Uma viagem no tempo com animes sobre viagem no tempo
Olá! Há quanto tempo não publico, hein? Desde o ano passado! Ok, ok, sei que cheguei atrasado pra fazer essa piada de tiozão no ano novo, mas não pude evitar. O assunto desse artigo é viagem no tempo, escolhido por duas razões: a primeira, porque foi um dos temas mais populares no ano que acaba de acabar, talvez o mais popular. 2016 foi um ano menos unânime quanto a isso do que 2012 (Sword Art Online) ou 2013 (Ataque dos Titãs), mas ainda assim me sinto confortavelmente seguro para afirmar que Re: Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu foi o anime mais popular do ano – e viagem no tempo era um de seus temas centrais.
Além da fantasia medieval, em 2016 assistimos também um mistério (Boku Dake ga Inai Machi), um romance shoujo (Orange) e um drama adolescente (ReLIFE), cada um deles com sua abordagem bastante particular sobre viagens no tempo e todos cobertos episódio a episódio (exceto ReLIFE, que foi lançado de uma vez só e conta com uma resenha da série inteira) aqui no Anime21, além dos infantis Time Travel Shoujo (uma aventura educativa) e Time Boukan 24 (ação/aventura). E provavelmente ainda estou esquecendo de algum.
O segundo motivo foi uma imagem que viralizou em alguns grupos de anime no Facebook no final do ano, que traz uma tabela comparativa de alguns animes de viagem no tempo. Ela é bem porcamente feita e factualmente errada em vários pontos, mas suscitou o debate e me inspirou a escrever esse artigo. Sim, foi ela que me inspirou a escrever esse artigo em primeiro lugar, então acho que inverti as razões aqui. Será isso uma forma de paradoxo temporal?
Se ainda não havia visto a tabela, aí está ela. Como pode ver, ela compara os animes representados (de cima para baixo: Boku Dake ga Inai Machi, Steins;Gate, Re: Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu, The Girl Who Leapt Through Time e Madoka Magica) em quatro atributos, três deles inerentes à ficção de viagens no tempo (efeito borboleta, linhas de tempo alternativas e a mecânica da viagem no tempo) e um genérico, aplicável a qualquer narrativa (desenvolvimento de personagem). Usarei esses mesmos atributos como guias nesse artigo, mas os animes que irei comparar serão os quatro já mencionados de 2016 (BokuMachi, Re: Zero, ReLIFE e Orange) e Madoka Magica. Porque eu gosto bastante de Madoka Magica e porque me lembro bem de sua história, o que é útil para o propósito desse artigo. Os demais animes da imagem eu não assisti, por isso não posso falar sobre eles. Começarei pelo mais complicado de todos, efeito borboleta.
Efeito Borboleta
Em Teoria do Caos, observa-se que em fenômenos complexos (como os meteorológicos ou, na realidade, praticamente todos os fenômenos naturais) diferenças mínimas nos dados iniciais em cálculos sequenciais podem provocar diferenças grandes nos resultados. Você talvez já tenha observado algo análogo a isso em cálculos matemáticos grandes que você teve que fazer na escola ou faculdade mas cometeu um ou dois erros bem pequenos logo no começo e isso levou ou a resultados absurdos ou a um inferno de cálculos intermináveis. Em qualquer caso, um resultado errado. Perceba que aqui, como na Teoria do Caos, não se trata da probabilidade de pequenos eventos causarem grandes mudanças, mas sim de erros ou imprecisões nos dados ou cálculos realizados.
Em ficção científica o efeito borboleta passou a designar a mudança deliberada de condições passadas relativamente insignificantes (alterações nos dados) que ocasionam grandes mudanças acidentais na história. Efeito borboleta, portanto, só faz sentido quando é possível alterar fatos passados de uma única linha do tempo, ocorrendo portanto com mais frequência em histórias sem linhas do tempo paralelas e onde paradoxos temporais podem ocorrer – no entanto, como o próprio paradoxo temporal é uma dificuldade ocasionada pela viagem no tempo, é incomum encontrar ambos na mesma história. Tendo isso tudo bem definido, analisarei agora cada um dos animes propostos.
