Tales of Zestiria the X 2 – ep 4 – É fácil ser uma assassina?
Sério que o cara se chama Konan? Konan tipo Conan, o Cimério? Aquele raquítico covarde? Mas bom, não dá para dizer que não há relação alguma. Mas não é entre Conan e Konan, é entre Conan e Rose: ambos são anti-heróis, agem segundo um código moral próprio, segundo uma noção particular de justiça. São assassinos, violentos e carismáticos. Mas enquanto Conan é uma montanha de músculos Rose é apenas uma garotinha bonitinha. Ela jamais seria interpretada por Arnold Schwarzenegger no cinema, então precisa esconder seu rosto e viver uma vida dupla.
E caiu a máscara (literalmente inclusive, a própria Rose a jogou no chão) de uma assassina Robin Hood, matando os maus e poderosos para proteger os bons e fracos. Ela quer mesmo é se vingar. Será que seu pai adotivo aprovaria isso?
Rose considera que Brad, seu pai, foi fraco e sua fraqueza levou à sua queda. Quando forte ele pensava e agia como ela hoje, executando a justiça ele mesmo com a lâmina de sua espada. Em algum momento ele enfraqueceu, acreditando que poderia viver em um mundo sem batalhas, que poderia legar um mundo desses à sua filha querida, e aliou-se ao tal Konan (que não tem nada de Conan). O acordo envolvia inclusive o casamento de Rose com o príncipe – e ela própria parecia excitada com a ideia de tornar-se uma princesa. Resultado: seu exército mercenário foi quase todo aniquilado. A própria Rose só não morreu porque Brad morreu por ela. Desde então ela jurou vingança. De lá para cá em algum momento ela criou os Ossos ao Vento, um grupo de assassinos que segue o mesmo código e com membros remanescentes dos Cavaleiros do Vento, o exército mercenário de seu pai.
Mas era só uma máscara. Aparentemente demoraram anos mas finalmente reencontraram o tal príncipe (como ou por que um príncipe se esconderia? bom, quem se importa) e partiram na mais importante missão de suas vidas. Bom, o príncipe Konan não é mesmo flor que se cheire, além de ter traído o pai de Rose e os então Cavaleiros do Vento e assassinado tantos quantos pôde (a troco de quê infelizmente jamais saberemos, creio), ele mantém vínculos espúrios com sacerdotes corruptos e é, essencialmente, um narcotraficante de um mundo fantástico. Tenho certeza que conforta a Rose e aos demais saber disso, mas também tenho certeza que eles o assassinariam mesmo se tivesse se redimido e construído um orfanato para crianças que perderam os pais em todas as guerras em que esteve metido no passado. Isso adicionaria profundidade à Rose ao fazê-la tomar uma decisão moral difícil, mas Zestiria não é um anime profundo. Ou pelo menos não em se tratando da Rose.
Em relação ao Sorey, o Pastor, aí sim a coisa pode ficar um pouco mais complicada. Após descobrir que Rose é uma assassina e que estava em uma missão, ele partiu para impedi-la. Não chegou a tempo. Mas por alguma razão misteriosa ela fracassou. Por motivos que não compreendo sem o concurso de magia a incrivelmente poderosa e multi-habilidosa Rose errou uma facada em um alvo que já havia dominado, sem experiência de combate, pego de surpresa e completamente indefeso. Digo, ela acertou, mas não foi o suficiente para matá-lo. De início pensei que talvez ela tivesse fraquejado, mas suas ações posteriores não deram nenhum sinal de que pudesse ter sido isso, então só resta a explicação mágica. Ele é magicamente protegido. Ou teve seu corpo magicamente alterado para mover seus pontos vitais de lugar. Ou alguma magia ainda mais louca que essa. Sério, isso é algo que clama por uma explicação. Ao final do episódio ela parece tê-lo matado mais uma vez mas, por alguma razão, acredito que ainda não foi dessa vez.
Enfim, retornando ao Sorey, o que ele deveria fazer? Seu dever como Pastor, da forma como ele próprio interpretou, é proteger a todos, sem exceção. Isso inclui bons e maus, Roses e Konans. Com o poder que tem talvez ele possa impedir Rose à força se quiser, mas isso é o bastante? Protegeria o príncipe, mas salvaria, de verdade, sua amiga? Será que ele entende em primeiro lugar o que se passa na cabeça dela, será que Sorey é capaz de compreender a dor da Rose? Se ele não conseguir se conectar à filha do assassino que um dia quase se tornou uma princesa porque seu pai sonhou em um mundo melhor para ela, o Pastor não será capaz de salvá-la.
