O que dizer de uma série que carrega sub-título de “.”? Acho bem claro que a intenção dos diretores era dizer: “pronto, agora já chega seus infelizes, já cancelamos demais, voltamos demais, o mangá está no final, então vamos dar pra vocês uma última chance de brilhar no horário mais mixuruca e experimental que temos, mas que existe, e estava sendo dominado por outro anime de comédia (Saiki Kusuo) que acaba de acabar”- diretor da Sunrise.

Bom, se era essa intenção, acho que conseguiram. Com um planejamento bem direto e que não levou nem mesmo um episódio para adentrar no, ainda não finalizado, último arco do mangá (o que é particularmente perigoso dependendo do quando esse arco pode vir a terminar),  “Gintama.” começa o que será provavelmente o início do fim da saga que é “Gintama”. Um título de muitos altos e baixos, mas que magicamente lutou em um mercado que não é nada gentil com obras longas (não à toa vimos grandes nomes da Jump à sua época, como Bleach, Rurouni Kenshin, Reborn e Toriko, casualmente caírem por terra e nunca mais serem readaptados). Aqui é o Iwan e iniciamos assim as primeiras impressões de “Gintama.”

O anime começou bem espirituoso, mostrando a transferência do horário anterior de Gintama para um novo, na madrugada. Isso, porém, não é nem de longe o ponto mais importante do episódio, que dá um grande enfoque na introdução da problemática atual em âmbito universal (Harusame e os Corvos sendo completamente dominadas por Utsuro), assim como a problemática atual em âmbito dos personagens (Takasugi e Kamui foram capturados pelo inimigo, que agora aparentemente também inclui Umibozou que é alguém temido). Em meio a tudo isso vemos como os efeitos das ações de Gintoki nos arcos anteriores o tornaram em basicamente o equivalente ao herói do terrorismo terráqueo (mesmo que não tenha sido de propósito, nem seja um título que ele queira).

Reminiscencias de uma temporada anterior

Reminiscências de uma temporada anterior

Apesar de achar uma temática extremamente clichê, gosto de ver que o clássico ditado “a espada de um monstro nada pode fazer contra outro monstro” está sendo usada em Gintama. Esse dito popular que pode ser usado de diversas formas, mas que normalmente deriva do fato de que se um monstro derruba outro monstro, não podem vir coisas realmente boas desse ato, pois ele seria de interesse do monstro e logo… não é um interesse dos homens. Como não é do interesse dos homens, nem conquistado por homens, não é um interesse de bem comum.

Por causa disso, somente um humano tem o direito e dever de derrubar um monstro, como o humano será aquele que trata com sua pauta o interesse dos homens e, portanto, aquele que realmente vai trazer mudanças ao futuro. Isso se aplica principalmente na política, onde de nada adianta um governo corrupto substituir outro governo corrupto, sendo que o povo vai ficar à margem dos interesses gerais de uma forma ou de outra. A troca de ideias entre Shoyo e Gintoki é particularmente interessante, exatamente porque Shoyo não queria tornar Gintoki um monstro mais forte que ele, mas sim queria humanizar Gintoki para que dessa forma, o mesmo pudesse de fato derrotá-lo como um humano, e bom, se Gintoki sabe ser uma coisa além de um sádico babaca, é ser um sádico babaca que sabe ter empatia e ajudar os outros como um respeitável humano.

É interessante ver que deram uma função para as fontes de energia, que não são mencionadas a mais de 200 episódios, como uma espécie de source power para a imortalidade do Utsuro. Não só isso, como ver em uso o sistema de parasitismo planetário, que até hoje só foi visto a algumas centenas de episódios atrás é outra coisa bem nostálgica. Temos finalmente uma explicação para o porque da terra ser tão requisitada (alta fonte de energia Len) e também uma razão boa para a revolta Jouishi (os discípulos de Shoyou seguindo os ensinamentos do mestre, que queria acabar com o sistema que criou, como Utsuro, se uniram e tentaram destronar o governo). Por enquanto tivemos um início sólido e espero que mantenham essa qualidade.

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