Em BokuMachi, Satoru adquire o poder de voltar no tempo para impedir tragédias, mas não o controla: por motivos que não entende, às vezes ele simplesmente volta no tempo. Normalmente volta alguns minutos apenas, mas a história de verdade começa quando ele volta anos, até quando era criança, e passa a tentar salvar outras crianças que foram naquela época vítimas de um assassino em série que ele acredita que jamais foi preso. Em nenhuma das idas e vindas dele se observa mudanças dramáticas inesperadas – tudo o que muda, muda porque ele atuou para que mude ou porque fracassou em fazer mudar no sentido correto. Em qualquer caso, são mudanças previsíveis e é possível rastreá-las com facilidade. Se bem que pode-se argumentar que foi por causa da primeira viagem no tempo observada no anime, aquela em que salvou o garoto de ser atropelado, que fez com que o Satoru se acidentasse, sua mãe o visitasse, fosse assassinada (por causa de outra viagem no tempo dias depois), enfim. Uma pequena alteração que causou grandes mudanças – no caso, mudanças no passado. Então, BokuMachi tem efeito borboleta mais ou menos?
Re: Zero não é exatamente uma história sobre viagem no tempo, mas uma história sobre como Subaru pode tentar de novo cada vez que ele fracassa em tentar construir o futuro desejado (e morre). É uma história sobre construir o futuro, não sobre mudar o passado. Nesse sentido, ainda que mudanças mínimas nas ações do protagonista possam ocasionar diferenças dramáticas nos resultados, o fato é que o foco da história nunca foi esse. Por isso acho impróprio dizer que há efeito borboleta em Re: Zero, mas, vá lá, para todos os efeitos ele existe.
ReLIFE sequer é uma viagem no tempo de verdade! Kaizaki, seu protagonista, é cobaia de uma empresa em um projeto que envolve tomar uma droga que o faz ter apenas a aparência de um adolescente e voltar a viver como um por um tempo. Ele compartilha alguns elementos dramáticos com histórias de viagem no tempo verdadeira, como o aprendizado com os erros do passado e a possibilidade de reviver momentos-chave de sua vida. Sem uma viagem no tempo propriamente dita, contudo, não há como ocorrer uma de suas consequências especulativas, o efeito borboleta. Sendo uma viagem no tempo metafórica, até demonstra potencial para efeitos borboleta metafóricos, mas nenhum ocorreu durante o anime.
Em Orange há viagem no tempo de verdade, mas quem viaja não são os personagens e sim objetos (cartas) enviadas para o passado com o intuito de instruir suas versões adolescentes a mudarem o curso dos eventos. Um efeito borboleta seria observado nele se a história descrita nas cartas divergisse de forma drástica da história real por causa de mudanças sutis e acidentais nos eventos, mas não há mudanças drásticas em relação aos eventos descritos nas cartas (em linhas gerais os personagens seguem o que elas dizem até o derradeiro desfecho) e as mudanças pequenas são consequências previsíveis e diretas das pequenas diferenças nas ações dos personagens.
Por fim, em Madoka Magica um mesmo mês é revivido diversas vezes por uma de suas garotas mágicas. Por brutais que sejam as diferenças em cada nova iteração, o desfecho é sempre o mesmo, não importa o que ela tente fazer conscientemente diferente ou os eventos acidentalmente diferentes. Eu não classifico o que ocorre em Madoka Magica como efeito borboleta.
Veredito para efeito borboleta:
- BokuMachi: Talvez, se considerar que tudo começou com uma pequena alteração no passado imediato do presente.
- Re: Zero: Sim
- ReLIFE: Não
- Orange: Não
- Madoka Magica: Não
Linhas de tempo paralelas ou alternativas
Esse conceito ocorre em duas formas: ou as linhas do tempo alternativas sempre existiram, sendo ou não possível viajar entre elas, ou elas são criadas intencional ou acidentalmente. No segundo caso costuma ser impossível viajar entre diferentes linhas do tempo pois a simples tentativa cria uma nova linha do tempo – sendo assim uma viagem sempre só de ida. É uma solução comum para paradoxos temporais: se você voltar ao passado e matar seu próprio pai antes de você nascer, você nunca terá nascido e portanto não poderia existir para voltar no tempo e matar o seu pai em primeiro lugar. Se você estiver fulminando apenas a existência de um você paralelo esse paradoxo não ocorre.
