O episódio 2 de Gintama seguiu na vibe do episódio anterior, dessa vez com a ação ficando mais e mais intensa, enquanto novos problemas começam a surgir por sobre nossos personagens. Com as intenções de Umibozou, Oboro e Utsuro ganhando forma, só podemos esperar e observar o quão inútil o Shogunato é em meio a tudo isso (ao ponto de que levou 2 episódios, de sabe-se lá quantos, para tirar o Novo Shogun do poder).

Gintama está testando uma formatação de artigo enxuta na qual teremos menos texto. Mas a resenha virá quase em conjunto com o episódio, priorizando um ritmo proveitoso para a análise.

Umibouzo nesse episódio mostrou que havia meramente sido contratado pelos 7 anciões para participar da missão de combate final à 7ª frota dos Harusame, porém, seu verdadeiro objetivo se encontra em matar Kamui, que já causou problemas demais e portanto já está mais do que na hora de ser eliminado. Como o pai coruja que é, quer eliminar seu filho com suas próprias mãos, para cumprir assim com o que julga ser seu dever, afinal, como ele mesmo disse “ele veio de minhas bolas, logo devo matá-lo com bola e tudo”.

Essa ideologia simples nos mostra algo muito interessante pra falar a verdade. O Japão sempre foi um país de privilégios e desvantagens, na época do Bakufu, tempo mais ou menos onde Gintama tem sua minimamente legítima posição histórica, um sistema familiar tomava forma como uma das vertentes políticas mais poderosas do país. A forma de relação familiar conhecida como Honke-Bunke, na qual o filho mais velho herdava todas as benesses do pai, que era tido como divindade na terra, e se tornava por consequência uma divindade na terra, mandando e desmandando em seus irmãos e irmãs mais novos, a situação de Umibozou permite um paralelo interessante, porque ele, o maior dos caçadores de recompensas e um demônio espacial para seus inimigos, teve em seu filho Kamui o potencial para ser o maior dos demônios espaciais que ele poderia enfrentar.

Não só isso como nos passa uma referência bem interessante (ou não, sei lá, não entendo Japonês). kintama (a palavra japonesa pra bolas ou bolas de ouro) usada aqui, pode significar muita coisa, mas como a ideia geral é enaltecer o fato de kamui “ter bolas”, um chute amigável me diz que Umibozou falava de como Kamui tinha um espírito (que em japonês é tamashii) com “culhões” e que para derrubar esse espírito (tama) só mesmo o matando.

Nos focando em uma parte menos “boluda” do anime, descobrimos que… na verdade, para todo lugar que olhamos vemos “bolas”. Kagura, a filha menor de Umibozou, tomou a decisão de tomar o fardo de seu pai e irmão sozinha e parte do Yorozoya para pará-los. Enquanto isso, o Yorozuya, o Jouishi de Katsura e as tropas do Kaihentai, se unem para atacar os Corvos de Utsuro e acabar com o governo atual que eles estabeleceram no Japão (o que é extremamente rápido pra ser sincero, já que eles dizimam as frotas do Shogun rapidamente).

Nesse momento já me sinto mais seguro em dizer que as “bolas” tratadas nesse episódio são sim bolas da alma. Quem tem “bolas”, tem pura e simples “garra”, tem um espírito feroz que o permite seguir em frente e seja esse espírito uma “bola de ouro” ou uma “bola de prata”, o que realmente importa é que essas “bolas” sejam transmitidas para seus entes queridos e que elas sejam a força motriz que move a luta por seus objetivos.

 

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