficava encantado quando a Chariot aparecia, ou quando a Atsuko fazia besteira. Não esquecendo da Sucy, a mestre das poções e fungos (e claro a Lotte).
E a animação ajudava muito na parte da comédia, Little Witch manteve o mesmo estilo artístico do primeiro filme vindo do Anime Mirai, isso para mim fez toda a diferença.