Mas existe uma solução alternativa para o paradoxo temporal que elimina a necessidade de linhas de tempo paralelas na quase totalidade dos casos: imagine que o tempo é como uma onda na superfície da água, e a viagem no tempo para o passado é como arremessar um objeto qualquer para um ponto qualquer das ondas de trás. Ao cair na água ele irá provocar novas ondulações que irão alterar as ondulações mais adiante, mas essa mudança não é imediata: tanto a onda original quando a nova onda viajam pela água na mesma velocidade, assim o futuro continua igual (e avançando) enquanto o passado vai sendo reescrito atrás. Assim, se você mata seu próprio pai antes de você ser gerado, isso vai provocar mudanças na história e você não irá existir – mas apenas quando o tempo passar naturalmente até o momento da ocorrência desses eventos. Assim continua existindo um futuro onde você veio para o passado e matou seu próprio pai. E quando esse futuro for reescrito, sem problemas: a sua nova existência como viajante no tempo não vai ser apagada pois faz parte da nova onda onde você está. Desse modo, a menos que uma história afirme categoricamente que existem linhas do tempo paralelas ou que elas sejam necessárias por alguma outra razão que não os paradoxos no tempo, não se pode afirmar que linhas de tempo paralelas existem.
Em BokuMachi nenhum paradoxo ocorre (embora tenha chegado perto disso) e em nenhum momento é mencionado nada sobre linhas do tempo alternativas. Elas tampouco são necessárias para explicar qualquer outra coisa na história do anime. Portanto, nada de linhas do tempo alternativas.
No caso de Re: Zero as voltas no tempo são sempre incrementais, o Subaru jamais retorna para antes de um dado evento no qual ele já obteve sucesso (em sobreviver!) ou no qual ele já tenha voltado antes mas partindo de outro ponto inicial. Ele sempre retorna ao mesmo momento enquanto não resolve o problema atual, qualquer que seja. São períodos de tempo curtos, dias ou semanas apenas, e embora existam universos paralelos (ele foi do mundo real para um mundo mágico no início da história) nada é dito sobre linhas do tempo paralelas. Tampouco ocorrem paradoxos ou outros efeitos explicáveis apenas pela existência de linhas do tempo paralelas. Portanto, até prova em contrário, elas não existem em Re: Zero.
Em ReLIFE não há volta verdadeira no tempo então obviamente não há linhas do tempo paralelas. Mas metaforicamente a vida falsa como adolescente de Kaizaki pode ser comparada a uma linha do tempo paralela, onde ele possui existência diferente de seu eu adulto, que continua existindo e para o qual ele retorna ocasionalmente.
Orange se esforça para explicar sua volta no tempo como sendo na verdade a viagem para uma linha temporal diferente, mas possíveis paradoxos à parte, nenhum personagem ali tem conhecimento suficiente para saber do que está falando e afirmar categoricamente que existem linhas de tempo paralelas. Na verdade, do ponto de vista dos “viajantes no tempo”, eles sequer têm como saber se suas cartas estão no passado ou no fundo do oceano. Não é possível afirmar que linhas do tempo paralelas existam, mas essa parece ter sido a intenção autoral.
Em Madoka Magica é fortemente implicado que cada viagem no tempo criou uma nova linha temporal, mas uma vez revelada a verdade sobre sua história ela não se mostra muito diferente do caso de Re: Zero. A Homura viajou diversas vezes no tempo, sempre retornando no mesmo ponto, para tentar obter sucesso em uma missão muito específica. Apesar da história sugerir a existência de linhas do tempo paralelas, não se pode viajar entre elas então esse dado não é comprovável, além de ser desnecessário para explicar os acontecimentos do anime.
Veredito para linhas do tempo paralelas:
- BokuMachi: Não
- Re: Zero: Não
- ReLIFE: de verdade Não, metaforicamente Sim
- Orange: Talvez (o anime sugere que sim mas não prova)
- Madoka Magica: Talvez (o anime sugere que sim mas não prova)
E só para não ficar chato, sem nenhum anime sobre viagem no tempo que tenha linhas do tempo alternativas de verdade e de forma inquestionável, saiba que esse é o caso em Negima! e, consequentemente, seu sucessor, UQ Holder, que está com anime anunciado para esse ano.
Mecânica da viagem no tempo
Os viajantes usam uma máquina do tempo? A viagem ocorre por causa de fenômenos relativísticos? Fendas no espaço-tempo ou buracos de minhoca? Talvez pura magia? Esse é o atributo mais importante de uma história sobre viagem no tempo que queira ser lembrada por isso.
BokuMachi nunca explica da onde veio o poder do Satoru, nem nunca pareceu sequer cogitar a existência de outra pessoa com os mesmos poderes. Ele simplesmente volta no tempo e isso está fora de seu controle. A única certeza é que o que volta é apenas sua mente, não o seu corpo.