Kondou-san
Mais um episódio dedicado à Rose, que particularmente gostei muito. Afinal como já era previsível, o pai adoptivo da Rose, foi assassinado, mas pior que isso, traído por alguém que o mesmo confiava. Ver o flashback da Rose, foi muito bom, quem diria que aquela bela jovem de vestido de noiva, era uma assassina altamente treinada. Rose ao ver o assassinato, do seu pai, deve ter sido difícil, mas não foi só seu pai que morreu, muitos dos seus companheiros também morreram na emboscada do príncipe Konan. Ao agir pelas emoções a Rose, pode estar a ir por um caminho perigoso, agir por vingança nunca trás nada de bom. Eu acho que a Rose, tem que se livrar do mal, pela raiz, mesmo que ela mate o Konan, a jornada dela nunca vai acabar, pois no preciso momento que haja uma igreja corrupta e nobreza corrupta, o povo nunca será feliz (se bem que isto na escrita é muito bonito, mas na prática não funciona, James More é a prova disso com o seu livro “Utopia). Esse tal nobre Konan, deve ter o corpo modificado, o sitio onde a Rose o acertou com o punhal é um ponto vital, a Rose cortou uma artéria dele, ele supostamente devia ter morrido de hemorragia. Como foi satisfatório, ver a Rose partir para cima do Konan, quando o Sorey estava só a dizer para ela parar, o parvo do Sorey tem que deixar de ser ingénuo.
Quanto ao Sorey já não digo nada, ele é muito ingénuo, mas acredito que seja parvo ou burro, ele simplesmente parece não querer acreditar, na parte em que se tem que eliminar o mal, nem que para isso se tenha que cometer assassinatos.
Como sempre mais um excelente artigo de Tales, Fábio.
Fábio "Mexicano" Godoy
Talvez o Sorey seja algo inocente ainda, porém, calejado que estou pelo gênero e por esse tipo de personagem, sei que mesmo que “amadureça” o máximo que irá acontecer é que ele irá descobrir a fórmula utópica para salvar a todos sem matar ninguém, que é exatamente o que ele quer fazer. Essa é a jornada dele, afinal. Rose e Alisha servem como polos opostos, distintas ideologias que servirão para ensinar a ele grande parte do espectro de coisas que ele precisará aprender para isso.
Vamos ver como se resolve o caso do Rose. Que esse Konan não é normal, acredito que não seja mesmo! E mesmo assim é um grande covardão.
Obrigado pela visita e pelo comentário! =)
Kondou-san
Esse príncipe Konan, já deve estar corrompido pela malevolência, mas só se saberá no próximo episódio, mas tenho a certeza que a Rose, degolou o bastardo na última cena do episódio.
A Alisha tem que aparecer ela pouco ou nada apareceu ainda nesta segunda temporada de Tales. O Sorey tem que perceber que as fórmulas utópicas não existem, ele tem que se tornar um pastor racional e não um que sonha de forma utópica. Ao menos a serva dele, a Alisha, já tem uma linha de raciocínio mais verossímil, ela não é tão ingénua como o seu senhor Sorey.
Fábio "Mexicano" Godoy
Eu penso como você, mas o mundo do anime é um mundo de fantasia, e mais que isso, é um game. Então não espero que o Sorey mude muito de mentalidade. Por outro lado tem o Tales of Berseria, a protagonista dele (me esqueci o nome) parece ser o total oposto do Sorey. Se tiver anime do Tales of Berseria também acredito que vá ser muito mais divertido.
Kondou-san
A protagonista de Tales Of Berseria é a Velvet, ela a meu ver, é bem melhor que o Sorey em tudo. Se um dia Tales of Berseria tiver um anime, aposto que vai ser muito bom. A Velvet age por vingança, mas ela sabe que o mundo já está corrompido pelo mal e sabe que não é cá com utopias que se vai resolver essa situação.
Fábio "Mexicano" Godoy
Isso, a Velvet! O arco de Berseria na primeira temp foi muito bom (exceto por não ter nada a ver com a história e tomar tempo que teria sido melhor desenvolvendo Zestiria direito, mas bem… aquela batalha contra o dragão foi bem legal).
Kondou-san
O estúdio foi muito ousado, em colocar dois episódios de Tales Of Berseria, no meio do Tales of Zestria, foi tudo para propaganda do jogo. Mas sinceramente estes dois episódios de Berseria, foram os que mais gostei na primeira temporada de Zestria. A batalha contra o dragão no Tales of Berseria foi muito boa.
Fábio "Mexicano" Godoy
Meio que acho que isso fez parte do contrato do estúdio com a produtora de Tales, hehe, mas sim, acabou sendo “ousado”, dá pra colocar dessa forma.