Em Re: Zero Subaru retorna para um ponto definido do passado cada vez que morre porque foi enfeitiçado para tanto. É magia, não é tecnologia!
Como já disse nos itens anteriores, não há volta no tempo verdadeira em ReLIFE, as cobaias submetidas ao programa apenas rejuvenescem externamente (internamente continuam iguais) tomando uma droga especialmente desenvolvida para isso, e ganham vidas falsas fraudulentas da mesma empresa que cria as drogas e está conduzindo o experimento.
Orange sugere haver um buraco negro no Triângulo das Bermudas através do qual é possível viajar no tempo. E eles nem sabem para quando no tempo, apenas apostaram que seria no passado e a tempo para que suas versões mais novas pudessem agir.
Em Madoka Magica é uma magia que a Homura ganhou como seu poder e resultado de seu desejo de salvar a Madoka (quando ela já estava além da salvação).
Veredito sobre a mecânica da viagem no tempo:
- Todos explicaram como funciona em linhas gerais, exceto BokuMachi. Mas fãs de ficção científica dura podem achar que nenhum explicou o suficiente.
Desenvolvimento de personagem
De todos, esse provavelmente é o conceito de explicação mais auto-evidente: chama-se de desenvolvimento de personagem a mudança que os personagens sofrem ao longo da história. Não mudanças estéticas ou de nível de poder, mas mudanças éticas, psicológicas, de auto-conhecimento. A viagem no tempo é um tema riquíssimo para desenvolvimento de personagem.
Satoru, de BokuMachi, arrependia-se desde a infância de nada ter feito para talvez evitar a morte da Kayo – até onde ele sabia, foi a última pessoa a vê-la viva e acredita que poderia tê-la salvado se tivesse feito qualquer coisa ao invés de ignorá-la sozinha no parque nevado durante a noite. Outras evidências, como a redação que ele escreveu na mesma época para a escola, dão a entender que esse evento de inação foi apenas a culminação de uma forma de viver fechada, isolada (na “cidade onde apenas ele vive”), e não o começo de tudo. Ao voltar para salvar a Kayo, ele volta também para mudar e assim salvar a si mesmo. É uma história de desenvolvimento pessoal mais do que qualquer outra coisa.
Em Re: Zero, uma história completamente diferente, coisa semelhante se pode afirmar do Subaru. No mundo real ele era um hikikomori, ainda que não dos piores, aparentemente. Simplesmente ir para outro o mundo já o fez mudar de atitude e tentar ser mais aberto com outras pessoas, se aproximar mais e se importar mais com elas. Mas não se muda tão fácil assim da noite para o dia e aquele novo Subaru entusiasmado e enturmado ainda possuía todos os vícios e defeitos do velho Subaru recluso, e eventualmente quando suas habilidades sociais e empatia foram mais requisitadas do que sua capacidade de dedução, atributos físicos ou voluntarismo puro, ele fracassou de forma épica. Foi preciso um belo arco de desenvolvimento de personagem para ele se recuperar.
Em ReLIFE o desenvolvimento de personagem é o objetivo declarado do programa até mesmo dentro da história do anime. E todos os personagens, não apenas o protagonista, evoluem a olhos vistos.
Romances tentam te convencer que as pessoas deveriam e eventualmente vão te amar pelo que você é, e assim são frequentemente avessos a desenvolvimento de personagem – pelo menos o desenvolvimento da protagonista. Orange não é diferente. A protagonista Naho termina a história virtualmente idêntica a como começou, e seu par romântico Kakeru é “curado” pelo poder do amor e da amizade – uma forma bem inverossímil de desenvolvimento de personagem para um adolescente profundamente deprimido e com pensamentos suicidas.
Madoka Magica tem alguns arcos de personagem muito bons, mas não dá para classificar nenhum deles como desenvolvimento. São curtos, ocorrem por impulso, e mais importante, a protagonista em si só tem o seu próprio no final do anime. Madoka passa a série inteira mergulhada em indecisão e, eventualmente, medo. Se considerados os filmes, a Homura tem enorme desenvolvimento em Rebelião, mas não é do tipo que as pessoas costumam gostar.
Veredito sobre desenvolvimento de personagem:
- BokuMachi: Sim
- Re: Zero: Sim
- ReLIFE: Sim
- Orange: Não no caso da protagonista (Naho), Sim, ainda que inverossímil demais, no caso do deuteragonista (Kakeru)
- Madoka Magica: Não se considerado apenas o anime para TV, Sim considerando os filmes
Kondou-san
Excelente artigo Fábio, já fazia algum tempo que não via um artigo desta natureza por aqui. Essa piada do ano passado, nunca perde a graça, mas quem diria que já se passou um ano, a maioria dos animes aqui representados lembro-me como se fosse ontem, só tenho pena de não ter descoberto o Anime21 mais cedo, perdi a oportunidade de acompanhar por aqui, os artigos de Bokumachi, mas em compensação consegui acompanhar a tua jornada épica dos teus artigos de Re:Zero, até hoje o artigo do episódio 15 (salvo erro) foi aquele que mais gostei, junto de alguns artigos de Showa, que tive pena de não ter acompanhado por aqui desde o inicio, mas em compensação o artigo do episódio 13 de Showa, foi a minha estreia por aqui como comentador, com aquele textão enorme, quase do tamanho do teu artigo.
Quanto a este artigo, gostei muito do esforço que dedicaste a explicar cada um dos animes e a separação do desenvolvimentos e temáticas, a escrita em si, é bem melhor que a imagem que levou à elaboração deste artigo.
Fábio "Mexicano" Godoy
Vejo que fez uma pequena viagem no tempo em seu comentário também, hein? Hahaha!!!
Muito obrigado pela visita e pelo comentário! =)
Kondou-san
Até a mim surpreende de me lembrar da primeira vez que, comentei aqui, já que me esqueço das coisas muito facilmente mas claro que nunca me iria esquecer do artigo do episódio 13 de Showa, o anime que mais gostei em 2016. Estou ansioso e curioso para saber o que vais comentar nesta temporada de Inverno de 2017.
Fábio "Mexicano" Godoy
Vou começar com primeiras impressões, como sempre, hehe 😉
Kondou-san
Nesta temporada, sinceramente estou um pouco desapontado, das estreias que vi, a maioria me deixou bem desanimado em continuar a ver, só a segunda temporada de Showa é que me agradou (o que não é surpresa nehuma). Mas o anime que me desanimou mesmo, foi o Youjo Senki, não foi como eu esperava que fosse.
Fábio "Mexicano" Godoy
SIM! Ontem eu assisti Youjo Senki e achei-o bem ruim. Mas gostei de Fuuka, já assistiu? Recomendo!
Kondou-san
Esqueci-me de referir Fuuka, eu gostei bastante dos dois primeiros episódios. Daquilo que mais gostei deste anime, é a protagonista, mesmo tendo forçado numa das coisas que mais odeio nos animes, que é o fanservice, mas deu para suportar (eu cheguei a contar o número de vezes que o protagonista viu as pantsu da Fuuka). A animação dele está bem melhor do que eu estava à espera, mas aquilo que mais destaco é a voz linda da Fuuka, a seyuu está de parabéns, aquele trecho do episódio onde a Fuuka canta sem música só vocal mesmo, foi muito bom, só é pena que a protagonista de Youjo não tenha uma seyuu de qualidade, que voz horrível, já para não falar em mais coisas que estão mal em Youjo.
Fábio "Mexicano" Godoy
O fanservice é uma assinatura do Kouji Seo, autor de Fuuka, então só podemos aturar, hehe. Mas ele escreve boas histórias apesar disso, então vale muito a pena! Já Youjo Senki, o que tem lá pra valer a pena? Aquela clone bochechuda da Ochako de My Hero Academia? Os cavalinhos voadores dos franceses? Não termos ideia nenhuma de qual é a história do anime? Pois é…
Kondou-san
Eu só tenho críticas a dizer de Youjo Senki, nem uma coisa boa tenho a dizer dele. Começo já pelo design dos personagens, é horrível, principalmente o da protagonista e o da sua sua subalterna, os olhos da subalterna chegam a dar medo de tão estranhos que são. Outra das coisa que me incomodou muito foi a dublagem, a voz da protagonista é uma ameaça séria aos ouvidos, só se aproveita a voz da seyuu Sayori Hayami de resto venha o diabo e escolha. Desde quando uma pessoa de o tamanho de uma pré-adolescente aguenta o peso de um rifle, os rifles de infantaria usados pelos soldados alemães da primeira grande guerra Mundial, pesavam mais de 5 quilos (por curiosidade, o Hitler não foi aceite no exército Austro-Hungaro, porque não aguentava o peso do rifle e do equipamento), isso e a facilidade como a protagonista dispara o rifle, neste anime o recuo da arma e a gravidade não devem existir, já para não falar da cadência de tiro dos rifles do anime, na primeira guerra mundial praticamente todos os rifles eram de acção única, após cada disparo, o soldado tinha que retirar o cartucho da arma manualmente, mas neste anime já são todos semi-automáticos. Ainda há quem diga que Youjo vai ser melhor que Izeta, para mim estas pessoas devem ser doidas, eu gostei bem mais dos primeiros episódios de Izeta do que este primeiro de Youjo, já para não falar que o anime de Izeta, teve um excelente trabalho de pesquisa ao perigo em que a sua história se inseria, ainda me lembro das fardas dos soldados bem detalhadas, os panzers e os aviões.
Fábio "Mexicano" Godoy
A comparação inevitável é mesmo com Izetta. Embora os dois tenham garotas em um contexto das guerras mundiais (Izetta na segunda, Youjo na primeira), o que por si só é inverossímil, em Izetta pelo menos a história é mais bem construída e, principalmente, o character design é consistente. A Izetta, em que pese ser uma adolescente, pelo menos parece com uma adolescente daquele mundo mesmo. Já as garotas de Youjo Senki se mesclam tão bem aos demais personagens quanto os Looney Toons se mesclam aos seres humanos em Space Jam.
Kondou-san
O design de Izetta era bonito, bem mais realista do que em Youjo. A Izetta e a Finé eram adolescentes, a protagonista de Youjo também o é, mas aquela mania dos japoneses em colocar lolis em tudo já é doença. Se calhar a única coisa que suportei ver no primeiro episódio de Youjo, foi a farda dos soldados alemães, com os seu característicos capacetes de couro fervido com um espigão, para evitar os golpes de sabre da cavalaria. Isso e os uniformes dos franceses, é impossível não reconhecê-las, aquele azul chamativo, devia ser excelente para os snipers alemães. Um dos maiores motivos de licença e dispensa dos soldados franceses na primeira guerra, era por ferimentos nas mãos e pernas, na sua maioria propositais, já que muito soldados preferiam perder uma mão do que morrer nas trincheiras, muitos chegaram a mutilar-se a si mesmo, ou então saiam das trincheiras para serem atingidos pelos snipers alemães. Essa comparação das garotas de Youjo com os looney Toons foi muito boa.
alex
Gostei bastante do post e nossa o Fabio tava mesmo sumido das postagens do blog.
Desses animes só oque não gostei foi Orange tipo eles jogam duas teorias sobre viagens no tempo como se elas fossem as unicas opções e fazem uma aposta, estranhamente acho o mangá de orange bom, mas o anime ruim.
Madoka é meu preferido da lista.
Fábio "Mexicano" Godoy
Madoka é Madoka né, está aí porque precisava de um anime já consagrado pra comparar com os animes do ano passado, hehe. E concordo com você, o mais fraco deles é Orange.
Obrigado pela visita e pelo comentário! =)
Bell Dheyol
É sempre interessante pensar sobre viagens temporais, ainda que muitos físicos teóricos esperem que não seja possível. Se uma pessoa ou um objeto pudesse se deslocar para o passado, isso transtornaria as idéias estabelecidas sobre causalidade e invalidaria as leis da Física que delas dependem, como dito por Richard Morris. Apesar disso, podemos vê-las em animes e ter uma análise sobre isso é melhor ainda, principalmente quando é bem feita.
Portanto, ótimo post. O meu preferido, dentre os citados, é BokuMachi. Até!
Fábio "Mexicano" Godoy
O meu preferido é Madoka Magica, sou fanboy mesmo =D
E é verdade, os problemas que encontramos quando pensamos em viagens no tempo em ficção são basicamente os mesmos que a viagem no tempo teria na realidade – assim que as soluções propostas são especulações válidas para o mundo real também. Isso, claro sendo a viagem no tempo possível.
Enquanto ela não for, nos divertimos com ficção mesmo =)
Obrigado pela visita e pelo comentário!
Sony Mil Grau
Steins gate tem efeito borboleta sim, se não tivesse não teria como se ter realidades alternativas
Fábio "Mexicano" Godoy
Eu não assisti então não sei como Steins;Gate explica, mas na minha interpretação efeito borboleta são efeitos causados na mesma realidade, imprevisíveis e caóticos, a partir de uma mudança minúscula. Se essas mudanças criam novas realidades, então não é efeito borboleta, nada está mudando retroativamente, e sim algo novo está surgindo.